NUROFEN MUSC
Nurofen Musc 400 mg comprimidos revestidos
Cada comprimido contém 512 mg de ibuprofeno sódico di-hidratado, que corresponde a 400 mg de ibuprofeno.
Excipiente (s) com efeito conhecido:
Sacarose - 186,2 mg por comprimido
Sódio - 55,89 (2,43 mmol) mg por comprimido
Xilitol (E967) - 60 mg por comprimido
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
Comprimidos revestidos.
Comprimidos brancos, redondos, com revestimento açucarado e com um logotipo impresso a vermelho.
Nurofen Musc 400 mg comprimidos revestidos está indicado em adultos no alívio sintomático de dores ocasionais de intensidade ligeira a moderada, tais como dores de cabeça, de dentes, menstruais, musculares (contraturas), ou nas costas (lombalgia), bem como em estados febris.
Posologia:
Adultos: dose inicial, 1 comprimido ingerido com um pouco de água, e depois, se necessário, um comprimido cada 8 horas. Deixar um intervalo de pelo menos 4 horas entre tomas. Não ultrapassar os 3 comprimidos (1200 mg) em 24 horas.
Não usar doses superiores às recomendadas nem durante mais de 3 dias consecutivos, para a febre, exceto por indicação do médico;
Não usar na dor durante mais de 7 dias nos adultos, exceto se prescrito pelo médico, pois uma dor intensa e prolongada pode requerer avaliação e tratamento médico.
É necessário ter em conta que a administração de ibuprofeno pode mascarar sintomas de infeções e outras patologias pelo que, caso a dismenorreia se acompanhe de qualquer outra alteração não habitual, deve consultar-se o médico.
Modo de administração:
O Nurofen Musc 400 mg comprimidos revestidos destina-se a ser administrado por via oral, de preferência após as refeições.
Não ingerir bebidas alcoólicas durante o tratamento:
Deve ser utilizada a menor dose eficaz durante o menor período de tempo necessário para aliviar os sintomas (ver secção 4.4), que não deve ultrapassar os 3 dias em caso de febre.
Grupos especiais de doentes:
Idosos:
Os AINEs deverão ser utilizados com particular precaução em doentes idosos que são mais suscetíveis a eventos adversos e que apresentam um risco aumentado de hemorragia, ulceração ou perfuração gastrointestinal potencialmente fatais (ver secção 4.4). Caso o tratamento seja considerado necessário, deverá ser utilizada a menor dose durante o menor intervalo de tempo necessário para controlar os sintomas. O tratamento deverá ser revisto a intervalos regulares e descontinuado caso não se verifique nenhum benefício ou se ocorrer intolerância.
Insuficiência renal:
Em doentes com redução ligeira ou moderada da função renal, a dose deverá ser mantida tão baixa quanto possível durante o menor intervalo de tempo necessário para controlar os sintomas e a função renal deverá ser monitorizada. (Para doentes com insuficiência renal grave ver secção 4.3).
Insuficiência hepática:
Em doentes com redução ligeira ou moderada da função hepática a dose deverá ser mantida tão baixa quanto possível durante o menor intervalo de tempo necessário para controlar os sintomas e a função hepática deverá ser monitorizada. (Para doentes com insuficiência hepática grave ver secção 4.3).
• Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes mencionados na secção 6.1.
• Hipersensibilidade a outros fármacos anti-inflamatórios não esteroides. (AINEs).
• Doentes com antecedentes de hemorragia ou perfuração gastrointestinal, relacionada com terapêutica anterior com AINEs.
• Úlcera péptica/hemorragia ativa ou história de úlcera péptica/hemorragia recorrente (dois ou mais episódios distintos de ulceração ou hemorragia comprovada).
• Doentes com antecedentes de reacções de hipersensibilidade (por exemplo: asma, broncospasmo, rinite, angioedema e urticária) relacionados com a terapêutica com ibuprofeno, ácido acetilsalicílico ou outros fármacos anti-inflamatórios não esteroides.
• Insuficiência hepática grave (ver secção 4.4).
• Insuficiência renal grave.
• Insuficiência cardíaca grave (classe IV da Associação Cardíaca de NY).
• Alterações da coagulação (com tendência para aumento de hemorragia), hemorragia cerebrovascular ou outra hemorragia ativa.
• Desidratação significativa (causada por vómitos, diarreia ou ingestão insuficiente de líquidos).
