MOSQUITOS PORTADORES DE DOENÇAS

MOSQUITOS PORTADORES DE DOENÇAS

MEDICINA E MEDICAMENTOS

  Tupam Editores

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O mosquito é um animal pertencente a um vasto grupo de insetos classificados na ordem Diptera, subordem Nematocera, com particular destaque para a família Culicidae, sendo caracterizado por antenas longas, normalmente com 6 ou mais segmentos. O registo fóssil mais antigo de um exemplar desta ordem até hoje encontrado data de há 225 milhões de anos.

Devido à sua capacidade para formarem vernáculos, os mosquitos não obedecem às regras da nomenclatura científica, abrangendo diversos táxons (unidade de classificação científica), como é o caso dos mosquitos-palha. O étimo "mosquito" vem do diminutivo espanhol de mosca, derivado do latim musca, do indo-europeu mu- (imitativo do zumbido das suas asas em voo).

Biologia e ciclo de vida

São insetos de desenvolvimento completo (holometabólicos) e reprodução sexuada. Os ovos apresentam formas variadas e possuem uma estrutura especial para flutuação, quando em meio líquido. As suas larvas são geralmente do tipo vermiforme e as pupas podem ser móveis ou imóveis.

Tal como os outros membros da ordem Diptera, os mosquitos têm um par de asas e um par de halteres, que comportam modificações das asas posteriores que são usadas como órgãos de equilíbrio. A tromba dos mosquitos (probóscide) está adaptada para a sucção de líquidos tais como seiva, néctar ou sangue. Muitas das espécies, como o Anopheles e Aedes aegypti são vetores de parasitas respetivamente da malária e da dengue.

Em geral, os mosquitos apresentam acentuado dimorfismo sexual: os machos exibem antenas plumosas (como minúsculos pinheiros de natal), e as fêmeas apresentam antenas pilosas e são muito mais corpulentas que os machos; em quase todas as espécies estas alimentam-se de sangue de vertebrados, incluindo o homem, para maturar os seus ovários antes de depositarem os ovos. O seu tamanho é variável, mas raramente é superior a 15 mm. O peso dos mosquitos é apenas de 2 a 2,5 miligramas e conseguem voar de 1,5 a 2,5 km/h. Vivem entre duas semanas a um mês e sabe-se que andam por cá, pelo menos desde o jurássico médio.

Insetos comuns e vetores de doenças

A grande maioria dos insetos é inofensiva para o ser humano e alguns tornaram-se até muito úteis. Sem eles, muitas plantas e árvores que fornecem alimento ao ser humano e animais tornar-se-iam estéreis pela ausência da polinização.

Mas também os há que incomodam humanos e animais com picadas, por vezes dolorosas, ou os que devido ao seu elevado número danificam as plantações, fonte de seu alimento. Os mais perniciosos são, no entanto, os portadores de doenças e morte.

A maior parte das doenças febris no homem é causada por microrganismos veiculados por insetos. O termo "inseto" é normalmente utilizado para designar os insetos comuns e os animais com três pares de patas, como a mosca, pulga, mosquito, piolho e besouro, ou de oito, como ácaros e carraças, todos eles classificados na categoria dos artrópodes, a maior divisão do reino animal, onde estão identificadas cerca de um milhão de espécies.

As doenças transmitidas por estes animais provocaram mais mortes entre o séculos XVII a XX do que o conjunto de todas as outras causas estimando-se que, atualmente, cerca de uma em cada seis pessoas esteja infetada com uma doença transmitida por insetos.

Estes podem atuar como vetores – ou seja, transmissores de doenças – de duas formas distintas. Por transmissão mecânica, em que animais como as moscas, por exemplo, transportam nas patas milhões de microrganismos que, dependendo da quantidade, podem provocar doenças debilitantes e mortíferas como a febre tifoide, a disenteria e até mesmo a cólera. Outra forma de transmissão ocorre quando insetos hospedeiros de vírus, bactérias ou parasitas infetam as vítimas através de picada ou outros meios. Porém, apenas uma pequena percentagem de insetos transmite doenças ao homem dessa forma.

A malária segundo a OMS

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o mosquito é o mais perigoso de todos os insetos vetores.

