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Vitiligo: novo tratamento restaura coloração da pele

Estima-se entre meio por cento e 2% o número de pessoas em todo o mundo com vitiligo, um distúrbio autoimune que faz com que as células do sistema imunológico destruam os melanócitos, as células da pele que produzem pigmento.

Vitiligo: novo tratamento restaura coloração da pele

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O vitiligo pode ocorrer em qualquer idade, mas a maioria das pessoas apresenta os sintomas iniciais antes dos 30 anos. A condição pode ser particularmente angustiante para pessoas com pele naturalmente escura, porque as manchas claras se destacam ainda mais.

Apenas um tratamento havia sido aprovado anteriormente pelo FDA e removia mais coloração para evitar as manchas, em vez de restaurar a cor natural da pele, como o creme de ruxolitinibe aprovado este verão.
Um novo estudo publicado no New England Journal of Medicine mostrou que o creme de ruxolitinibe é extremamente eficaz em cerca de um terço dos pacientes que o usam durante, pelo menos, seis meses.

Atualmente, segundo o Dr. David Rosmarin, autor principal do estudo, muitos pacientes são tratados com esteroides, que não funcionam bem, ou recebem sessões de fototerapia controladas, que podem ser de difícil acesso para pessoas que moram longe de um centro que as disponibilize.

O creme com ruxolitinibe reflete uma nova compreensão do vitiligo. Ele funciona reprimindo uma resposta imune hiperativa. Cerca de 30% das 450 pessoas que receberam o tratamento ativo como parte de dois estudos viram uma melhora dramática na pigmentação facial após seis meses.
Até metade das pessoas sentiu-a após um ano de tratamento, o que indica que o creme se tornou mais potente ao longo do tempo. Convém referir que mais de 80% das pessoas em ambos os ensaios eram brancas e apenas 3% a 5% eram negras ou asiáticas.

Formulado como um creme, o ruxolitinibe não afeta todo o corpo, logo, os efeitos colaterais são relativamente menores, geralmente observa-se apenas alguma acne onde o creme é usado. O tratamento parece funcionar melhor na cabeça e pescoço, sendo as mãos e os pés mais difíceis de repigmentar.

Ainda não se sabe se as pessoas podem usar o ruxolitinibe por um período de tempo e depois parar, ou se o vitiligo regressará sem uma dosagem constante.
A duração de tempo que um paciente tem vitiligo não afetou a sua probabilidade de sucesso. Já as pessoas que tiveram poliose por vitiligo, ou a perda total de pigmentação que leva a cabelos brancos puros, não melhoraram com a substância.

Os investigadores estão a desenvolver outras abordagens para tratar a doença para aqueles que não obtiveram muitas melhoras com o creme de ruxolitinibe. O estudo e a recente aprovação do creme estabelecem um caminho para que outras empresas farmacêuticas avancem no desenvolvimento de tratamentos para o vitiligo. Este é apenas o começo.
Por demorar algum tempo para se perceberem os benefícios do creme de ruxolitinibe, seria útil encontrar uma forma de distinguir os pacientes que responderão bem daqueles que não responderão.

Eidsmo, dermatologista do Hospital Universitário Karolinska, na Suécia, refere que não está claro ainda o que acontecerá se os pacientes pararem de usar o creme, e levantou preocupações sobre a falta de diversidade entre os participantes do estudo, que eram na sua maioria brancos. Ainda assim, graças ao ruxolitinibe, os pacientes com vitiligo finalmente têm a esperança de tratamentos eficientes.

Fonte: Tupam Editores

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