• Distúrbio congénito do metabolismo da porfirina (por ex. porfiria intermitente aguda).
• Alcoolismo crónico (14-20 bebidas/semana ou mais).
• Doentes com problemas na produção de células sanguíneas de causa desconhecida.
• Gravidez e/ou amamentação
• Crianças.
• Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à frutose, malabsorção de glucose-galactose ou insuficiência de sacarase-isomaltase não devem tomar este medicamento.
Tendo em conta o estatuto do medicamento (medicamento não sujeito a receita médica), nas situações abaixo descritas, o medicamento não deve ser dispensado, exceto por indicação médica:
• Doentes com história de hipertensão ou insuficiência cardíaca congestiva
• doença isquémica cardíaca estabelecida
• doença arterial periférica, e/ou doença cerebrovascular
• Colite ulcerosa, doença de Crohn
• Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) ou outras doenças autoimunes
Os efeitos indesejáveis podem ser minimizados utilizando a menor dose eficaz durante o menor período de tempo necessário para controlar os sintomas (ver secção 4.2 e informação sobre os riscos gastrointestinais e cardiovasculares em seguida mencionada).
Efeitos cardiovasculares e cerebrovasculares:
Os estudos clínicos sugerem que a utilização de ibuprofeno, particularmente com uma dose alta (2400 mg/dia), pode estar associada a um pequeno risco aumentado de eventos trombóticos arteriais (por exemplo, enfarte do miocárdio ou acidente vascular cerebral (AVC)). De uma forma geral, os estudos epidemiológicos não sugerem uma associação entre a utilização de doses baixas de ibuprofeno (p. ex., ≤1200 mg/dia) e um risco aumentado de episódios trombóticos arteriais.
Os doentes com hipertensão descontrolada, insuficiência cardíaca congestiva (Associação Cardíaca de NYII-III), cardiopatia isquémica estabelecida, arteriopatia periférica e/ou doença cerebrovascular apenas devem ser tratados com ibuprofeno após uma ponderação cuidadosa e as doses altas (2400 mg/dia) devem ser evitadas.
Também se recomenda uma ponderação cuidadosa antes de iniciar o tratamento a longo prazo de doentes com fatores de risco para episódios cardiovasculares (p. ex., hipertensão, hiperlipidémia, diabetes mellitus, tabagismo), particularmente se forem necessárias doses altas de ibuprofeno (2400 mg/dia).
A administração em doentes com história de hipertensão ou insuficiência cardíaca deve ser feita com precaução, na medida em que têm sido notificados casos de retenção de líquidos e edema em associação com a administração de AINEs.
Têm sido notificados casos de síndrome de Kounis em doentes tratados com Nurofen Musc. A síndrome de Kounis caracteriza-se por sintomas cardiovasculares secundários e uma reação alérgica ou de hipersensibilidade associada à constrição das artérias coronárias e potencialmente conducentes a um enfarte do miocárdio.
Idosos:
Os doentes idosos apresentam uma maior frequência de reações adversas com AINEs, especialmente de hemorragias e perfurações gastrointestinais que podem ser fatais (ver secção 4.2).
Efeitos gastrointestinais:
Têm sido notificados com todos os AINEs casos de hemorragia, ulceração e perfuração gastrointestinal potencialmente fatais, em várias fases do tratamento, associados ou não a sintomas de alerta ou história de eventos gastrointestinais graves.
Hemorragia, ulceração e perfuração gastrointestinal:
O risco de hemorragia, ulceração ou perfuração é maior com doses mais elevadas de AINEs, em doentes com história de úlcera péptica, especialmente se associada a hemorragia ou perfuração (ver secção 4.3) e em doentes idosos. Nestas situações os doentes devem ser instruídos no sentido de informarem o seu médico assistente sobre a ocorrência de sintomas abdominais e de hemorragia digestiva, sobretudo nas fases iniciais do tratamento. Nestes doentes o tratamento deve ser iniciado com a menor dose eficaz. A coadministração de agentes protetores (ex.: misoprostol ou inibidores da bomba de protões) deverá ser considerada nestes doentes, assim como em doentes que necessitem de tomar simultaneamente ácido acetilsalicílico em doses baixas, ou outros medicamentos suscetíveis de aumentar o risco gastrointestinal (ver secção 4.5).