O Relatório Mundial da Malária 2014 daquela organização, resume e coordena a informação recebida de países e outras fontes onde a malária é endémica, e atualiza a análise apresentada nos relatórios de anos anteriores. Nele são avaliadas as tendências globais e regionais de malária, destacando os progressos na consecução das metas globais, e descrevendo as oportunidades e desafios no controle e eliminação da doença. Este seu último relatório foi apresentado no Parlamento Britânico em 9 de Dezembro de 2014.

A malária é uma doença transmitida por um mosquito, sendo inteiramente evitável e tratável. Em 2014, 97 países e regiões tiveram transmissão contínua da malária. Estima-se que 3,3 biliões de pessoas estão em risco de malária, dos quais 1,2 mil milhões em alto risco. Em áreas de alto risco, mais do que um caso de malária ocorre por 1000 habitantes.

Havia uma estimativa de 198 milhões de casos de malária em todo o mundo (variando entre 124 a 283 milhões) em 2013, e estima-se que 584 mil mortes (intervalo de 367 000 a 755 000). De todas as mortes por malária, 90 por cento ocorrem na África. Em 2013, um número estimado de 437 mil crianças africanas morreram antes de seu quinto aniversário devido a malária. Globalmente, a doença causou um número estimado em 453 mil menores de cinco anos mortos em 2013. Entre 2000 e 2013, a expansão de intervenções contra a malária ajudou a reduzir a incidência da doença em 30% globalmente e em 34% na África.

Durante o mesmo período, as taxas de mortalidade da malária diminuíram num valor estimado de 47% em todo o mundo e 54% em África. Na faixa etária de menores de cinco anos, as taxas de mortalidade declinaram em 53% globalmente e 58% em África.

Nova análise revela que a prevalência da infeção pelo parasita da malária (incluindo infeções sintomáticos e assintomáticos) diminuiu significativamente em África desde 2000. O número de pessoas infetadas caiu de 173 milhões em 2000 para 128 milhões em 2013 – uma redução de 26%. Isto ocorreu apesar de um aumento de 43% na população Africana que vive em áreas de transmissão da malária.

A Google, a malária e a Dengue

No universo das doenças transmitidas por vetores destacam-se a malária e a dengue. A dengue é uma doença viral cujo principal vetor é o mosquito Aedes aegypti fêmea.

Os vetores são organismos que transmitem ativa ou passivamente um agente infeccioso entre humanos ou de um animal infetado para um humano. Os vetores mais frequentes são insetos, sendo a picada o mecanismo de transmissão dos agentes patogénicos. Os insetos-vetores mais comuns são os mosquitos, a mosca da areia e a carraça. É necessário ter em conta que um inseto pode transportar no seu interior diferentes agentes patogénicos, o que significa que, através de uma única picada, podem ser transmitidas várias doenças.

Quando a Google se empenha em fazer uma coisa, na maioria das vezes, tem sucesso. Agora, a empresa tem uma meta um pouco fora do comum, mas trata-se de algo que pode ser muito bom para toda a humanidade: a erradicação de doenças como a malária e a dengue.

Quem está por trás dessa ideia é Linos Upson, um executivo da Google que colaborou no desenvolvimento do motor de busca Chrome. De acordo com o Business Insider, a companhia tem por objetivo desenvolver um projeto para modificar geneticamente os mosquitos que causam aquelas doenças.

Um estudo publicado na Popular Science e realizado no Brasil, revela que os mosquitos que foram geneticamente modificados até o momento já reduziram a população dos insetos transmissores de dengue em cerca de 95 por cento.

Cabo Verde sem vírus da malária e dengue

Os casos de malária recuaram em cerca de um terço em África e a República de Cabo Verde é o primeiro dos países africanos a eliminar a malária, segundo recente relatório da OMS.

Segundo notícias veiculadas pela imprensa daquele país irmão a 6 de setembro de 2015, também a dengue, que havia atingido o país em 2009 e com alguns casos importados em 2013, foi definitivamente eliminada dos mosquitos hospedeiros.

Um estudo entomológico e virológico da dengue realizado por investigadores do Instituto Pasteur de Dakar, Senegal revelava que os mosquitos em Cabo Verde não estavam, até àquela data, infetados pelo vírus da dengue. Entretanto, quanto à densidade vetorial, os especialistas afirmam que o país "está numa situação limite" e recomendam, por isso, às autoridades sanitárias que continuem a trabalhar e reforçar a vigilância já que a pesquisa foi realizada antes da estação das chuvas.

O estudo concluiu que a população de Aedes aegypti, um dos mosquitos transmissores da dengue, está dentro dos limites definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e que estes insetos não estão infetados pelo vírus da dengue.

