Acetato de zinco

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento
O que é
O Acetato de zinco é o composto químico com a fórmula Zn(O2CCH3)2, a qual geralmente ocorre como um di-hidrato de Zn(O2CCH3)2(H2O).

Tanto o hidrato como as formas anidras são sólidos incolores que são vulgarmente utilizados em síntese química e, como suplementos dietéticos.

Acetatos de zinco, são preparados pela acção de ácido acético sobre o carbonato de zinco ou de zinco metálico.

Quando utilizado como aditivo alimentar, é atribuído o número E E650.
Usos comuns
Tratamento da doença de Wilson, em certos pacientes.

O Acetato de zinco é um mineral, que actua ao bloquear a absorção do cobre pelo organismo.
Tipo
Molécula pequena.
História
Sem informação.
Indicações
Tratamento de doença de Wilson.
Classificação CFT

17 : MEDICAMENTOS USADOS NO TRATAMENTO DE INTOXICAÇÕES

Mecanismo De Acção
Uma vez que o mecanismo de acção do zinco corresponde a um efeito na absorção de cobre ao nível da célula intestinal, avaliações farmacocinéticas baseadas em níveis sanguíneos de zinco não fornecem informação útil sobre a biodisponibilidade do zinco no local de acção.

O zinco é absorvido no intestino delgado e a sua cinética de absorção sugere uma tendência para a saturação com o aumento da dose.
A absorção fracional de zinco está negativamente correlacionada com a quantidade ingerida. Essa fracção varia entre 30 a 60% com a ingestão normal na dieta (7-15 mg/d) diminuindo para 7% com doses farmacológicas de 100 mg/d.

No sangue, cerca de 80% do zinco absorvido está distribuído pelos eritrócitos, encontrando-se a maior parte do restante ligado à albumina e outras proteínas plasmáticas.

O fígado é o principal local de armazenamento do zinco encontrando-se os níveis hepáticos de zinco aumentados durante a terapêutica de manutenção com zinco.
Posologia Orientativa
Adultos: A dose habitual é de 50 mg 3 vezes ao dia com uma dose máxima de 50 mg, 5 vezes ao dia.

– Crianças e adolescentes: Existem dados muito limitados relativamente a crianças com menos de 6 anos mas, uma vez que a penetração da doença é total, o tratamento profilático deve ser considerado o mais cedo possível.

A dose recomendada é a seguinte:
– dos 12 meses aos 6 anos: 25 mg duas vezes ao dia
– dos 6 aos 16 anos com peso corporal inferior a 57 kg: 25 mg três vezes ao dia
– a partir dos 16 anos ou com peso corporal superior de 57 kg: 50 mg três vezes ao dia.

– Mulheres grávidas: Uma dose de 25 mg 3 vezes ao dia é geralmente eficaz, no entanto, esta deve ser ajustada de acordo com os níveis de cobre.
Administração
Via oral. O Acetato de zinco deve ser tomado com o estômago vazio, pelo menos 1 hora antes ou 2-3 horas depois das refeições.

Em caso de intolerância gástrica, a qual ocorre frequentemente com a dose matinal, esta toma pode ser atrasada até ao meio da manhã, entre o pequeno-almoço e o almoço.

É também possível tomar Acetato de zinco com pequenas quantidades de alimentos contendo proteína, tais como a carne.

Em crianças que não conseguem engolir cápsulas, estas devem ser abertas e o seu conteúdo suspenso num pouco de água (eventualmente água adoçada com um pouco de açúcar ou xarope).
Contra-Indicações
Hipersensibilidade ao Acetato de zinco.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Deve obter-se ajuda médica de emergência se experimentar algum dos sinais de reacção alérgica: urticária, dificuldade em respirar, inchaço do rosto, lábios, língua ou garganta.

Os efeitos secundários menos graves podem incluir:
– náuseas; ou
– problemas de estômago.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:É extremamente importante que grávidas com a doença de Wilson mantenham a sua terapêutica durante a gravidez.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:O zinco é excretado no leite materno humano podendo ocorrer deficiência de cobre induzida pelo zinco em bebés amamentados. Desta forma, a amamentação deve ser evitado durante a terapêutica com Acetato de zinco.
Precauções Gerais
Não é recomendada a utilização do acetato de zinco di-hidratado na terapêutica inicial de doentes sintomáticos devido ao seu início lento de acção.

Os doentes sintomáticos devem inicialmente ser tratados com um agente quelante.

O tratamento de manutenção com Acetato de zinco só deve ser considerado quando os níveis de cobre se encontram abaixo dos limiares tóxicos em doentes clinicamente estáveis.

No entanto, enquanto se espera pela produção duodenal de metalotioneína induzida pelo zinco e a consequente inibição efectiva da absorção do cobre, o acetato de zinco di-hidratado pode ser administrado inicialmente em pacientes sintomáticos em conjugação com um agente quelante.

