Um em cada três trabalhadores portugueses está em risco de burnout, uma percentagem que tende a aumentar quando se fala de profissionais de saúde (90 por cento), nomeadamente da área da medicina veterinária. E o cenário não é melhor lá por fora.

Um estudo realizado recentemente na Universidade de Manchester veio revelar quais as maiores fontes de stress para os profissionais de medicina veterinária no Reino Unido.

Coordenado pela investigadora Elinor O’Connor, este estudo ouviu 18 médicos veterinários que ali exercem para explorar as maiores fontes de stress na prática clínica diária, tendo permitido concluir que entre os maiores fatores de stress estão a falta de balanço entre a vida pessoal e profissional, a interação com os tutores dos animais, ter de lidar com questões como a eutanásia e bem-estar animal deficitário, e ainda a responsabilidade de gestão de equipas.

A investigação sugeriu ainda que os profissionais com maior necessidade de realização e com traços de perfecionismo tendem a experienciar maiores níveis de stress.

O ano passado, outro estudo, realizado pela Merck em colaboração com a American Veterinary Medical Association (AVMA) havia revelado que a experiência de trabalho destes profissionais é tão afetada pelo stress que, entre os médicos veterinários com 45 ou menos anos de idade, apenas 27 por cento recomendaria a profissão a amigos ou familiares.

Este estudo permitiu apurar que um em cada 20 médicos veterinários sofre de stress psicológico extremo, tendo este stress mais impacto nos mais jovens, que reportam stress emocional e financeiro relacionado com a vida profissional.

Além disso, a depressão (94 por cento), o burnout (88 por cento) e a ansiedade (83 por cento) são as condições psicológicas mais reportadas pelos profissionais neste estudo.