AÇÚCAR: DOCE VENENO PARA AS CRIANÇAS

AÇÚCAR: DOCE VENENO PARA AS CRIANÇAS

CRIANÇAS E ADOLESCENTES

  Tupam Editores

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O açúcar é o maior veneno que damos às crianças. Tudo começa com os cereais industrializados, os biscoitos ou os bolinhos no pequeno-almoço, seguidos pela sandes com o sumo que lhe colocamos na mochila para a hora do recreio. Para o lanche da tarde vai uma lata de refrigerante e algum pão doce industrializado, e no fim do dia, para despachar rapidamente o jantar, opta-se por uma pizza, salsichas, hambúrgueres com os repetivos molhos, conservas ou qualquer outro produto industrializado.

A pressa e o cansaço do dia fazem com que os pais não prestem atenção à quantidade de açúcar adicionado que introduzem na dieta das crianças, colocando a sua saúde em risco. Não se trata apenas de cáries ou de obesidade, mas também das doenças derivadas que – segundo a comunidade científica – darão origem à primeira geração de jovens com expetativa de vida inferior à dos seus pais por causa dos maus hábitos alimentares.

Isto porque são muito poucos os que sabem quantas colheres de açúcar se escondem por trás dos produtos que consumimos e damos às crianças. Na maior parte dos rótulos aparece apenas uma advertência genérica sobre a presença de sacarose, frutose, dextrose, melaço, glicose, xarope de milho, entre outros, mas não a sua quantidade exata.

Sabia que uma colher de extrato de tomate para um hambruguer, por exemplo, equivale a cinco colheres de açúcar, e que um refrigerante contém de 20 a 30?

As crianças têm uma tendência natural para os sabores doces, desde o leite materno com os açúcares naturais, até aos primeiros alimentos introduzidos na diversidade alimentar, que é feito pelas papas, cereais e frutas, daí ser fundamental o atraso das restantes fontes de açúcar não natural na sua alimentação.

O problema é que, de forma camuflada, o açúcar está presente em quase todo o tipo de alimentos, desde os refrigerantes, néctares, molhos processados, pão, salsichas e um número indeterminado de produtos já preparados, havendo poucos alimentos processados onde a industria alimentar não coloque açúcar. Assim, é importantes os pais perceberem esta realidade e mudarem os hábitos e as rotinas das refeições das crianças.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o consumo diário de açúcar não exceda os 10% das necessidade diárias e que deveria estar abaixo dos 5%, ou seja, 25g de açúcar no caso de um adulto saudável, mas usar o mínimo possível, em especial nas crianças, no entanto, os estudos mostram que há crianças que consomem diariamente até 20 pacotes, o que dá uma média de 125g de açúcar.

Os pais não devem ficar descansados quando o seu filho, que come muitos doces e comida industrializada, é magro. Nem tudo o que é mau se vê. Nem tudo o que é mau dói.

Muitas dessas crianças, que são longilíneas, podem sofrer de patologias como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, alterações lipídicas no sangue, ácido úrico elevado, obesidade, alterações cardiovasculares (enfarte do miocárdio ou AVC), complicações mais frequentes nos adultos ou idosos, que constituem o chamado Síndrome Metabólico.

Mesmo que os pais tenham em casa filhos magros, ou com aparente ausência de alterações pela falta de massa gorda, não devem descuidar os cuidados no controlo de açúcar que permitem ou fornecem às crianças. A maioria destas patologias é silenciosa, não doí, mas causa danos a longo prazo.

Como se não fosse bastante, além de danificar gravemente a saúde, o açúcar também vicia. Considerado o “veneno dos tempos modernos”, o excesso de açúcar apresenta riscos compatíveis aos do cigarro e de outras drogas. Quanto mais cedo for introduzido nos hábitos alimentares da criança, mais difícil será para desacostumar o paladar no futuro.

Para assegurar um equilíbrio saudável na ingestão de açúcar dos seus filhos os pais devem, entre outras ações, familiarizar-se com os rótulos dos alimentos de forma a identificar e limitar o açúcar adicionado. A tabela da composição nutricional deve indicar um valor igual ou inferior a 5g de açúcar por 100g de produto, para que este seja considerado um produto recomendável.

Para adoçar as receitas devem ser utilizadas frutas maduras. Atualmente, existem várias receitas interessantes do ponto de vista nutricional, sem adição de açúcar, adoçadas apenas com o açúcar natural da fruta.

Evite oferecer alimentos açucarados aos mais novos, e muito menos utilizar guloseimas como forma de recompensa. Associar um doce a um comportamento correto é um equívoco na educação alimentar das crianças.

Os pais devem optar por outras estratégias, para estimular nos mais pequenos uma consciência positiva relativamente à alimentação infantil.


Estar fora de casa com crianças por vezes pode ser um desafio, mas se organizar os lanches com antecedência e deixar tudo bem embalado e pronto a consumir, não cairá na tentação de passar pela pastelaria ou pela máquina de venda automática.

Na educação alimentar das crianças o papel da família é importantíssimo, afinal, eles aprendem muitas coisas observando o que acontece ao seu redor. Portanto, não adianta dizer que o açúcar faz mal à saúde e passar o dia a comer doces, beber refrigerantes e comer comidas ultraprocessadas e industrializadas. É necessário que os pais se eduquem para serem educadores das crianças, até quando o assunto é a alimentação.

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