Cientistas da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, desenvolveram uma plataforma eletrónica em miniatura - um chip - para estimular e registar os pulsos das fibras nervosas periféricas.

Ao modular e registar rapidamente a atividade dos nervos com alta resolução, a inovação abre caminho para o uso de chips para melhorar os projetos de neuropróteses, próteses ligadas diretamente aos nervos dos pacientes.

A neuroprotética - implantes contendo elétrodos multicontato que podem substituir certas funcionalidades dos nervos - têm um grande potencial, podendo ser capazes de restaurar a sensação de toque em amputados, ajudar paraplégicos a andar novamente, estimulando a espinal medula, ou “silenciando” a atividade nervosa de pessoas que sofrem de dor crónica.

O “nervo num chip” mostrou ser capaz de estimular e registar os disparos de fibras nervosas explantadas, da mesma forma que uma neuroprotética implantada. A plataforma contém microcanais contendo elétrodos, enquanto as fibras nervosas explantadas reproduzem fielmente a arquitetura, a maturidade e o funcionamento do tecido in vivo.

O nervo num chip pode ser criado em dois dias e é capaz de registar rapidamente centenas de respostas nervosas com uma alta relação sinal-ruído. No entanto, o que realmente o diferencia é que pode registar a atividade de células nervosas individuais, e não apenas de grupos delas, como os elétrodos atuais.

A equipa testou a sua plataforma em fibras nervosas extraídas da espinal medula de ratos, testando várias estratégias para estimular e inibir a atividade neural. O próximo passo será usar o chip num implante colocado ao redor de um nervo no corpo do animal, para estudar o efeito inibidor in vivo.