Doentes a tomar concomitantemente outros medicamentos:
É aconselhada precaução em doentes a tomar concomitantemente outros medicamentos que possam aumentar o risco de úlcera ou hemorragia, tais como corticosteroides, anticoagulantes (tais como a varfarina), inibidores seletivos de recaptação da serotonina ou antiagregantes plaquetários tais como o ácido acetilsalicílico (ver secção 4.5).
Hemorragia ou ulceração gastrointestinal:
Em caso de hemorragia ou ulceração gastrointestinal em doentes a tomar Nurofen Musc 400 mg comprimidos revestidos o tratamento deve ser interrompido.
Colite ulcerosa, doença de Crohn:
Os AINEs devem ser administrados com precaução em doentes com história de doença inflamatória do intestino (colite ulcerosa, doença de Crohn), na medida em que estas situações podem ser exacerbadas (ver secção 4.8).
Efeitos hepáticos:
A função hepática deverá ser cuidadosamente monitorizada em doentes tratados com Nurofen Musc 400 mg comprimidos revestidos que refiram sintomas compatíveis com lesão hepática (anorexia, náuseas, vómitos, icterícia) e/ou desenvolvam alterações da função hepática (transaminases, bilirrubina, fosfatase alcalina, g-GT).
Perante a presença de valores de transaminases, bilirrubina conjugada ou fosfatase alcalina superiores a 2 vezes o limite superior do normal, o medicamento deverá ser suspenso de imediato e deve ser iniciada investigação para esclarecimento da situação. A reexposição ao ibuprofeno deve ser evitada.
Efeitos renais:
No início do tratamento, o ibuprofeno, tal como os outros AINEs, deve ser administrado com precaução em doentes com considerável desidratação.
É necessária precaução em doentes com insuficiência renal, cardíaca ou hepática, uma vez que a função renal se pode deteriorar (ver secções 4.3 e 4.8).
Tal como com outros AINEs, a administração prolongada de ibuprofeno tem resultado em necrose papilar renal e noutras alterações renais patológicas. Também têm sido observados casos de toxicidade renal em doentes nos quais as prostaglandinas têm uma função compensatória na manutenção da perfusão renal. Nestes doentes, a administração de AINEs poderá causar um decréscimo na formação de prostaglandinas dependendo da dose e, secundariamente, no fluxo sanguíneo renal, o qual pode precipitar uma descompensação renal evidente. Os doentes com maior risco para esta reação são aqueles que apresentam disfunção renal, insuficiência cardíaca, disfunção hepática, os que tomam diuréticos e inibidores da ECA e os doentes idosos. A descontinuação da terapêutica com AINEs é geralmente seguida de uma recuperação para o estado pré-tratamento.
As funções renal e hepática devem ser monitorizadas no caso de tratamento prolongado com Nurofen Musc 400 mg comprimidos revestidos (ver secção 5.2).
Reações adversas cutâneas graves (RACG):
Foram relatadas reações adversas cutâneas graves (RACG), incluindo dermatite exfoliativa, eritema multiforme, síndrome de Stevens-Johnson (SSJ), necrólise epidérmica tóxica (NET), reação a fármacos com eosinofilia e sintomas sistémicos (síndrome DRESS) e pustolose exantematosa aguda generalizada (PEAG), que podem ser potencialmente fatais, em conjunto com a utilização de ibuprofeno (ver secção 4.8). A maioria destas reações ocorreu no primeiro mês. Se surgirem sinais e sintomas sugestivos destas reações, o ibuprofeno deve ser imediatamente interrompido e deve ser considerado um tratamento alternativo (se necessário).
Outros AINEs: A administração concomitante de Nurofen Musc 400 mg comprimidos revestidos com outros AINEs, incluindo inibidores seletivos da ciclooxigenase-2, deve ser evitada devido ao potencial efeito aditivo (ver secção 4.5).
Mascaramento dos sintomas de infeções subjacentes:
Nurofen Musc pode mascarar os sintomas de infeção, o que pode levar a um atraso no início do tratamento adequado e, consequentemente, a um agravamento da evolução da infeção. Isto foi observado na pneumonia bacteriana adquirida na comunidade e em complicações bacterianas relacionadas com a varicela. Quando Nurofen Musc é administrado para o alívio da febre ou da dor relacionadas com infeção, aconselha-se a monitorização da infeção. Em situações não hospitalares, o doente deve consultar um médico em caso de persistência ou agravamento dos sintomas.
