
PICADAS DE INSETOS, COMO EVITAR?
DOENÇAS E TRATAMENTOS
Tupam Editores
As picadas de insetos tornam-se mais frequentes no verão. Em Portugal, aqueles de que mais somos vítimas são os mosquitos, melgas, abelhas, vespas, pulgas, piolhos e formigas, mas também podemos ser picados por alguns aracnídeos como carraças e aranhas.
Na maior parte dos casos, as consequências são inchaço, vermelhidão, irritação local e comichão… muita comichão. No entanto, uma picada de abelha ou vespa, por exemplo, pode provocar reações alérgicas em algumas pessoas com sensibilidade às picadas destes insetos, o que pode resultar num choque anafilático. É igualmente importante ter atenção às picadas das carraças e dos mosquitos, uma vez que podem ser transmissores de algumas doenças graves.
Mas, afinal, porque nos picam estes insetos?
No que diz respeito às abelhas ou vespas, só atacam quando sentem que a sua colmeia ou vespeiro está sob ameaça. Assim, quando se cruzar com um destes insetos deve manter-se calmo e afastar-se lentamente. E não esbraceje para os tentar enxotar pois só vai aumentar o risco de uma ferroada.

Já as razões que levam os mosquitos a picar são diferentes.
Primeiro, são as fêmeas do mosquito que picam. Elas são atraídas não só pelo odor corporal, mas também pelo dióxido de carbono que as suas vítimas produzem ao respirar. Isto explica que se “interessem” com mais facilidade por pessoas com maior massa corporal ou por mulheres grávidas.
Alguns estudos também sugerem a existencia de uma predileção especial dos mosquitos por indivíduos com sangue tipo O, isto em comparação a pessoas com sangue tipo A.
As carraças são oportunistas que aguardam nas ervas altas a passagem de alguém a quem se possam agarrar, detetando vibrações e o dióxido de carbono libertado por potenciais hospedeiros. Estas picam para se alimentarem de sangue, utilizando as suas peças bucais para perfurar a pele do hospedeiro e sugar o sangue. Este processo pode durar vários dias, dependendo do estágio do ciclo de vida da carraça.
Os sintomas de uma picada costumam surgir 20 minutos após a mesma e podem provocar comichão durante um máximo de 48 horas, contudo as reações variam significativamente de pessoa para pessoa, dependendo do nível individual de sensibilidade. Por exemplo, pessoas mais sensíveis à saliva do mosquito tendem a apresentar reações mais intensas.
Embora as picadas dos insetos geralmente causem sintomas leves como pele vermelha, inchaço localizado e prurido, há pessoas que podem experimentar reações mais fortes e potencialmente perigosas, como quebra súbita da pressão arterial, sensação de desmaio, tonturas ou confusão mental, inchaço no rosto e na boca, dificuldade extrema para respirar, provocada pelo inchaço na garganta. Este tipo de situações é alarmante, devendo ser consultados os serviços de emergência imediatamente.
Por vezes, não é possível evitar uma picada ou mordida de inseto, felizmente, a maior parte das situações pode ser tratada em casa. Se for picado, deve começar por aplicar gelo sobre a picada para aliviar gradualmente a comichão.
No caso de ser uma picada de abelha deve-se remover o ferrão que possa estar preso na pele. Depois, deve-se lavar bem a área com água fria, pois o uso de água quente pode intensificar a comichão.
Se houver dor, como costuma acontecer nas picadas de abelha, a pessoa pode tomar um analgésico prescrito pelo médico. Se a comichão persistir e o gelo não for suficiente, pode-se aplicar uma pomada calmante ou hidratante, adquirida na farmácia, para ajudar a aliviar o desconforto.

Se não conseguir prevenir uma picada ou mordida de inseto antecipadamente deverá tomar cuidados para a evitar no futuro. Pode parecer incrível mas podem-se evitar as picadas de insetos seja de dia ou de noite, quer esteja em casa ou fora.
De entre os principais cuidados a ter, o destaque vai para o uso de roupas adequadas que consigam cobrir a pele. As mangas compridas e os lenços leves ajudam nos dias mais quentes. Deve dar-se ainda preferência ao calçado fechado em zonas onde os insetos são comuns.

A aplicação de repelentes contra melgas e mosquitos também pode ajudar. Existem ainda pulseiras aromatizadas e alguns cremes para aplicar depois do banho que vão deixar estes insetos bem longe.
Devem evitar-se águas paradas ou muita vegetação. Isto quer dizer que se deve aproveitar para fazer a limpeza do jardim durante os dias mais frescos para evitar o aparecimento destes animais durante o outono ou inverno.
Nas zonas internas, a solução é manter as janelas e as portas fechadas ou usar redes antimosquitos. Se estiver ao ar livre, especialmente ao entardecer, poderá acender uma vela de citronela, um aroma que os insetos detestam.
Devem manter-se os alimentos e as bebidas tapados enquanto se estiverem a consumir ao ar livre, especialmente os doces e as frutas.
No nosso país não há muitas espécies de insetos ameaçadoras (a não ser que a pessoa seja alérgica), mas o caso pode mudar de figura se viajar para o estrangeiro. Se for para um destino na América do Sul, Ásia ou África marque a sua Consulta do Viajante para receber informação específica e, se for caso disso, atualizar a vacinação ou para que lhe sejam prescritos alguns medicamentos.