Cannabis

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência na Condução DCI com Advertência no Dopping
O que é
Cannabis também conhecida como Marijuana.
Cannabis (aportuguesado como cânabis ou canábis), também conhecida por vários nomes populares, refere-se a várias drogas psicoativas e medicamentos derivados de plantas do género Cannabis.

Farmacologicamente, o principal constituinte psicoativo desse tipo de planta é o tetrahidrocanabinol (THC), um dos 400 compostos da planta, incluindo outros canabinóides, como o canabidiol (CBD), canabinol (CBN) e tetrahidrocanabivarin (THCV).

A forma herbácea da droga consiste de flores e folhas maduras que subtendem das plantas pistiladas femininas.
A forma resinosa, conhecida como haxixe, consiste fundamentalmente de tricomas glandulares colectados do mesmo material vegetal.
A cannabis é frequentemente consumida por seus efeitos psicoativos e fisiológicos que podem incluir bom humor, euforia, relaxamento e aumento do apetite.

Cannabis medicinal, ou maconha medicinal (MMJ), é a cannabis e os canabinoides que são prescritos por médicos para seus pacientes.

O uso de cannabis como medicamento não foi rigorosamente testado devido à produção e restrições governamentais, resultando em pesquisas clínicas limitadas para definir a segurança e eficácia do uso de cannabis para tratar doenças.

Evidências preliminares sugerem que a cannabis pode reduzir náuseas e vómitos durante a quimioterapia, melhorar o apetite em pessoas com HIV / SIDA e reduzir a dor crónica e os espasmos musculares.

Dopping: Substância proibida - Portaria n.º 411/2015, de 26 de novembro - Aprova a Lista de Substâncias e Métodos Proibidos para 2016 e revoga a Portaria n.º 270/2014, de 22 de dezembro.
Usos comuns
Embora muitas drogas psicoativas enquadrem-se claramente na categoria de estimulante, sedativo ou alucinógeno, a cannabis apresenta uma mistura de todas essas propriedades, talvez inclinando-se mais para características alucinógenas ou psicodélicas, embora com outros efeitos bastante pronunciados.

O THC é tipicamente considerado o principal componente activo da planta cannabis, apesar de vários estudos científicos sugerirem que outros canabinóides, como o CDB, também podem desempenhar um papel significativo em seus efeitos psicoativos.

A cannabis para uso medicinal tem vários efeitos benéficos bem documentados.

Entre eles estão: melhora de náuseas e vómitos; estimulação do apetite entre pacientes que usam tratamentos quimioterápicos e em doentes com SIDA, diminuição da pressão intra-ocular (o que demonstrou-se eficaz no tratamento de glaucoma), além de efeitos analgésicos gerais.

O Papiro Ebers (circa 1500 aC), do Antigo Egito, tem uma prescrição de cannabis medicinal aplicada directamente para casos de inflamação.

Estudos individuais menos confirmados também foram realizados indicando que a cannabis pode ser benéfica para uma grande variedade de doenças, da esclerose múltipla à depressão.

Canabinóides sintetizados também são vendidos como medicamentos prescritos.

Estudos recentes comprovaram a eficácia do THC, principal substância da cannabis, contra as células cancerígenas.

Em pesquisas com tratamento do cancro, houve indícios de que o THC possa induzir as células malsãs a um processo de autodestruição, além de pesquisas com injecções intramusculares de concentrações de D9-tetraidrocanabinol (D9-THC) retardarem a progressão da imunodeficiência em macacos infectados com SIV (variante do vírus HIV) por diminuição da carga viral.

Alguns estudos também apontam o consumo de THC como benéfico para portadores de Mal de Alzheimer.

O brasileiro Dartiu Xavier da Silveira, Doutor em Psiquiatria e Psicologia Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi responsável por um estudo com dependentes de crack no qual estes se dispuseram a tratar sua dependência física através do uso de cannabis.
Ao final do tratamento, 68% dos pacientes abandonaram o uso de crack, e posteriormente também cessaram o uso de cannabis.
O estudo foi publicado na conceituada revista científica norte-americana Journal of Psychoactive Drugs, em 1999.