Agregação plaquetária:
O ibuprofeno, tal como os outros AINEs, pode inibir a agregação plaquetária e prolongar o tempo de hemorragia em doentes normais.
Alterações da visão:
Os doentes que refiram alterações da visão durante o tratamento com o Nurofen Musc 400 mg comprimidos revestidos, deverão suspender a terapêutica e ser submetidos a exame oftalmológico.
Deve ser consultado o médico caso a dismenorreia se acompanhe de qualquer outra alteração não habitual.
Lúpus eritematoso sistémico e doença mista do tecido conjuntivo:
Deve ser usado com precaução em doentes com lúpus eritematoso sistémico bem como em doentes com doença mista do tecido conjuntivo devido ao aumento de risco de meningite asséptica (ver secção 4.8).
Efeitos respiratórios:
Pode precipitar-se um broncospasmo em doentes com sintomatologia ou antecedentes de asma brônquica ou doença alérgica.
Fertilidade feminina: A administração de medicamentos que inibem a ciclo- oxigenase/síntese de prostaglandinas, tais como Nurofen Musc 400 mg comprimidos revestidos pode diminuir a fertilidade feminina por um efeito sobre a ovulação, não sendo pois recomendado em mulheres que planeiam engravidar. Este efeito é reversível com a interrupção do tratamento. Em mulheres que tenham dificuldade em engravidar ou nas quais a possibilidade de infertilidade está a ser averiguada, deverá ser considerada a interrupção de Nurofen Musc 400 mg comprimidos revestidos.
O Nurofen Musc 400 mg comprimidos revestidos contém sacarose (ver secção 4.3).
Este medicamento contém 55,89 mg de sódio por comprimido, equivalente a 2,79% da ingestão diária máxima recomendada pela OMS de 2 g de sódio para um adulto.
Este medicamento contém 60 mg de xilitol. Pode ter efeito laxante. O valor calórico de xilitol é de 2,4 kcal/g.
O ibuprofeno deve ser evitado em associação com:
• Ácido acetilsalicílico: exceto quando doses baixas de ácido acetilsalicílico são recomendadas pelo médico (inferiores a 75 mg por dia), uma vez que pode aumentar o risco de reações adversas (ver secção 4.4).
Os dados experimentais sugerem que o ibuprofeno pode inibir o efeito anti-agregante plaquetário do ácido acetilsalicílico (AAS) de baixa dosagem quando estes medicamentos são administrados concomitantemente. No entanto, devido às limitações destes dados e às incertezas inerentes à extrapolação dos dados ex vivo para situações clínicas não é possível concluir de forma definitiva sobre as consequências da administração habitual de ibuprofeno no efeito do AAS. Não é provável que se verifiquem efeitos clinicamente relevantes na ação cardioprotetora do AAS decorrentes da administração ocasional de ibuprofeno (ver secção 5.1.).
• Outros AINEs incluindo inibidores seletivos da ciclo-oxigenase 2: deve evitar-se a toma concomitante de dois ou mais AINEs, uma vez que pode aumentar o risco de efeitos adversos (ver secção 4.4.).
O ibuprofeno deve ser utilizado com precaução em associação com:
Corticosteroides: A administração concomitante com corticosteroides aumenta o risco de ulceração ou de hemorragia gastrointestinal (ver secção 4.4).
Anticoagulantes: Os AINEs podem aumentar os efeitos dos anticoagulantes tais como a varfarina (ver secção 4.4).
Agentes antiagregantes plaquetários e inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs): A administração de AINEs e agentes antiagregantes plaquetários ou inibidores seletivos da recaptação da serotonina aumenta o risco de hemorragia gastrointestinal (ver secção 4.4).
Anti-hipertensores (Inibidores da enzima de conversão da angiotensina e antagonistas da angiotensina II) e diuréticos: Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) podem diminuir a eficácia dos diuréticos e de outros medicamentos anti-hipertensores. Nos doentes com função a renal diminuída (ex. doentes desidratados ou idosos com comprometimento da função renal), a coadministração de um inibidor da enzima de conversão da angiotensina (IECA) ou antagonista da angiotensina II (AAII) e agentes inibidores da ciclooxigenase pode ter como consequência a progressão da deterioração da função renal, incluindo a possibilidade de insuficiência renal aguda, que é normalmente reversível. A ocorrência destas interações deverá ser tida em consideração em doentes a tomar ibuprofeno em associação com IECA ou AAII. Consequentemente, esta associação medicamentosa deverá ser administrada com precaução, sobretudo em idosos. Os doentes devem ser adequadamente hidratados e deverá ser analisada a necessidade de monitorizar a função renal após o início da terapêutica concomitante, e periodicamente desde então. Os diuréticos podem aumentar o risco de nefrotoxicidade dos AINEs.
