EXAME DE PCR, PARA QUE SERVE?

EXAME DE PCR, PARA QUE SERVE?

MEDICINA E MEDICAMENTOS

  Tupam Editores

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Cuidar da saúde passa pela prevenção e monitorização dos sinais que o corpo transmite, sendo a proteína C reativa, também conhecida pela sigla PCR, um indicador importante nas análises clínicas.


Mas, afinal, o que é a proteína C reativa e para que serve o exame?


A proteína C reativa foi descoberta em 1930, no Instituto Rockfeller, nos EUA, tendo recebido o seu nome devido à reação ao anticorpo “C”, localizado na cápsula do pneumococo. É uma proteína pentamérica anelar (em formato de anel) presente no plasma sanguíneo.

A PCR é um marcador amplamente utilizado em análises laboratoriais para avaliar o estado de saúde dos pacientes.


É sintetizada pelo fígado e possui uma concentração sérica elevada em situações relevantes, facultando respostas importantes à investigação clínica.

O exame de PCR serve para: investigar infeções por vírus, fungos, bactérias ou parasitas e identificar a presença de alterações genéticas que podem ser indicativas de cancro ou aumentar o risco de tumores.

Mas a sua relevância vai além do diagnóstico inicial, sendo fundamental também para o acompanhamento da evolução clínica e na definição do plano terapêutico. Por exemplo, níveis elevados de PCR podem ser sinal de que são necessárias intervenções mais agressivas, enquanto a redução desses níveis durante o tratamento pode indicar uma resposta positiva à terapêutica administrada.

Os níveis da proteína são avaliados através de um exame de sangue simples, realizado a partir de uma amostra sanguínea convencional. Atualmente, a PCR é considerada o melhor marcador de respostas agudas a infeções e processos inflamatórios, quando a sua concentração sérica se eleva. Isto porque os níveis regulares da PCR no sangue são normalmente baixos.

 

Para fazer esta análise não é necessário fazer jejum e o teste pode ser realizado de duas formas: PCR padrão, utilizada para monitorizar inflamações gerais, infeções agudas e doenças autoimunes; e PCR de alta sensibilidade (PCR-as), para avaliar inflamações de baixo grau, relacionadas com riscos cardiovasculares (como a aterosclerose).

Importa referir que, apesar da sua designação comum estas análises não devem ser confundidas com o exame RT-PCR (teste à Covid-19). A sigla PCR também é a abreviatura inglesa para “polymerase chain reaction” (reação em cadeia da polimerase).

A PCR alta pode estar associada a diversas situações de infeções e/ou inflamações, incluindo: infeções bacterianas, enfarte agudo do miocárdio, neoplasias, doenças autoimunes (febre reumática e lúpus eritematoso sistémico, por exemplo).

Apesar de os valores de referência da PCR variarem muito consoante o laboratório, de uma forma geral, na maioria dos adultos saudáveis, a PCR tem um valor inferior a 0,3 mg/dL. Sabe-se, contudo, que os valores normais aumentam com a idade e que são ligeiramente superiores nas mulheres.

 

Valores entre 0,3-1,0 mg/dL são considerados aumentos ligeiros e podem surgir em várias situações, muitas sem sinais de inflamação, por exemplo obesidade, trabalho de parto, diabetes, insónias, depressão, sedentarismo, tabagismo, alimentação pouco saudável, entre outros.

Os valores entre 1,0-10,0 mg/dL são considerados aumentos moderados, já os valores superiores a 10,0 mg/dL são aumentos marcados.

Um aumento isolado da PCR pode não ter qualquer significado. Não é possível diagnosticar um paciente apenas com essa dosagem. Os valores da PCR têm de ser analisados em conjunto com os resultados de outras análises ou exames de diagnóstico e da avaliação médica, principalmente quando se trata de aumentos ligeiros a moderados.

A PCR eleva-se devido à presença de um processo infeccioso ou inflamatório no corpo, logo, para a baixar é preciso tratar a doença que causou o seu aumento. A abordagem terapêutica adequada fará com que os níveis de PCR no sangue voltem ao normal. Portanto, o tratamento dependerá da causa.

 

Outra forma de prevenção e de manutenção dos níveis normais deste indicador é a adoção de um estilo de vida saudável.

De entre os vários hábitos que pode implementar, deve:

Fazer uma alimentação equilibrada, que inclua alimentos ricos em fibras, vitaminas e proteínas, como frutas e vegetais, salmão e grãos integrais; Praticar exercício físico com regularidade, como, por exemplo, natação e caminhadas;

Evitar hábitos nocivos, como o tabaco e o álcool, de modo a proteger o fígado;

Controlar o peso, pois um peso saudável reduz os riscos associados à obesidade;

Fazer análises clínicas com regularidade de maneira a identificar e corrigir alterações que podem afetar a saúde.

É importante retornar ao médico que solicitou o exame de PCR para que ele interprete o resultado. Sendo necessário, o profissional poderá aprofundar a avaliação do caso para chegar a um diagnóstico e propor um tratamento.

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