A longevidade é uma das grandes obsessões do ser humano. Viver mais tempo e envelhecer com saúde são dois desafios constantemente enfrentados pela medicina e pela ciência, que já conseguiram grandes avanços com ganho para a expetativa de vida.

Apesar de ainda se saber muito pouco sobre o processo de envelhecimento em si, sabe-se que o corpo passa por mudanças naturais que têm impacto na absorção dos nutrientes essenciais para a manutenção da saúde. Com a redução do apetite – comum na terceira idade – a ingestão de vitaminas, minerais e macronutrientes essenciais para o corpo pode ser insuficiente, tornando necessária a inclusão de suplementos alimentares na dieta.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as necessidades nutricionais dos idosos devem ser avaliadas e definidas de forma individual, já que variam de uma pessoa para outra.

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Cabe ao profissional de saúde definir qual é o melhor suplemento para cada caso e as quantidades que devem ser consumidas diariamente para se obterem resultados positivos. Contudo, existe um consenso sobre os suplementos que podem auxiliar na manutenção da saúde dos idosos e promover uma longevidade plena.

As proteínas estão entre esses suplementos. As pessoas idosas têm uma grande propensão para a diminuição da massa muscular e a perda de força, condição conhecida como sarcopenia. As proteínas são macronutrientes que desempenham um papel crucial na construção muscular, especialmente durante o envelhecimento.

Podem ser incluídos na dieta suplementos à base de proteínas, como o Whey Protein (proteína do soro do leite) e proteínas de origem vegetal (como ervilha e lentilha). O objetivo é preservar a massa muscular, proporcionar mais força e ajudar a prevenir quedas, por exemplo.

Importante para a saúde óssea e imunidade, a vitamina D é um nutriente que regula a absorção de cálcio e fósforo pelo organismo. Devido a esse benefício, ela desempenha um papel crucial na prevenção da osteoporose. Apesar de ser mais comum na menopausa, a doença também afeta homens idosos, podendo aumentar a probabilidade de fraturas ósseas.

As vitaminas do complexo B, especialmente a B6 e a B12, também são essenciais para a saúde dos idosos. A vitamina B6 desempenha um papel no metabolismo de proteínas, gorduras e açúcares, além de contribuir para o funcionamento adequado do sistema nervoso central.

Já a vitamina B12 é fundamental para a saúde cardiovascular e também desempenha funções importantes no sistema nervoso, participando da produção de células cerebrais. Importa referir que a deficiência de B12 pode aumentar o risco de AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Além das vitaminas, minerais como cálcio, ferro e zinco também podem ser utilizados como complemento da alimentação do idoso. O cálcio, o mineral mais presente no corpo humano, atua no fortalecimento dos ossos e dentes, sendo importante para prevenir a osteoporose, fraturas ósseas e perda dentária.

O ferro atua na síntese da hemoglobina, a proteína responsável pelo transporte de oxigénio pelos glóbulos vermelhos. O mineral desempenha um papel significativo na prevenção da anemia, uma condição comum entre os idosos devido à dificuldade de absorção de nutrientes.

Já o zinco atua diretamente no sistema imunológico, ajudando na maturação das células de defesa do organismo (linfócitos). Sabendo que o organismo se torna mais suscetível a infeções durante a terceira idade, o zinco acaba por ser crucial na prevenção de complicações graves de saúde.
Outro nutriente essencial para a terceira idade é o ómega 3. Vários estudos sugerem que um maior consumo deste ácido gordo está associado à redução do risco de Alzheimer. Além disso, o ómega 3 tem efeito anti-inflamatório e previne uma série de doenças, incluindo condições cardiovasculares, autoimunes e infecciosas.

Além destes, a suplementação com antioxidantes também pode ajudar a manter a vitalidade das células e a saúde geral, promovendo um envelhecimento saudável.

Antioxidantes como a vitamina C, vitamina E, betacaroteno e selénio ajudam a neutralizar os radicais livres, substâncias que podem danificar as células e acelerar o envelhecimento.

A Coenzima Q10, um antioxidante produzido naturalmente pelo corpo, desempenha um papel vital na produção de energia nas células, especialmente no coração. Essa suplementação pode ser crucial para manter a saúde cardiovascular e proporcionar um envelhecimento mais ativo.

Além dos suplementos, outros pilares para um envelhecimento saudável são:

– fazer uma alimentação equilibrada com hidratos de carbono, gorduras, proteínas, fibras, probióticos e água;

– reduzir o stress, através de atividades como meditação, ioga, leitura e contacto com a natureza;

– praticar atividade física para combater a diminuição da força muscular e diminuir o risco de doenças crónicas. Caminhada, musculação e pilates são exercícios excelentes para o efeito.

Ao integrar estes suplementos numa rotina cuja prioridade seja uma alimentação equilibrada, a gestão do stress, a prática regular de atividades físicas e outros cuidados essenciais, está a investir não apenas na quantidade, mas na qualidade dos anos que estão por vir. A busca por uma vida longa e plena de saúde é uma jornada que envolve múltiplos aspetos, e cada passo dado nessa direção contribui para um envelhecimento saudável e gratificante.