CHUPETA, SIM OU NÃO?

CHUPETA, SIM OU NÃO?

GRAVIDEZ E MATERNIDADE

  Tupam Editores

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Se está a pensar se deve ou não dar uma chucha ao seu bebé, este artigo é para si. Nele vamos tentar esclarecer essa dúvida, para poder tirar partido de todas as vantagens que esta lhe possa trazer no futuro e para evitar ao máximo os pequenos incómodos que possam igualmente surgir.

A título de curiosidade, o hábito de chuchar inicia-se na gravidez, por volta dos cinco meses, como um ato reflexo, que mais tarde se converte numa forma de relaxamento. A maioria dos bebés possui um forte hábito de chuchar e alguns deles até começam a chuchar nos dedos muito antes de nascerem.

Contudo, o assunto não deixa de ser controverso, cabendo aos pais, em conjunto com o pediatra, tomar a decisão que considerem mais acertada. Para alguns pais, porém, a chucha é uma ferramenta indispensável, tão importante como uma fralda, as toalhitas ou a alcofa do bebé.

As chupetas, em si, não são más, podendo inclusive apontar-se algumas vantagens do seu uso.


Um dos grandes benefícios está no facto de reduzir o stress e acalmar o bebé quando está mais agitado. Ajuda-o a adormecer mais facilmente e o seu descanso irá prolongar-se sem tantas interrupções durante a noite.

Pode aliviar certas dores que o bebé tenha, bem como o desconforto durante os voos, por exemplo, uma vez que alivia a pressão nos ouvidos.

Pode ainda ser utilizada durante um procedimento invasivo ao bebé, para aliviar a sua dor ou desconforto. Nestas situações, está comprovado que mergulhar a chucha em leite materno ou água com açúcar pode favorecer um alívio ainda maior.

Além de reduzir o risco de Síndrome de Morte Súbita Infantil (SMSI), também pode diminuir o risco de ingestão excessiva de leite no biberão, pois a necessidade de chuchar é, muitas vezes, confundida com um sinal de fome nos bebés.

Na amamentação materna, a quantidade de leite ingerido não será um problema para o bebé, no entanto, as crianças com poucos meses não conseguem controlar o fluxo do leite que ingerem pelo biberão com tanta facilidade, e daí o risco ser maior para estes bebés. Aqueles que são alimentados por biberão, com uma barriga já cheia, podem tornar-se demasiado alimentados, criando gás e vomitando logo de seguida se forem continuamente alimentados cedo demais. Aqui a chucha é benéfica, pois ajuda a controlar esta situação, desempenhando um papel importante na sua regulação.

Além disso, as chupetas são descartáveis – ao contrário do hábito de chuchar no dedo, que está sempre ao alcance do bebé –, o que ajuda quando chega a altura de a abandonar.

O ideal será começar a retirar por volta dos 24 meses e, aos 36 meses, já não a utilizar. Depois dessa idade, a utilização da chupeta pode levar a problemas graves na dentição e nas estruturas da face das crianças.

O seu uso prolongado – acima dos 2 anos de idade –, pode fazer com que os dentes fiquem desalinhados, dando origem à chamada mordida aberta anterior (dentes de cima não encostam nos de baixo) ou mordida aberta posterior (dentes de cima ficam “apertados” e não encaixam nos de baixo), além de os dentes superiores poderem ficar projetados para a frente.

Alterações na deglutição, na respiração e na fala também podem ser decorrentes de um uso prolongado da chupeta. O risco de infeções do ouvido também é maior, uma vez que a sucção prolongada interfere na drenagem adequada dos fluidos no ouvido médio.

Os pais nunca devem molhar a chupeta em substâncias doces como açúcar, mel ou compota pois a principal causa das primeiras cáries de infância é a adição de líquidos açucarados à chucha ou biberão.
Perceber as vantagens e as desvantagens do uso da chupeta é algo que pesa na decisão da maioria dos pais. Se decidir comprar uma para o seu bebé, tenha em mente que estas variam em forma, tamanho e material (borracha, silicone ou látex), sendo o preferido o silicone.

A forma ideal é a anatómica, que se adapta à boca da criança e permite bom contacto da língua com o palato durante a deglutição. O disco plástico deve ser côncavo e com perfurações que evitam o acumular de saliva e consequente irritação da pele. Deve optar por uma chupeta sem argolas, para evitar pendurar correntes ou fraldas, que poderiam estrangular o bebé.

O tamanho deve acompanhar a idade do bebé. As chuchas deverão ser substituídas de acordo com o crescimento do bebé e a cada 3-4 meses (menos se forem de látex). Usar uma chucha de bebé dos 0-6 meses quando a criança já tem 12 meses é desaconselhado.

A chucha deve acompanhar o tamanho do palato rígido da criança – chuchas com tetinas pequenas num palato grande só servem para o tornar mais alto.

Para a criança, a chupeta acaba por ser uma amiga, logo, o laço de carinho com ela não deve ser interrompido de forma brusca. Quando chegar à idade certa para retirar a chupeta do seu filho, deve, um pouco antes, começar a incentivá-lo, dizendo que já é grande e que não precisa de a usar. Elogiar a criança sempre que ela não esteja com a chupeta na boca também pode ajudar. Tudo vai correr bem, é apenas mais uma fase!

Autor:
Tupam Editores

Data Publicação:
31 de outubro de 2025

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