No entanto, críticos da pesquisa questionam o número baixo de usuários avaliados pelo experimento, além do facto de os dependentes terem sido acompanhado por pouco tempo e de que as condições sócio-económicas deles não foram consideradas, o que torna difícil dizer que a cannabis foi a responsável pela melhora na dependência do crack.
Tipo
Sem informação.
História
A Cannabis é uma espécie nativa da Ásia Central e Meridional.

Evidências da inalação de fumo de cannabis são encontradas desde o terceiro milénio a.C., como indicado por sementes carbonizadas de cannabis encontradas num braseiro usado em rituais em um antigo cemitério na actual Roménia.

Em 2003, uma cesta de couro cheia de fragmentos de folhas e sementes de cannabis foi encontrada ao lado do corpo mumificado de um xamã de 2500-2800 anos de idade em Xinjiang, no noroeste da China.

A planta também é conhecida por ter sido usada pelos antigos hindus da Índia e do Nepal há milhares de anos.

A erva era chamada ganjika em sânscrito (गांजा, ganja nas modernas línguas indo-arianas).

A antiga droga conhecida como soma e mencionada nos Vedas, foi por vezes associada à cannabis.

A cannabis também era conhecida pelos antigos assírios, que descobriram as suas propriedades psicoativas através dos povos arianos.

Ao usá-la em algumas cerimónias religiosas, eles a chamavam de qunubu (que significa "caminho para a produção de fumo"), provável origem da palavra moderna "cannabis".

A planta também foi introduzida pelos arianos aos povos citas, trácios e dácios, cujos xamãs (que eram conhecidos como kapnobatai — "aqueles que andam no fumo/nuvens") queimavam flores de cannabis para alcançar um estado de transe.
Cannabis sativa por Dioscórides, edição de Vienna, 512 a.C.

A cannabis tem uma antiga história de uso ritual e é encontrada em cultos farmacológicos em todo o planeta.

Sementes de cânhamo descobertas por arqueólogos em Pazyryk (um conjunto de tumbas encontradas nas Montanhas Altai, na Sibéria) sugerem que práticas cerimoniais antigas, como comer sementes, foram usadas pelos citas e ocorreram durante os séculos quinto e segundo a.C., confirmando relatos históricos anteriores feitos por Heródoto.

O escritor Chris Bennet afirma que a cannabis era usada como um sacramento religioso por judeus antigos e pelos primeiros cristãos, devido à semelhança entre a palavra hebraica "qannabbos" ("cannabis") e a frase hebraica "qené bosem" ("cana aromática").

A erva também foi usada por muçulmanos de várias ordens sufistas no período mameluco, como, por exemplo, os qalandars.

Um estudo publicado no jornal sul-africano Journal of Science indicou que "cachimbos desenterrados do jardim da casa de Shakespeare, em Stratford-upon-Avon, na Inglaterra, contêm vestígios de cannabis".

A análise química foi realizada depois que os pesquisadores cogitaram a hipótese de que a "notável erva", mencionada no Soneto 76, e a "viagem na minha cabeça", do Soneto 27, poderiam ser referências à cannabis e ao seu uso.

Exemplos da literatura clássica que mencionam a cannabis incluem Les paradis artificiels, de Charles Baudelaire, e O Comedor de Haxixe, de Fitz Hugh Ludlow.

John Gregory Bourke, um capitão do Exército dos Estados Unidos, descreveu o uso de "mariguan", que ele identifica como cannabis indica ou cânhamo indiano, por residentes mexicanos da região do Rio Grande, no Texas, em 1894.

Ele relatou o uso da planta para o tratamento de asma, para afastar bruxas e como um filtro amoroso.

Ele também escreveu que muitos mexicanos acrescentavam a erva em seus cigarritos ou mescal, muitas vezes comendo um pouco de açúcar depois, para intensificar o efeito.

A cannabis era utilizada em uma mistura com toloachi (que Bourke erroneamente descreve como Datura stramonium).

Bourke compara a mariguan ao haxixe, que ele chamava de "uma das maiores maldições do Oriente", citando relatos de usuários que "se tornam maníacos e estavam aptos a cometer todos os tipos de actos de violência e assassinato", causando a degeneração do corpo e uma aparência idiótica, além de ter mencionado leis contra a venda de haxixe "na maioria dos países do Oriente".

A proibição do consumo da erva se tornou global após a Convenção Internacional do Ópio, assinada em 1912 na cidade de Haia, quando diversas nações decidiram proibir o comércio mundial do "cânhamo indiano".

