
QUELOIDE, A CICATRIZ MAIS TEMIDA
BELEZA E BEM-ESTAR
Tupam Editores
As cicatrizes são alterações que não representam riscos à saúde das pessoas, no entanto, podem causar muito desconforto estético, especialmente aquelas consideradas anormais, conhecidas por queloides.
O queloide é definido como uma cicatriz anormal que se expande para áreas que ultrapassam os limites da região danificada na pele. Trata-se de uma condição genética, hereditária e que pode surgir independentemente da técnica cirúrgica que provocou a cicatriz. Pode parecer incrível, mas um pequeno furo na orelha para colocação de um brinco pode ocasionar um queloide de 3 a 4 cm de diâmetro.

De natureza benigna, os queloides são lesões fibroelásticas salientes, que adquirem um espeto rosado, vermelho ou escurecido.
Esta saliência pode ter o seu crescimento continuado dependendo do estímulo que receber, sendo bastante comum que o problema leve meses e, às vezes, anos para se desenvolver.
Nem todas as pessoas desenvolvem queloides, pois diversos fatores influenciam essa predisposição. A genética é um deles. Por exemplo, se houver histórico familiar de queloides, as probabilidades de os desenvolver são maiores.
O tipo e o local da lesão também são importantes: áreas como as orelhas, peito e ombros são mais propensas ao crescimento de queloides, e as queimaduras, cortes, piercings, tatuagens e cirurgias podem facilitar o seu surgimento. Além disso, a formação de queloide é mais provável se houver inflamação durante a cicatrização.
A condição atinge igualmente ambos os sexos, porém, alguns grupos populacionais têm maior frequência para dela sofrer, como, por exemplo, os afro-descendentes e os descendentes de hispânicos e asiáticos. Os queloides são raros na infância e na velhice, sendo o quadro mais comum entre a puberdade e os 30 anos. Estas pessoas precisam de estar mais atentas pois, por possuirem uma predisposição para apresentar o problema costumam desenvolver queloides em diversas partes do corpo.
Apesar de se saber que existem pessoas que têm maior predisposição para produzir fibroblastos em exagero, ainda não se sabe ao certo como acontece o aparecimento desta lesão na pele.
De modo geral, pode-se dizer que as causas dos queloides são traumatismos e lesões do tecido, uma vez que é uma cicatrização errónea dessas situações que leva ao aparecimento do problema. O destaque vai para a acne, feridas, colocação de brincos e piercings, tatuagens, queimaduras, vacinas, cirurgias, entre outros.
Não é possível prever quais as lesões que irão apresentar queloide e quais as que não vão, isto quer dizer que mesmo que uma pessoa tenha predisposição para o problema, alguns traumas cicatrizam normalmente e outros não.

Sendo de progressão benigna, os problemas que geram não são graves e, geralmente, o que mais incomoda as pessoas é a questão estética. Quanto aos sintomas, é possível que os indivíduos sintam dor no local, comichão e sensação de ardor.
Uma coisa menos comum, porém um pouco mais preocupante a respeito da patologia, diz respeito à limitação do movimento que pode causar. Essa situação pode ocorrer caso existam várias lesões de queloide espalhadas pelo corpo, que por terem um aspeto cicatricial e mais endurecido, podem dificultar a realização de algumas atividades.
O tratamento para o problema pode variar de acordo com o paciente e com o tamanho da lesão. Pomadas (para minimizar a aparência), procedimentos estéticos e cirurgia, por exemplo, são algumas possibilidades.
A cirurgia é considerada o último recurso para a retirada. Normalmente, os resultados são mais positivos quando se remove parte do queloide, com uma técnica chamada “debuking”. Dessa forma, as incisões não atingem a pele normal, evitando o surgimento de novo queloide. Ainda na sala de cirurgia, são injetados medicamentos como medidas de controle de recidiva, seguidas de pensos oclusivos ou compressivos. Isto ajuda a diminuir a vascularização e a inibir o seu crescimento.

Um dos tratamentos mais utilizados, e procurados, é a aplicação de injeções ricas em corticoides diretamente no local da lesão.
Essa substância, por ter um potente poder anti-inflamatório, costuma impedir que a cicatriz prolifere de maneira indesejada, assim, essas injeções ajudam a prevenir o aparecimento de queloides e a melhorar o aspeto daqueles que se encontram em quadros mais avançados.
A aplicação de gel de silicone é outra alternativa que tem vindo a ganhar destaque no tratamento do queloide. Folhas de gel de silicone e pensos oclusivos do mesmo material costumam ter sucesso e podem ser associadas a placas de compressão.
Os lasers são um tipo de intervenção bastante eficaz no tratamento do queloide. O Laser CO2 fracionado pode ser utilizado para reduzir a altura do queloide e eliminar a sua cor, mas deverá ser associado a outro procedimento, como a toma de medicação e compressão mecânica.
Apenas um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, assim como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e não se automedique. Tenha em mente que interromper o tratamento sem consultar o especialista irá atrapalhar o resultado final.