DESCARTE DE MEDICAMENTOS: SABE COMO FAZER?

DESCARTE DE MEDICAMENTOS: SABE COMO FAZER?

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

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De vez em quando é necessário verificar o armário dos medicamentos e, inevitavelmente, descobrem-se alguns que sobraram ou que se encontram foram do prazo de validade.


Sabe como se descartar corretamente deles?


 

O descarte adequado de medicamentos é uma prática essencial para proteger o meio ambiente e a saúde pública.

Descartar de forma incorreta, ou seja, no lixo doméstico ou despejar na retrete, lavatório ou lava-loiça, pode levar a que substâncias químicas prejudiciais contaminem solos, águas e afetem a saúde de pessoas, animais e plantas.

Os medicamentos que acabam no esgoto e/ou no lixo comum podem ser perigosos principalmente por contaminarem o ambiente. Mesmo em pequenas quantidades, as substâncias químicas presentes nos medicamentos podem infiltrar-se no solo e água, poluindo fontes hídricas, rios, lagos e até oceanos.

Essas substâncias podem entrar na cadeia alimentar humana através de peixes e outros animais, afetando os seres humanos, animais e o ecossistema em geral.

Como se isto não fosse bastante, vários estudos mostram que, a longo prazo, o descarte incorreto dos medicamentos também contribui para o desenvolvimento de bactérias resistentes aos antibióticos.

Para evitar que os resíduos dos medicamentos se misturem no lixo doméstico, foi criado o sistema de gestão VALORMED. Este sistema permite que as pessoas descartem os medicamentos que sobraram ou que estão fora do prazo de validade, assim como das suas embalagens vazias, nas farmácias ou parafarmácias.

 

Assim, nestes estabelecimentos podem ser entregues não apenas os medicamentos que já não são utilizados/necessários e os que estão fora de prazo, mas também os materiais usados no acondicionamento e embalagem dos mesmos (cartonagens vazias, folhetos informativos, frascos, blisters, ampolas, bisnagas, etc.).

Devem, ainda, ser entregues os acessórios utilizados para facilitar a sua administração, como colheres, copos, seringas doseadoras, conta gotas, cânulas, etc.

Mas nem tudo pode ser entregue à VALORMED, pelo que o projeto Agulhão veio complementar este serviço. Alguns itens relacionados com a saúde devem ser descartados separadamente, como, por exemplo, agulhas, lancetas e seringas.

Outros objetos como termómetros de mercúrio, radiografias, produtos químicos e materiais cirúrgicos – que incluem gaze, algodão, álcool etílico, água oxigenada – também não devem ser introduzidos no contentor. Estes devem ser entregues nas farmácias apenas durante um determinado período anual estipulado pela AMI (Assistência Médica Internacional) que procede à sua recolha.

Depois de cheios, os contentores são recolhidos pelos distribuidores de medicamentos. Estes armazenam os contentores nas suas instalações, onde posteriormente são transportados para o Centro de Triagem da VALORMED. Neste centro, os materiais são sujeitos a uma separação e classificação.

Após este processo, são enviados a gestores de resíduos autorizados responsáveis pelo seu tratamento final: reciclagem no caso dos materiais de embalagem (papel, cartão, vidro, plástico, etc.), e, quando necessária, incineração segura (com valorização de energia, ou seja, com produção de energia), dos restantes materiais, nomeadamente os restos de medicamentos.

No projeto Agulhão, o material cortoperfurante é recolhido por empresas especializadas que garantem o tratamento adequado e seguro desses resíduos.

A verdade é que, no que diz respeito às questões dos resíduos, em geral, e resíduos de medicamentos, em particular, há ainda um longo caminho a percorrer.


O “combate” tem de continuar e o papel da VALORMED e das restantes entidades gestoras é o de insistir com ações de sensibilização e de educação que conduzam a que todos assumam a responsabilidade de dar o encaminhamento devido aos resíduos que produzem.

Para evitar o acumular de substâncias desnecessárias ou perigosas em casa é essencial fazer uma gestão dos medicamentos.

Assim, deverá ser realizada uma verificação periódica da farmácia doméstica (a cada seis meses), para verificar os medicamentos que estejam fora da validade ou que já não sejam necessários, cujo uso tenha sido suspenso pelo médico, evitando manter medicamentos que não vão voltar a ser utilizados.

Separe os medicamentos fora do prazo ou que já não são utilizados. Também devem ser reunidos todos os blisters, ampolas, frascos e outras embalagens de medicamentos vazias. Os frascos de medicamentos líquidos devem estar bem fechados para evitar que entornem durante o descarte.

Para finalizar, ficam algumas dicas para acumular o mínimo possível de medicamentos para descarte: no caso dos medicamentos isentos de prescrição médica, ou seja, aqueles que não exigem receita para a sua compra, só devem ser adquiridos quando necessário; não se deve interromper um tratamento por conta própria, mas seguir exatamente o que o médico prescreveu; antes de ir ao médico, pode ser útil fazer uma lista dos medicamentos que se tem para verificar a possibilidade de os utilizar, caso seja necessário.

Autor:
Tupam Editores

Data Publicação:
27 de junho de 2025

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