Desde então, as leis que regulamentam a proibição da planta se intensificaram ao redor do mundo.

Na últimas décadas, no entanto, surgiram diversos movimentos pela legalização da cannabis, enquanto alguns países e regiões passaram a permitir o uso do psicoativo sob certas circunstâncias, como foi o caso dos Países Baixos.

Em 10 de dezembro de 2013, o Uruguai se tornou o primeiro país do mundo a legalizar o cultivo, a venda e o consumo da cannabis.

O consumo humano da cannabis teve início no terceiro milênio a.C. e seu uso actual é voltado para recriação ou como medicamento, além de também ser usada como parte de rituais religiosos ou espirituais.

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que cerca de quatro por cento da população mundial (162 milhões de pessoas) usam cannabis pelo menos uma vez ao ano e cerca de 0,6 por cento (22,5 milhões) consomem-na diariamente.

A posse, o uso ou a venda da cannabis começou a se tornar ilegal no início do século XX em diversos países ocidentais, principalmente nos Estados Unidos.
Indicações
Embora muitas drogas psicoativas enquadrem-se claramente na categoria de estimulante, sedativo ou alucinógeno, a cannabis apresenta uma mistura de todas essas propriedades, talvez inclinando-se mais para características alucinógenas ou psicodélicas, embora com outros efeitos bastante pronunciados.

A cannabis para uso medicinal tem vários efeitos benéficos bem documentados.

Entre eles estão: melhora de náuseas e vómitos; estimulação do apetite entre pacientes que usam tratamentos quimioterápicos e em doentes com SIDA, diminuição da pressão intra-ocular (o que demonstrou-se eficaz no tratamento de glaucoma), além de efeitos analgésicos gerais.
Classificação CFT

N.D.

Mecanismo De Acção
A elevada solubilidade lipídica dos canabinóides resulta na sua persistência no corpo por longos períodos de tempo.

Mesmo depois de uma única administração de THC, níveis detectáveis ​​dessa substância podem ser encontrados no corpo por uma semana (ou mais, dependendo da quantidade administrada e a sensibilidade do método de avaliação).

Investigadores sugerem que este é um factor importante no efeito da cannabis, talvez porque os canabinóides podem acumular-se no corpo, especialmente nas membranas lipídicas dos neurónios.

Até o final do século XX, os mecanismos de acção específicos do THC no nível neuronal não foram estudados.

Os investigadores confirmaram posteriormente que o THC exerce os seus efeitos mais proeminentes através da acção em dois tipos de receptores canabinóides — receptor CB1 e receptor CB2 — os quais são receptores acoplados à proteína G.

O CB1 é encontrado principalmente no cérebro, assim como em alguns tecidos periféricos, enquanto o receptor CB2 é encontrado principalmente em tecidos periféricos, mas também é observado em células neurogliais.

O THC parece alterar o humor e a cognição através das suas acções sobre as agonistas de receptores CB1, que inibem um sistema mensageiro secundário (adenilato ciclase) de um modo dependente da dose administrada.

Estas acções podem ser bloqueadas pelo antagonista selectivo do receptor CB1, o SR141716A (rimonabanto), que tem sido demonstrado em ensaios clínicos como sendo um tratamento eficaz contra o tabagismo, perda de peso e como um meio de controlar ou reduzir os factores de risco da síndrome metabólica.

No entanto, devido ao efeito disfórico de antagonistas CB1, esta droga é muitas vezes interrompida devido a estes efeitos colaterais.

Através da activação do CB1, o THC indirectamente aumenta a libertação de dopamina e produz efeitos psicotrópicos.

O canabidiol também actua como um modulador alostérico dos receptores opióides mu e delta.

O THC também potencia os efeitos dos receptores de glicina.
Posologia Orientativa
A cannabis pode ser consumida de diferentes maneiras:

Fumo: envolve inalar canabinóides vaporizados ("fumaça") através de baseados, cachimbos, bongs (versão portátil do narguilé com câmara de água), entre outras formas de queima da erva.

Vaporizador: um mecanismo que aquece a cannabis herbácea a 166-191°C, fazendo com que os ingredientes activos da planta se transformem em vapor, sem queimar o material da planta (o ponto de ebulição do THC é 199,1 °C a 760 mmHg de pressão).