Apesar disso, os pesquisadores mostram-se preocupados, principalmente com as formas como que as populações fazem o armazenamento de água. É que nas pesquisas, o maior dos focos de mosquitos foi encontrado em "bidões" e cisternas de água. Foram detetadas outras proliferações em pneus, vasos, garrafas de água abandonadas e aquários.

Segundo os dados do Ministério da Saúde do país, Cabo Verde não registou este ano qualquer caso de dengue ou paludismo autóctone. Os sete casos de paludismo até agora detetados no país foram detetados em pessoas provenientes do estrangeiro.

Doenças, sintomatologia e tratamento

De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS) e a v, as doenças transmitidas por vetores são uma preocupação para a saúde a nível mundial, estando mais de metade da população em risco.

Portadores de agentes patogénicos como vírus e parasitas, os mosquitos, com uma simples picada, podem transmitir a malária, a dengue, a febre amarela, a Chikungunya e a febre do Nilo Ocidental, entre outras doenças graves. As primeiras três, combinadas, matam todos os anos milhões de pessoas e provocam doenças em outras centenas de milhões.

O protozoário apresenta quatro espécies capazes de provocar a doença no homem: P. falciparum, P. malariae, P. ovale, P. vivax. Destes, o Plasmodium falciparum é o que provoca as formas mais graves da doença, sendo responsável por cerca de 95 por cento das mortes.

Noventa por cento das mortes ocorrem na África subsaariana mas alguns países da Ásia e América Latina são também afetados. Na Europa, os cerca de dez mil casos registados, são importados. Em Portugal a doença, que chegou a matar quatro mil portugueses por ano nas décadas de 1920 a 1940, está erradicada desde 1950, mantendo-se, no entanto, na lista de Doenças de Declaração Obrigatória.

Os sinais e sintomas da malária surgem geralmente entre 8 a 25 dias após a infeção. As manifestações iniciais são idênticas em todas as espécies de malária e semelhantes aos sintomas da gripedores de cabeça, febre, calafrios, dores nas articulações, vómitos, anemia hemolítica, icterícia, hemoglobina na urina, lesões na retina e convulsões.

Devido à natureza não específica dos sintomas, o diagnóstico da doença em regiões não endémicas exige reconfirmação, devendo ter em conta fatores de diagnóstico auxiliares, como o historial recente de viagens, aumento do volume do baço, febre, número reduzido de plaquetas no sangue e, níveis de bilirrubina superiores ao normal com a contagem de glóbulos brancos dentro dos limites habituais.

A malária é geralmente confirmada através de exame microscópico de esfregaços ou de testes de diagnóstico rápido (DRT) baseados na deteção de antígenos.

Confirmado o diagnóstico, os doentes com malária ligeira podem ser tratados em casa, mas os casos mais graves devem ser conduzidos para meio hospitalar por necessitarem de fármacos e tratamento para as outras condições que possam ser desencadeadas pela doença.

No passado, a quinina era o único medicamento eficaz para combater a doença. Hoje, porém, existem muitos e diferentes medicamentos para esse efeito.

A cloroquina foi o primeiro composto sintético utilizado no tratamento da malária. Além da quinina e da cloroquina, outros medicamentos passaram a ser usados, como a sulfadoxina-pirimetamina (mefloquina), o atovaquone-proguanilo (Malarone) e a doxiciclina.

Quando tratada de forma adequada, o doente obtém a recuperação total. No entanto, a malária grave pode progredir muito rapidamente e provocar a mortes num prazo de horas ou dias.

Apesar de nenhuma outra doença ser tão devastadora como a malária, o mosquito transmite ainda outras doenças que afetam gravemente a saúde, como por exemplo a dengue.

Anualmente, mais de cem milhões de pessoas tornam-se portadoras da dengue ou doenças relacionadas com dengue hemorrágica e síndrome de choque da dengue. Os quatro vírus causadores da doença são o DEN-1, 2, 3, e 4, sendo os seus principais transportadores duas espécies do mosquito Aedes: o aegypti e o albopictus.

A doença encontra-se difundida nas regiões tropicais e subtropicais da América Central e do Sul, África e sudeste da Ásia, tendo mais recentemente expandido para algumas regiões da Austrália, continente Norte-Americano e, no nosso país, para a Região da Madeira, aumentando assim o risco de transmissão ao viajante.