Lítio: O ibuprofeno, tal como outros AINEs, não devem ser usados em associação com lítio. Existe evidência de um potencial aumento dos níveis plasmáticos de lítio.
Metotrexato: O ibuprofeno, tal como outros AINEs, não devem ser usados em associação com metotrexato. Existe evidência de um potencial aumento dos níveis plasmáticos de metotrexato.
Glicósidos cardíacos: Os AINEs podem exacerbar uma insuficiência cardíaca, reduzir a taxa de filtração glomerular e aumentar os níveis plasmáticos de glicósidos cardíacos.
Mifepristona: Os AINEs não devem ser utilizados num período de 8-12 dias após a administração de mifepristona, uma vez que os AINEs podem reduzir o efeito da mifepristona.
Tacrolímus: Possível aumento do risco de nefrotoxicidade quando os AINEs são administrados com o tacrolímus.
Ciclosporina: A administração de AINEs e ciclosporina apresenta um risco aumentado de nefrotoxicidade.
Zidovudina: Risco aumentado de toxicidade hematológica quando os AINEs são administrados com zidovudina. Existe evidência de um risco aumentado de hemartroses e hematoma em doentes hemofílicos VIH positivos a tomar concomitantemente zidovudina e ibuprofeno.
Quinolonas: Os dados obtidos em animais sugerem que os AINEs podem aumentar o risco de convulsões associadas a quinolonas. Os doentes a tomar AINEs e quinolonas podem apresentar um maior risco para desenvolver convulsões.
Gravidez:
A inibição da síntese das prostaglandinas pode afetar negativamente a gravidez e/ou o desenvolvimento embrio-fetal. Os dados dos estudos epidemiológicos sugerem um aumento do risco de aborto espontâneo, de malformações cardíacas e de gastroschisis na sequência da utilização de um inibidor da síntese das prostaglandinas no início da gravidez. O risco absoluto de malformações cardiovasculares aumentou de valores inferiores a 1% para aproximadamente 1.5%. Presume-se que o risco aumenta com a dose e duração do tratamento.
Nos animais, demonstrou-se que a administração de inibidores da síntese das prostaglandinas tem como consequência o aumento de abortamentos peri e post- implantatórios e da mortalidade embrio-fetal. Adicionalmente, registou-se maior incidência de várias malformações, incluindo malformações cardiovasculares em animais expostos a inibidores da síntese das prostaglandinas durante o período organogenético.
A partir da 20.ª semana de gravidez, a utilização de Nurofen Musc 400 mg comprimidos revestidos poderá causar oligohidrâmnio, resultante de uma disfunção renal fetal. Isto poderá ocorrer pouco tempo depois do início do tratamento e, geralmente, é reversível com a interrupção do tratamento. Para além disso, houve notificações de oclusão do canal arterial no seguimento do tratamento durante o segundo trimestre, sendo que a maioria foi resolvida depois da interrupção do tratamento. Por isso, durante o 1º e 2º trimestre de gravidez, o Nurofen Musc 400 mg comprimidos revestidos não deverá ser administrado a não ser que seja estritamente necessário. Se o Nurofen Musc 400 mg comprimidos revestidos for usado por mulheres que estejam a tentar engravidar, ou durante o 1º e 2º trimestre de gravidez, a dose administrada deverá ser a menor e durante o mais curto espaço de tempo possível. Deve ser considerada uma monitorização pré-natal relativamente a oligohidrâmnio e oclusão do canal arterial após uma exposição a Nurofen Musc 400 mg comprimidos revestidos durante vários dias depois da 20.ª semana de gestação. O tratamento com Nurofen Musc 400 mg comprimidos revestidos deve ser interrompido se for detetado oligohidrâmnio ou uma oclusão do canal arterial.
