COMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ: PRÉ-ECLAMPSIA

COMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ: PRÉ-ECLAMPSIA

GRAVIDEZ E MATERNIDADE

  Tupam Editores

0

Apesar de a gravidez ser um período repleto de expetativas e felicidade, podem surgir algumas condições e comprometer o bem-estar da mãe e do bebé, como, por exemplo, a pré-eclâmpsia.

A pré-eclâmpsia é uma complicação da segunda metade da gravidez que se manifesta através da elevação da pressão arterial (acima de 140/90 mmHg) e eliminação de proteínas na urina, acompanhada ou não de sintomas como edema das mãos e rosto, falta de ar, alterações da visão, vómitos ou náuseas, aumento repentino do peso ou dores de cabeça.

A condição é muito mais comum do que a maior parte das pessoas pensa – na verdade, é a mais comum das complicações da gravidez.

A maioria dos casos são leves, mas existe uma forma grave que pode ser perigosa. Entre as complicações de maior gravidade estão as convulsões, conhecidas como “eclâmpsia” – daí o termo pré-eclâmpsia.

Estima-se que entre 3% a 5% das mulheres grávidas desenvolvem pré-eclâmpsia.


Correm maior risco as grávidas que vão ser mães pela primeira vez; as que têm idade superior a 40 anos; as que possuem um índice de massa corporal (IMC) superior a 35; mulheres com um historial familiar de pré-eclâmpsia; nos casos em que decorreram mais de 10 anos desde o último filho; as que sofrem de hipertensão, diabetes ou insuficiência renal; as que estão grávidas de mais do que uma criança e as que já tiveram a doença anteriormente.

A causa exata da pré-eclampsia é ainda desconhecida, contudo, acredita-se que possa estar associada à presença de alterações na placenta. No início da gravidez, são formados novos vasos sanguíneos com o objetivo de fornecer oxigénio e nutrientes à placenta. Nas mulheres com pré-eclampsia esses vasos sanguíneos parecem não se desenvolver ou funcionar como seria suposto.

Por essa razão, podem ocorrer perturbações na circulação sanguínea na placenta, o que pode resultar em problemas a nível de pressão arterial na grávida e causar sofrimento ao bebé em desenvolvimento.

Embora o problema se desenvolva no início da gravidez, não se manifesta como doença senão muito mais tarde, geralmente nas últimas semanas.

O diagnostico é feito pelo obstetra e é baseado no aparecimento de hipertensão arterial e aumento de proteínas na urina, no entanto, nem sempre estas alterações surgem em simultâneo, o que torna o diagnóstico muitas vezes incerto.

O diagnóstico ou a suspeita de pré-eclâmpsia implica, na maioria dos casos, o internamento da grávida, de forma a garantir o repouso necessário, o controlo da pressão arterial, e ainda a prevenção das eventuais complicações.

Atualmente, quando se suspeita de pré-eclâmpsia é possível prever com mais certeza o desenvolvimento da doença através de uma análise simples e rápida ao sangue da mãe. Este teste permite avaliar a probabilidade de  desenvolvimento da doença antes que se manifeste abertamente, permitindo ao médico tomar decisões mais informadas.

Os especialistas aconselham cada grávida a ter a sua tensão arterial verificada e a urina testada regularmente, mesmo na ausência de qualquer desconforto. Estes testes devem ser realizados ainda mais frequentemente se forem detetados sintomas de possível pré-eclâmpsia.

O tratamento deve ser feito com orientação do obstetra. O objetivo é bloquear a progressão da patologia e ter sob controlo as condições da mãe, para permitir que o feto alcance um nível de desenvolvimento compatível com o nascimento e a sua sobrevivência.

Importa referir que além de aumentar o risco de parto prematuro, a doença altera o funcionamento da placenta e dificulta a passagem de oxigénio e substâncias nutritivas para a mamã e bebé. Esta condição pode originar uma desaceleração do crescimento da criança, que pode estar com peso a menos no momento do nascimento. Esta possibilidade é maior quando a doença surge precocemente.

As prescrições para a futura mãe que tem pré-eclâmpsia são: repouso absoluto, controles frequentes e medicamentos anti-hipertensivos que não comportem riscos para o bebé. Entre os medicamentos o destaque vai para anti-hipertensivos como a nifedipina, clonidina ou hidralazina, que são tomados por via oral no caso de pré-eclâmpsia leve, ou na veia na pré-eclâmpsia grave.

Se a situação piorar, a paciente deve ser hospitalizada para ter sob controlo as suas condições e para que, se necessário, lhe seja induzido o parto.

Aliás, o único sistema realmente eficaz para tratar a pré-eclâmpsia é dar à luz. Normalmente, depois do parto, a doença diminui de forma progressiva e espontânea.

Hoje em dia, os especialistas estão mais concentrados na deteção precoce de grávidas em risco de pré-eclâmpsia, tornando possível recorrer à administração de aspirina de dose baixa para reduzir o risco desta complicação da gestação, contudo, uma vez que os sintomas aparecem, tomar aspirina já não é benéfico e não evita as complicações associadas.

Há que ter em mente que a pré-eclâmpsia é uma doença com um elevado risco de recorrência. Por essa razão, após uma gravidez complicada por pré-eclâmpsia, é muito importante que, se a mulher desejar voltar a ser mãe, planeie a nova gravidez sob supervisão médica apertada.

Autor:
Tupam Editores

Data Publicação:
03 de outubro de 2025

Referências Externas:

0 Comentários