O mosquito Aedes, altamente adaptado ao habitat do ser humano, pica durante o dia, sobretudo no período do amanhecer e antes do pôr-do-Sol. Não existe transmissão pessoa a pessoa. A doença na maioria dos casos é autolimitada, com os doentes a recuperarem após alguns dias sem necessidade de tratamento podendo, até, não originar sintomatologia.

Manifesta-se, geralmente, por um estado febril agudo seguido de sintomas generalizados idênticos aos da gripe, sendo os mais característicos as dores musculares e de cabeça frontais intensas, sobretudo retro-orbitais. Por vezes, pode surgir ligeiro eczema na pele. Numa pequena percentagem de casos, a doença pode manifestar-se com sintomas hemorrágicos que, em casos raros, podem constituir perigo de vida caso não se inicie a terapêutica rápida e adequada.

Não existe vacina ou medicação preventiva disponível. A prevenção da doença em áreas de risco baseia-se exclusivamente nas precauções gerais. Este não é, contudo, o caso da febre amarela, para a qual está disponível uma vacina muito eficaz.

A febre amarela é uma doença hemorrágica viral com elevados índices de mortalidade. Estima-se que cerca de 200 mil casos ocorram anualmente e provoque mais de 30 mil mortes. Tal como a dengue, a doença é transmitida pela picada de mosquitos Aedes infetados.

As áreas de risco situam-se nas regiões tropicais de África e América do Sul, sendo que no Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru o risco é acrescido.

O vírus permanece incubado entre 3 a 6 dias e as manifestações da doença, sendo muito variadas, tornam difícil reconhecer precocemente a moléstia. A fase inicial inclui sintomas do tipo gripal, como febre alta, cefaleias, dores musculares, falta de apetite e náuseas/vómitos. Em cerca de 15 por cento dos casos há evolução para uma fase tóxica, de elevada mortalidade, caracterizada por disfunção multi-orgânica (sobretudo fígado e rins) condicionando hemorragias generalizadas e anúria. Metade dos doentes, nesta fase, morrem dentro de 10 a 14 dias, mas os restantes podem recuperar por completo.

Um hemograma confirma o diagnóstico da doença e o foco do tratamento resume-se a manter o paciente confortável e em descanso. Contrariamente a muitas outras doenças transmitidas por mosquitos, a febre amarela pode ser evitada por meio de vacinação, que protege eficazmente crianças e adultos, por um período de 10 anos.

Mas, a dengue e a febre amarela não são as únicas ameaças transportadas pelo Aedes aegypti. O mosquito também pode transmitir o vírus da Chikungunya (CHIKV), febre cujos sintomas são similares aos de outras doenças e que já causou graves epidemias na Ásia, África, Europa e região do Caribe.

Envolvendo os vetores A. aegypti e A. albopictus, o período de incubação deste arborovírus é de 4 a 7 dias e, na maioria dos casos, a doença é auto-limitante. A mortalidade em menores de um ano é de 0,4 por cento, podendo ser mais elevada em pacientes com patologias associadas. Embora a transmissão direta entre humanos não esteja demonstrada, considera-se a possibilidade de transmissão in utero da mãe para o feto.

Os sintomas da Febre Chikungunya são característicos de uma virose, e portanto, inespecíficos, salientando-se no entanto febre repentina acima de 39ºC e dores intensas nas articulações e músculos.

Ao contrário da dengue, uma parte dos indivíduos infetados pode desenvolver a forma crónica da doença, com a permanência dos sintomas, que podem durar entre 6 meses a 1 ano. Dado não existir medicamento ou vacina para a infeção, o tratamento é restringido ao controle da febre e das dores.

Influência das alterações climáticas

Apesar destas doenças ocorrerem habitualmente em zonas tropicais e subtropicais (ou em locais em que o acesso à água potável ou saneamento básico possam constituir um problema), nos últimos anos tem-se assistido à sua disseminação para áreas geográficas mais vastas.

A introdução de espécies invasivas de mosquitos exóticos tem vindo a ocorrer de um modo silencioso mas gradual. Desde os anos 90, o mosquito Aedes albopictus tem vindo a propagar-se através da Europa, encontrando-se atualmente disseminado em vários países da bacia do Mediterrâneo, onde já esteve implicado em várias epidemias de Chikungunya e dengue.