Durante o 3º trimestre de gravidez, todos os inibidores da síntese das prostaglandinas podem expor o feto a:
• Toxicidade cardiopulmonar (com oclusão prematura/fecho do canal arterial e hipertensão pulmonar);
• Disfunção renal, que pode progredir para insuficiência renal com oligohidrâmnios (ver acima); na fase final da gravidez a mãe e o recém-nascido podem estar expostos a:
• Possível prolongamento do tempo de hemorragia, um efeito antiagregante que pode verificar-se mesmo com doses muito baixas.
• Inibição das contrações uterinas com consequente atraso ou prolongamento do trabalho de parto.
Assim, a administração de Nurofen Musc 400 mg comprimidos revestidos está contraindicada durante o terceiro trimestre de gravidez.
Amamentação:
Em estudos limitados, o ibuprofeno foi detetado no leite materno em concentrações muito baixas e é pouco provável que afete adversamente o lactente.
Fertilidade:
Existe alguma evidência de que os medicamentos que inibem a ciclo-oxigenase/síntese de prostaglandinas podem afetar a fertilidade feminina devido a um efeito sobre a ovulação. Este efeito é reversível após suspensão do tratamento. Ver secção 4.4 referente à fertilidade feminina.
Em tratamentos únicos ou de curta duração com o Nurofen Musc 400 mg comprimidos revestidos não são necessárias precauções especiais.
A lista dos seguintes efeitos indesejáveis refere-se aos experienciados com o ibuprofeno nas doses não sujeitas a receita médica (máximo 1200 mg por dia), em tratamentos de curta duração. No tratamento de doenças crónicas e terapêuticas de longa duração, podem ocorrer efeitos adversos adicionais.
Os efeitos adversos que foram associados à toma de ibuprofeno são listados abaixo, por sistema de órgãos e frequência.
As frequências são definidas da forma seguinte:
Muito frequentes: ≥1/10
Frequentes: ≥1/100, <1/10
Pouco frequentes: ≥1/1.000, <1/100
Raros: ≥1/10.000, <1/1.000
Muito raros: <1/10.000
Desconhecido: não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis
Os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade, dentro de cada grupo de frequência.
Os efeitos adversos mais frequentemente observados são de natureza gastrointestinal. Os efeitos adversos são predominantemente dependentes da dose, o risco de hemorragia gastrointestinal é particularmente dependente do intervalo posológico e da duração da utilização.
Os efeitos indesejáveis são menos frequentes quando a dose diária máxima é 1200 mg.
Os dados dos ensaios clínicos e epidemiológicos sugerem que a utilização de ibuprofeno, particularmente em doses elevadas (2400 mg por dia) e em tratamento de longo prazo poderá estar associada a um pequeno aumento do risco de acontecimentos trombóticos arteriais (por exemplo enfarte do miocárdio ou acidente vascular cerebral) (ver seção 4.4).
Descrição de reações adversas:
1. Foram notificadas reações de hipersensibilidade após o tratamento com ibuprofeno. Estas podem consistir em: a) reações alérgicas não-específicas e anafilaxia; b) reatividade do trato respiratório, incluindo asma, agravamento da asma, broncospasmo ou dispneia; c) várias reações dermatológicas, como erupção cutânea de vários tipos, prurido, urticária, púrpura, angioedema e mais raramente dermatite esfoliativa e bolhosa (incluindo necrólise epidérmica, síndrome de Stevens-Johnson e eritema multiforme)
2. O mecanismo patogénico de meningite asséptica induzida por medicamentos não está completamente esclarecido. No entanto, os dados disponíveis relativamente a meningite asséptica relacionada com AINEs apontam pra reações de hipersensibilidade (devido a uma relação temporal entre a toma do medicamento e o desaparecimento dos sintomas após a interrupção do tratamento). Foram observados sintomas de meningite asséptica (como rigidez da nuca, cefaleias, náuseas, vómitos, febre ou perturbação da consciência) durante a utilização de ibuprofeno em pessoas com doenças autoimunes (tais como LES, doença mista do tecido conjuntivo).
Notificação de suspeitas de reações adversas:
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício- risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P.:
Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram (preferencialmente) ou através dos seguintes contactos:
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
Nas crianças, a ingestão de mais de 400 mg/Kg pode causar sintomas. Em adultos, o efeito dose-resposta não é evidente. O tempo de semivida em caso de sobredosagem é 1,5-3 horas.