Chá de cannabis: tem concentrações relativamente pequenas de THC porque o THC é um óleo (lipofílico) e é apenas levemente solúvel em água (com uma solubilidade de 2,8 mg por litro).

O chá de cannabis é feito adicionando primeiro uma gordura saturada na água quente (por exemplo, creme ou qualquer leite, excepto desnatado) com uma pequena quantidade de cannabis.
Administração
Via oral, inalação, fumar.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade à Cannabis.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
A cannabis causa alguns efeitos psicoativos e fisiológicos quando é consumida.

Entre os efeitos imediatos do consumo de cannabis estão o relaxamento e a leve euforia, enquanto alguns efeitos colaterais indesejáveis imediatos incluem uma diminuição passageira na memória de curto prazo, boca seca, habilidades motoras levemente debilitadas e vermelhidão dos olhos.

Além de uma subjectiva mudança na percepção e, sobretudo, no humor, os efeitos físicos e neurológicos de curto prazo mais comuns incluem aumento da frequência cardíaca e do apetite, além da diminuição da memória de curto prazo, da memória de trabalho, da coordenação psicomotora e da concentração.

Efeitos a longo prazo são menos óbvios.

Nos seres humanos, além das lesões respiratórias quando fumada, poucos efeitos nocivos sobre a saúde foram documentados pelo uso crónico de cannabis.

Dr. Jack E. Henningfield, do National Institute on Drug Abuse (NIDA), classificou a dependência relativa de seis substâncias diferentes (cannabis, cafeína, cocaína, álcool, heroína e nicotina) durante um estudo.

A cannabis foi considerada a menos viciante, sendo a cafeína a segunda menos viciante.

A nicotina foi classificada como a substância que causa maior dependência entre as avaliadas.

Entre os efeitos colaterais indesejados estão a diminuição da memória de curto prazo, boca seca, dificuldade motora, vermelhidão dos olhos e sentimentos de paranoia ou ansiedade.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Evite o uso. As informações sobre segurança e eficácia na gravidez são limitadas. Em estudos retrospectivos, a cannabis teve um efeito modesto no crescimento fetal. O THC atravessa a barreira placentária e é excretado no leite materno.
Dopping
Dopping
Dopping:Substância probida - Portaria n.º 411/2015, de 26 de novembro - Aprova a Lista de Substâncias e Métodos Proibidos para 2016 e revoga a Portaria n.º 270/2014, de 22 de dezembro.
Condução
Condução
Condução:A cannabis apresenta propriedades estimulantes, sedativas ou alucinógenicas, mas inclinando-se mais para características alucinógenas ou psicodélicas, embora com outros efeitos bastante pronunciados.
Precauções Gerais
Sem informação.
Cuidados com a Dieta
Sem informação.
Terapêutica Interrompida
Sem informação.
Cuidados no Armazenamento
Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Potencialmente Grave

Di-hidrocodeína + Sorbitol Cannabis

Observações: n.d.
Interacções: Di-hidrocodeína + Sorbitol pode potencializar os efeitos dos depressores do SNC e pode resultar em sedação, depressão respiratória, coma e morte. Exemplos de depressores do SNC incluem outros analgésicos opióides, benzodiazepínicos, gabapentinóides, cannabis, sedativos, hipnóticos, tranquilizantes, antidepressivos tricíclicos, antipsicóticos, antieméticos de acção central, anti-histamínicos e outros depressores do SNC, incluindo álcool. - Cannabis
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Cannabis
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Evite o uso. As informações sobre segurança e eficácia na gravidez e lactação são limitadas. Em estudos retrospectivos, a cannabis teve um efeito modesto no crescimento fetal. O THC atravessa a barreira placentária e é excretado no leite materno.

A cannabis apresenta propriedades estimulantes, sedativas ou alucinógenicas, mas inclinando-se mais para características alucinógenas ou psicodélicas, embora com outros efeitos bastante pronunciados.

A cannabis apresenta alterações na percepção e no humor.

Dopping: Substância proibida - Portaria n.º 411/2015, de 26 de novembro - Aprova a Lista de Substâncias e Métodos Proibidos para 2016 e revoga a Portaria n.º 270/2014, de 22 de dezembro.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 12 de Abril de 2022