Um artigo publicado na Immunity sugere que a exposição a ADN bacteriano amplifica drasticamente uma população de macrófagos pulmonares, tornando-os imunossupressores fortes, o que previne e trata a asma em ratos.

Esta descoberta oferece perspetivas promissoras para o desenvolvimento de uma terapia celular baseada na administração destes macrófagos reguladores em pacientes asmáticos.

Desenvolvida pela Universidade de Liège, na Bélgica, a investigação descobriu de que forma um ambiente não higiénico, rico em ADN bacteriano, ajuda a proteger contra a asma.

O estudo indica que compostos sintéticos que imitam o ADN bacteriano foram testados noutros estudos em seres humanos, para determinar o seu efeito terapêutico no tratamento da asma, mas até agora nenhum destes compostos havia sido aprovado no mercado.

Os mecanismos de ação foram agora identificados e este estudo poderá vir a permitir uma abordagem de terapia celular que evitaria o uso de compostos potencialmente tóxicos.

No estudo, realizado em cobaias, os investigadores observaram de que forma a exposição a compostos microbianos, ou micróbios inteiros, modifica o ambiente imune do pulmão. A equipa descobriu que o ADN bacteriano, ao contrário dos outros compostos, foi capaz de amplificar fortemente uma população de macrófagos intersticiais, e que essa expansão persistiu por vários meses no indivíduo.

Se estes mesmos macrófagos fossem isolados e reinjetados nos pulmões de um rato, este não desenvolvia asma contra os extratos de ácaros da poeira doméstica. Do mesmo modo, se estes macrófagos fossem transferidos para um rato asmático, o rato ficaria curado e não teria mais sintomas de asma.

Com base nestes resultados, os investigadores pretendem desenvolver macrófagos com propriedades semelhantes in vitro a partir de monócitos, para criar uma nova terapia mais eficaz.