Sintomas:
As situações de sobredosagens mais graves são geralmente mais bem toleradas quando não estão envolvidos outros fármacos. A maioria dos doentes que ingeriram quantidades clinicamente significativas de AINEs apenas desenvolverão náuseas, vómitos, dor epigástrica ou, mais raramente, diarreia. Também é possível a ocorrência de tinido, cefaleias, tonturas e hemorragia gastrointestinal. Em intoxicações mais graves é observada toxicidade no sistema nervoso central, que se manifesta como vertigens, sonolência, excitação ocasional e muito raramente desorientação, perda de consciência ou coma.
Os doentes desenvolvem convulsões ocasionalmente. Nas intoxicações graves pode ocorrer hipercaliemia e acidose metabólica e o tempo de protrombina/INR (International Normalized Ratio) pode ser prolongado, provavelmente devido à interferência com a ação dos fatores de coagulação circulantes. O uso prolongado em doses superiores às recomendadas ou a sobredosagem podem resultar em acidose tubular renal e hipocaliémia. Pode ocorrer insuficiência renal aguda, lesões no fígado, hipotensão, depressão respiratória e cianose. É possível o agravamento da asma nos doentes asmáticos.
Tratamento:
Não existe antídoto específico. O tratamento deve ser sintomático e de suporte, e incluir manter as vias respiratórias desobstruídas e a monitorização dos sinais cardíacos e vitais até se tornarem estáveis. Deve ser considerada a administração oral de carvão ativado ou esvaziamento gástrico caso a ingestão de uma quantidade potencialmente tóxica tenha ocorrido há menos de uma hora. Se o ibuprofeno já tiver sido absorvido, podem ser administradas substâncias alcalinas para promover a excreção do ibuprofeno ácido na urina. Se as convulsões forem frequentes ou prolongadas, devem ser tratadas com diazepam ou lorazepam intravenosos. Administrar broncodilatadores para a asma.
Grupo farmacoterapêutico: 9.1.3 Aparelho locomotor. Anti-inflamatórios não esteroides. Derivados do ácido propiónico, código ATC: M01AE01.
O ibuprofeno é um medicamento anti-inflamatório não esteroide (AINE) que demonstrou a sua eficácia em modelos animais de inflamação, pela inibição da síntese de prostaglandinas. Nos humanos, o ibuprofeno reduz a dor inflamatória, o edema e a febre. Além disso, o ibuprofeno inibe de forma reversível a agregação plaquetária.
A eficácia clínica do ibuprofeno foi demonstrada no caso de dor associada a cefaleia, odontalgia, dismenorreia e febre; também em doentes com dor e febre associados a constipações e gripes e em modelos da dor tais como odinofagia, dor muscular ou lesões dos tecidos moles e dor lombar.
Um estudo em odontalgia demonstrou que os doentes sentiram um alívio da dor significativo nos 15 minutos após a administração do ibuprofeno sódico di-hidratado 256 mg comprimidos, quando comparado com um placebo. Neste estudo, um número significativamente maior de doentes obteve um alívio distinto da dor após a administração de ibuprofeno sódico di-hidratado 256 mg comprimidos, do que após a administração de comprimidos de paracetamol (96,3% vs 67%). Estes doentes atingiram também uma redução significativamente maior da intensidade da dor e um maior alívio da dor durante 6 horas quando comparada com os doentes que receberam o paracetamol. Utilizando medidas de distração, foi possível apurar que os doentes que receberam o ibuprofeno sódico obtiveram um benefício significativamente maior do que as que receberam um placebo.
Os dados experimentais sugerem que o ibuprofeno pode, por competição, inibir o efeito de uma dose baixa de ácido acetilsalicílico na agregação das plaquetas, quando estes medicamentos são administrados concomitantemente. Alguns estudos farmacodinâmicos demonstram que, quando tomadas doses unitárias de ibuprofeno 400 mg até 8 horas antes ou no prazo de 30 min após administração de ácido acetilsalicílico de libertação imediata (81 mg), ocorreu uma diminuição do efeito do ácido acetilsalicílico na formação de tromboxano ou na agregação das plaquetas. Embora existam incertezas acerca da extrapolação destes dados para uma situação clínica, não é possível excluir a possibilidade de a utilização regular e a longo prazo de ibuprofeno poder reduzir o efeito de cardio-proteção de uma dose baixa de ácido acetilsalicílico. Não é provável que ocorram efeitos clinicamente relevantes com a utilização ocasional de ibuprofeno (ver secção 4.5).
