Cada cérebro é único e passível de ser alterado por experiências: foi o que comprovou um estudo realizado pela Universidade de Zurique, na Suíça. Os resultados foram publicados na revista Scientific Reports.

O estudo contou com a participação de 200 pessoas idosas saudáveis que foram submetidas a exames cerebrais por ressonância magnética três vezes ao longo de um período de dois anos.

Foram analisadas mais de 450 características da anatomia do cérebro, incluindo o volume total do cérebro, os volumes de substância cinzenta e branca e a espessura do córtex.

Há 30 anos, acreditava-se que o cérebro humano tinha poucas ou nenhuma característica individual. A identificação pessoal através de características anatómicas do cérebro era inimaginável.

Contudo, esta recente descoberta mostra que a combinação de influências genéticas e não-genéticas afeta claramente não apenas o funcionamento do cérebro, mas também a sua anatomia, revelou aquela instituição de ensino numa nota de imprensa.

A experiência parece afetar a anatomia do cérebro, disseram os cientistas, dando o exemplo de grupos individuais como músicos profissionais, jogadores de golfe ou jogadores de xadrez, que tinham características específicas em regiões do cérebro relacionadas com as suas habilidades especiais.

No entanto, experiências de curto prazo também pareciam moldar o cérebro. Por exemplo, se o braço direito de uma pessoa se mantiver imobilizado por um período de duas semanas, regista-se uma redução na espessura do córtex cerebral nas áreas responsáveis pelo controlo desse braço.

Este estudo confirma que a estrutura do cérebro das pessoas além de ser específica de cada um, pode ser influenciada pelas experiências com o meio ambiente ou uso/desuso de estruturas corporais.