Embora a dengue ainda não tenha sido detetada em Portugal, a sua chegada está prevista para breve e, uma vez estabelecida, a introdução no país será quase uma inevitabilidade. Após a introdução do mosquito Aedes aegypti na Madeira, foram necessários apenas 7 anos para que um surto de dengue ocorresse. As suas proporções não foram catastróficas devido a uma rápida e eficiente atuação das autoridades e à colaboração entre instituições e peritos.

A propagação destes insetos pode ser facilitada por vários fatores, tais como o incremento das viagens e comércio internacional, a introdução de novas práticas agrícolas, o aumento da mobilização da população da região rural para urbana e sobretudo as alterações climáticas, em particular as ligadas ao aquecimento global.

Alguns cientistas prevêem que o aquecimento global fará com que os insetos transmissores de doenças se propaguem em climas atualmente mais frios, o que parece já estar a acontecer na Alemanha, onde já foram catalogadas 50 espécies de mosquitos emigrados, já adaptados ao clima.

Devido ao aquecimento global, em algumas regiões, a estiagem transforma rios em pântanos, enquanto noutras, as chuvas e inundações deixam charcos de águas estagnadas, que se tornam foco de proliferação.

O aquecimento abrevia o ciclo de reprodução dos insetos, acelerando a sua multiplicação e tornando-os mais ativos, aumentado assim a capacidade de infeção dos agentes patogénicos de que são portadores. Perante este cenário a vigilância entomológica para a deteção rápida de vetores invasores é essencial para avaliar os riscos associados às doenças por eles transmitidas e, deste modo, prevenir e controlar precocemente os surtos epidémicos.

Medidas preventivas e de proteção

A principal medida de prevenção consiste na proteção contra a picada do mosquito. Promover o uso de repelentes ou roupas que cubram a maior parte do corpo, o uso de redes protetoras nas janelas e portas, a eliminação de possíveis locais de incubação, tais como recipientes com água, ou a administração de vacina, quando adequado e disponível, fazem parte das medidas simples a adoptar para esse fim.

Os repelentes de insetos são substâncias que se aplicam na pele exposta ou no vestuário de modo a prevenir o contacto Homem/vetor; deve ser selecionado um repelente que contenha DEET (N,N-dietil-m-3-metilbenzamida), IR3535® (3-[N-acetil-N-butil]-ácido etílico aminopropiónico) ou Icaridina (1-ácido piperidinecarboxílico, 2-(2-hidroxietil)-, 1-methilpropilester).

Por terem uma ação limitada é muito importante saber usá-los. Uma investigação britânica divulgada em 2013 mostrou que o Aedes aegypti está, aparentemente, a desenvolver resistência à dietiltoluamida (DEET), o princípio ativo da maioria dos produtos à venda no mundo. De qualquer forma, uma das grandes chaves para ampliar a proteção oferecida pelo repelente é justamente a reaplicação.

As redes mosquiteiras são excelentes para proteção pessoal durante o sono, e podem ser usadas estando ou não impregnadas (as impregnadas são mais eficazes) de inseticida. Estas devem ser fortes e a dimensão da malha não deve ser superior a 1,5 mm.

Os sprays inseticidas são também eficazes pelo seu efeito imediato e letal. Os locais onde se vai dormir devem ser pulverizados mas, por serem de curta duração, é recomendada a pulverização associada ao uso de uma serpentina – um vaporizador inseticida que tem, geralmente, como princípio ativo um piretroide sintético –, ou de um mosquiteiro.

No exterior, em alturas do dia em que os vetores estão ativos, a roupa que se usa pode ser eficaz na proteção contra as picadas. Curiosamente os mosquitos preferem normalmente roupas de cor escura às de cor mais clara. Acredita-se que a razão pela qual isto ocorre é porque as cores escuras absorvem calor, enquanto as mais claras o refletem.

A espessura do material é fundamental e o repelente, quando aplicado na roupa, tem um efeito mais duradouro do que se for aplicado na pele; a proteção adicional é conseguida pelo tratamento da roupa com permetrina ou etofenprox, com vista a prevenir a picada de mosquito através da mesma.

O número de pacientes vítimas de picadas de insetos é alarmante! Em África morre uma criança a cada minuto com malária e a dengue é a doença que mais tem aumentado nos últimos anos.

A divulgação de informação específica relativa a medidas de proteção individual e prevenção da multiplicação de vetores é uma das estratégias da OMS e dos Organismos Nacionais da Saúde, para diminuir este flagelo.

Mas a responsabilidade passa por todos!

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