Os homens mais velhos com cancro da próstata e que tenham feito terapia de privação androgénica correm um maior risco de demência e de doença de Alzheimer.

A conclusão é de uma equipa liderada por Ravishankar Jayadevappa, da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e resultou de um estudo que teve como objetivo clarificar a associação entre a exposição à terapia de privação androgénica, um tratamento que suprime hormonas e é usado para tratar o cancro da próstata, e o desenvolvimento de demência em homens mais velhos.

Para o estudo, a equipa contou com dados sobre 154 089 homens idosos que tinham sido diagnosticados com cancro da próstata entre 1996 e 2003.

Do total de pacientes, 62 330 (média de idades de 76 anos) receberam terapia de privação androgénica no espaço de dois anos após o diagnóstico. Os restantes 91 759 (média de idades de 74 anos) não receberam aquele tratamento. Os pacientes foram avaliados durante o ano de 2018.

Durante um período de acompanhamento com uma média de oito anos, foi apurado que os homens que tinham recebido terapia de privação androgénica apresentavam uma maior propensão de serem diagnosticados com demência ou doença de Alzheimer em relação aos que não tinham sido expostos àquele tratamento.

Relativamente ao diagnóstico de Alzheimer, 13,1 por cento dos homens que tinham recebido a terapia de privação androgénica desenvolveram a doença contra 9,4 por cento no grupo dos homens não tratados.
 
Dos pacientes que receberam o tratamento, 21,6 por cento foram diagnosticados com demência contra 15,8 por cento nos pacientes não expostos ao tratamento.

O estudo foi publicado no JAMA Network Open.