Absorção:
Após administração, o ibuprofeno é rapidamente absorvido a partir do trato gastrointestinal.
A biodisponibilidade do ibuprofeno na forma ácida foi comparada com a do ibuprofeno sódico num estudo farmacocinético de biodisponibilidade, delineado como monocêntrico, aberto, aleatorizado, cruzado, com 3 braços, que incluiu homens e mulheres adultos saudáveis e com idades compreendidas entre os 18 e os 45 anos.
Após administração de 2 comprimidos de ibuprofeno sódico, o tempo para atingir a concentração plasmática máxima foi duas vezes mais rápido (mediana de 35 minutos) comparativamente à administração de 2 comprimidos de ibuprofeno na forma ácida (mediana de 90 minutos). Os comprimidos de ibuprofeno sódico visam assim uma ação mais rápida sobre a dor do que os comprimidos de ibuprofeno na forma ácida. A tabela abaixo apresenta os resultados do estudo de biodisponibilidade comparada realizado
Após administração do ibuprofeno na forma ácida, a concentração plasmática máxima de ibuprofeno ocorre num intervalo de 1 a 2 horas. Este intervalo pode variar consoante a forma farmacêutica.
Distribuição:
O ibuprofeno liga-se extensivamente às proteínas plasmáticas (99%). O fármaco difunde-se no fluido sinovial e é rapidamente distribuído por todo o organismo. Em alguns estudos, o ibuprofeno foi detectado no leite materno em concentrações muito baixas.
Biotransformação e eliminação:
O ibuprofeno é metabolizado no fígado em dois metabolitos inativos. Após a metabolização hepática (hidroxilação, carboxilação, conjugação), os metabolitos farmacologicamente inativos são completamente eliminados, em conjunto com uma quantidade negligenciável de ibuprofeno não metabolizado, primariamente pelo rim (90%), mas também por excreção biliar, sob a mesma forma ou como conjugados. A excreção pelo rim é rápida e completa.
O tempo de semi-vida de eliminação é de aproximadamente 2h, sendo semelhante em indivíduos saudáveis e em indivíduos com doenças hepáticas e renais (1,8 a 3,5 horas).
Não foram detetadas diferenças significativas no perfil farmacocinético dos doentes idosos.
A toxicidade do ibuprofeno em experiências em animais foi observada sob a forma de lesões e ulcerações do trato gastrointestinal. Experiências in vivo e in vitro não revelaram qualquer potencial mutagénico do ibuprofeno. Estudos de carcinogenicidade no rato e no ratinho não revelaram qualquer atividade carcinogénica. Estudos experimentais demonstraram que o ibuprofeno atravessa a placenta não existindo, contudo, qualquer evidência de atividade teratogénica.
Croscarmelose sódica (E468)
Xilitol (E967)
Celulose microcristalina (E460)
Estearato de magnésio (E572)
Sílica coloidal anidra (E551)
Carmelose sódica (E466)
Talco (E553b)
Spray de acácia seco (E414)
Sacarose
Dióxido de titânio (E171)
Pó de macrogol 6000
Tinta de impressão vermelha
Álcool desnaturado industrial
Não são conhecidas.
2 anos.
O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.
• Blister de PVC/PVdC branco opaco de 250 microns termosselado com folha de alumínio de 20 microns. Os blisters são acondicionados em embalagens de cartão.
• Frasco de polietileno de alta densidade (HDPE) com tampa de 3 partes possuindo uma folha de revestimento exterior de HDPE, uma tampa interior de PP (polipropileno) natural e um selo laminado (Surlyn/folha de alumínio/papel), termo selado ao topo do frasco. Os frascos são acondicionados em embalagens de cartão.
Embalagens com 4, 6, 8, 12, 16, 24 comprimidos revestidos.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
Não existem requisitos especiais.
Reckitt Benckiser Healthcare, Lda.
Rua D. Cristóvão da Gama, n.º 1 – 1º C/D
1400-113 Lisboa
N.º de registo: 5296678 – 12 comprimidos revestidos, 400 mg, blisters de PVC/PVdC/Alumínio
N.º de registo: 5296702 – 16 comprimidos revestidos, 400 mg, blisters de PVC/PVdC/Alumínio
N.º de registo: 5296728 – 24 comprimidos revestidos, 400 mg, blisters de PVC/PVdC/Alumínio
Data da primeira autorização: 08 de outubro de 2010.