Cientistas da Faculdade de Medicina Penn State, nos Estados Unidos, levantaram a possibilidade de o vírus do papiloma humano (HPV, na sigla em inglês) poder ser transmitido também pelo sangue. O estudo foi publicado na revista Emerging Microbes and Infections.

O HPV é um vírus sexualmente transmissível que, na maioria das vezes, é inofensivo, mas pode dar origem a verrugas genitais e cancro.

Há uns anos, os investigadores analisavam amostras de sangue de crianças VIH-positivas quando descobriram que estas também eram portadoras do HPV.

Sendo que estas crianças eram tão pequenas, a equipa questionou-se se a infeção pelo HPV viria de transfusões de sangue a que estas crianças tinham sido submetidas.

Para estudar esta hipótese, os cientistas utilizaram coelhos Sylvilagus cujo tipo de HPV é semelhante à forma humana, a quem injetaram o vírus na corrente sanguínea. Quatro semanas depois os coelhos apresentavam tumores, demonstrando que o vírus havia viajado pela corrente sanguínea.

No segundo teste, os cientistas injetaram cinco vezes menos a quantidade de vírus no sangue dos animais. Ainda assim apareceram tumores, em 18 sítios diferentes.

Para testar a contaminação por transfusão, foram retirados dez mililitros de sangue de um animal infetado e transferido para um animal saudável. Este segundo também desenvolveu tumores.

O mesmo resultado foi obtido nos ratos, tendo estes até desenvolvido tumores nas membranas mucosas, como língua e genitais.

As pessoas que recebem transfusões têm o sistema imunitário especialmente vulnerável e este estudo revela a necessidade de adicionar o HPV à lista de vírus a rastrear no sangue dos dadores, afirmou Jiafen Hu, uma das autoras do estudo.