Apesar de rara, pode ocorrer uma deterioração clínica no início do tratamento, uma situação que também foi relatada com agentes quelantes.

Permanece por esclarecer se este efeito está relacionado com a mobilização do cobre armazenado ou com o decurso natural da doença. Nesta situação recomenda-se uma alteração na terapêutica.

Deve ser tomada precaução na transição de doentes com hipertensão portal de um agente quelante para o acetato de zinco, quando estes doentes estiverem bem e o tratamento for tolerado.

Dois doentes de uma série de 16 morreram por descompensação hepática e hipertensão portal avançada após terem transitado da terapêutica com penicilamina para a de zinco.


Algumas condições médicas podem interagir com acetato de zinco.

Informe o Médico ou Farmacéutico se tiver alguma das seguintes condições médicas, sobretudo alguns nos casos abaixo:
– se estiver grávida, a planear engravidar ou a amamentar;
– se estiver a tomar qualquer prescrição ou medicamentos de venda livre, preparação à base de plantas, ou suplemento dietético;
– Se tem alergia a medicamentos, alimentos, ou outras substâncias.
Alguns medicamentos podem interagir com o acetato de zinco.

Pergunte ao Médico se o Acetato de zinco pode ou não interagir com outros medicamentos que está a tomar.

Consulte o Médico antes de iniciar, parar ou mudar a dosagem de qualquer medicamento.
Cuidados com a Dieta
Deve ser ingerido com o estômago vazio, fora das refeições.
As fibras presentes nos alimentos e alguns laticínios, em particular, atrasam a absorção dos sais de zinco. Alguns doentes sentem má disposição de estômago após a dose matinal.

Por favor, discuta o assunto com o Médico que segue a sua doença se este problema o afectar. Este efeito secundário pode ser reduzido adiando a primeira dose diária até ao meio da manhã (entre o pequeno-almoço e a refeição do meio-dia).

Pode também ser minimizado tomando a primeira dose de medicamento com pequenas quantidades de alimentos contendo proteína, tais como a carne (mas não leite).
Terapêutica Interrompida
Não tomar uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Cuidados no Armazenamento
Não conservar acima de 25°C.

Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Usar com precaução

Acetato de zinco Ácido ascórbico (vitamina C)

Observações: n.d.
Interacções: Outros agentes anti-cobre: Foram realizados estudos farmacodinâmicos em doentes com doença de Wilson utilizando uma conjugação de Acetato de zinco (50mg três vezes ao dia) com ácido ascórbico (1g uma vez ao dia), penicilamina (250mg quatro vezes ao dia) e trientina (250mg quatro vezes ao dia). Os estudos não demonstraram qualquer efeito global significativo no equilíbrio do cobre apesar de ter sido detectada uma ligeira interacção do zinco com os agentes quelantes (penicilamina e trientina) com uma excreção de cobre diminuída pela via fecal, mas aumentada pela via urinária em comparação com uma monoterapia com zinco. Este facto é provavelmente devido a algum grau de complexação do zinco pelo agente quelante, com a consequente redução do efeito de ambas as substâncias activas. Na transição de um doente em tratamento com agentes quelantes para uma terapêutica de manutenção com este medicamento, o tratamento com agentes quelantes deve ser mantido e co-administrado durante 2 a 3 semanas uma vez que este é o tempo que o tratamento com zinco demora a produzir uma indução máxima da metalotioneína e um bloqueamento completo da absorção do cobre. Entre a administração do tratamento com o agente quelante e este medicamento deve decorrer pelo menos 1hora. - Ácido ascórbico (vitamina C)
Usar com precaução

Acetato de zinco Penicilamina

Observações: n.d.
Interacções: Outros agentes anti-cobre: Foram realizados estudos farmacodinâmicos em doentes com doença de Wilson utilizando uma conjugação de Acetato de zinco (50mg três vezes ao dia) com ácido ascórbico (1g uma vez ao dia), penicilamina (250mg quatro vezes ao dia) e trientina (250mg quatro vezes ao dia). Os estudos não demonstraram qualquer efeito global significativo no equilíbrio do cobre apesar de ter sido detectada uma ligeira interacção do zinco com os agentes quelantes (penicilamina e trientina) com uma excreção de cobre diminuída pela via fecal, mas aumentada pela via urinária em comparação com uma monoterapia com zinco. Este facto é provavelmente devido a algum grau de complexação do zinco pelo agente quelante, com a consequente redução do efeito de ambas as substâncias activas. Na transição de um doente em tratamento com agentes quelantes para uma terapêutica de manutenção com este medicamento, o tratamento com agentes quelantes deve ser mantido e co-administrado durante 2 a 3 semanas uma vez que este é o tempo que o tratamento com zinco demora a produzir uma indução máxima da metalotioneína e um bloqueamento completo da absorção do cobre. Entre a administração do tratamento com o agente quelante e este medicamento deve decorrer pelo menos 1hora. - Penicilamina
Usar com precaução

Acetato de zinco Trientina

Observações: n.d.
Interacções: Outros agentes anti-cobre: Foram realizados estudos farmacodinâmicos em doentes com doença de Wilson utilizando uma conjugação de Acetato de zinco (50mg três vezes ao dia) com ácido ascórbico (1g uma vez ao dia), penicilamina (250mg quatro vezes ao dia) e trientina (250mg quatro vezes ao dia). Os estudos não demonstraram qualquer efeito global significativo no equilíbrio do cobre apesar de ter sido detectada uma ligeira interacção do zinco com os agentes quelantes (penicilamina e trientina) com uma excreção de cobre diminuída pela via fecal, mas aumentada pela via urinária em comparação com uma monoterapia com zinco. Este facto é provavelmente devido a algum grau de complexação do zinco pelo agente quelante, com a consequente redução do efeito de ambas as substâncias activas. Na transição de um doente em tratamento com agentes quelantes para uma terapêutica de manutenção com este medicamento, o tratamento com agentes quelantes deve ser mantido e co-administrado durante 2 a 3 semanas uma vez que este é o tempo que o tratamento com zinco demora a produzir uma indução máxima da metalotioneína e um bloqueamento completo da absorção do cobre. Entre a administração do tratamento com o agente quelante e este medicamento deve decorrer pelo menos 1hora. - Trientina
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Acetato de zinco Ferro

Observações: n.d.
Interacções: A absorção de zinco pode ser reduzida pelos suplementos de ferro e de cálcio, tetraciclinas e compostos que contenham fósforo, enquanto o zinco pode reduzir a absorção de ferro, tetraciclinas e fluoroquinolonas. - Ferro
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Acetato de zinco Cálcio

Observações: n.d.
Interacções: A absorção de zinco pode ser reduzida pelos suplementos de ferro e de cálcio, tetraciclinas e compostos que contenham fósforo, enquanto o zinco pode reduzir a absorção de ferro, tetraciclinas e fluoroquinolonas. - Cálcio
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Acetato de zinco Tetraciclinas

Observações: n.d.
Interacções: A absorção de zinco pode ser reduzida pelos suplementos de ferro e de cálcio, tetraciclinas e compostos que contenham fósforo, enquanto o zinco pode reduzir a absorção de ferro, tetraciclinas e fluoroquinolonas. - Tetraciclinas
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Acetato de zinco Fósforo

Observações: n.d.
Interacções: A absorção de zinco pode ser reduzida pelos suplementos de ferro e de cálcio, tetraciclinas e compostos que contenham fósforo, enquanto o zinco pode reduzir a absorção de ferro, tetraciclinas e fluoroquinolonas. - Fósforo
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Acetato de zinco Fluoroquinolonas

Observações: n.d.
Interacções: A absorção de zinco pode ser reduzida pelos suplementos de ferro e de cálcio, tetraciclinas e compostos que contenham fósforo, enquanto o zinco pode reduzir a absorção de ferro, tetraciclinas e fluoroquinolonas. - Fluoroquinolonas
Usar com precaução

Acetato de zinco Alimentos/Bebidas (Soja, fitinas, fitatos, oxalatos, taninos, pectinas)

Observações: n.d.
Interacções: Estudos de co-administração de zinco com alimentos realizados em voluntários saudáveis demonstraram que a absorção de zinco era significativamente retardada por muitos alimentos (incluindo pão, ovos cozidos, café e leite). Substâncias presentes nos alimentos, especialmente fitatos e fibras, ligam zinco impedindo a sua entrada nas células intestinais. No entanto, as proteínas parecem ser as que menos interferem. - Alimentos/Bebidas (Soja, fitinas, fitatos, oxalatos, taninos, pectinas)
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções do Acetato de zinco
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Os dados relativos a um número limitado de gravidezes expostas em doentes com doença de Wilson não revelam quaisquer efeitos adversos do zinco sobre o embrião/feto ou a mãe. Foram relatados cinco abortos espontâneos e 2 malformações congénitas (microcefalia e uma anomalia cardíaca tratável) em 42 gravidezes.
Estudos animais realizados com diferentes sais de zinco não indicaram quaisquer efeitos nefastos directos ou indirectos no que diz respeito a efeitos sobre a gravidez, o desenvolvimento embrionário/fetal, o parto ou o desenvolvimento pós-natal.
É extremamente importante que grávidas com a doença de Wilson mantenham a sua terapêutica durante a gravidez.
A decisão sobre qual o tratamento a utilizar, zinco ou agente quelante, deve ser tomada pelo médico. Os necessários ajustes na dose para garantir que o feto não se tornará deficiente em cobre terão que ser efectuados e é obrigatória a monitorização cuidadosa do doente.

O zinco é excretado no leite materno humano podendo ocorrer deficiência de cobre induzida pelo zinco em bebés amamentados. Desta forma, a amamentação deve ser evitado durante a terapêutica com Acetato de zinco.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 11 de Novembro de 2021