VAI PARA O TEU QUARTO, NÃO É CASTIGO!

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CRIANÇAS E ADOLESCENTES

  Tupam Editores

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Uma abordagem positiva na educação infantil destaca a importância de criar ambientes que promovam o desenvolvimento saudável das crianças, sem recorrer a métodos prejudiciais como castigos físicos.

Adotar alternativas construtivas, baseadas na comunicação aberta, reforço positivo e limites claros, contribui para a formação de indivíduos emocionalmente equilibrados e socialmente responsáveis, já que a educação baseada no respeito e na compreensão mútua é essencial para construir uma sociedade mais justa e compassiva.

A educação de crianças é um desafio complexo que requer grandes doses de sensibilidade, compreensão e, acima de tudo, uma abordagem que promova o desenvolvimento saudável. Tradicionalmente, os castigos físicos foram amplamente utilizados como método disciplinar, mas crescentes evidências apontam para danos psicológicos e emocionais associados a essa prática, pelo que se torna necessário explorar alternativas aos castigos físicos, destacando a importância de uma abordagem positiva na educação infantil.

Ao longo da história, os castigos físicos foram considerados normais na educação de crianças. No entanto, a sociedade moderna reconhece a necessidade de abandonar práticas que possam prejudicar o bem-estar das crianças, levando a que a evolução das teorias educacionais venham destacar a importância de métodos mais construtivos e respeitosos.

Estudos psicológicos indicam que o uso de castigos físicos pode levar a consequências prejudiciais, como ansiedade, baixa autoestima e problemas comportamentais, tornando-se evidente que as crianças que experimentam castigos físicos, tendem a desenvolver relações difíceis com figuras de autoridade e podem interiorizar padrões agressivos.

Por isso, em alternativa aos castigos físicos, torna-se necessário estabelecer uma comunicação aberta e empática com a criança, incentivando-a a expressar suas emoções e pensamentos e a praticar a empatia para entender as perspetivas infantis, promovendo um ambiente de confiança recíproco.

Uma das vias passa por reconhecer e recompensar comportamentos desejados, reforçando uma abordagem positiva e destacando as conquistas e esforços, a fim de motivar a criança a desenvolver habilidades construtivas, de que resultará como consequência lógica e natural, permitir que as crianças experienciem os resultados naturais de suas ações, ajudando-as desse modo no processo de aprendizagem através da experiência, introduzindo ao mesmo tempo os resultados lógicos que estejam associados ao comportamento indesejado.

Além disso é necessário o estabelecimento de limites claros e consistentes, por forma a proporcionar às crianças uma estrutura suficientemente sólida pela qual se possa orientar, envolvendo-as ao mesmo tempo na definição de regras e promovendo uma compreensão mais profunda e respeitosa.

Será que hoje em dia adianta colocar uma criança de castigo ou em versão mais suave, no canto disciplinar de uma sala? Essa é uma das dúvidas mais comuns que se colocam a pais e educadores, face à desobediência infantil. Defensores do método argumentam que o procedimento dá aos pais uma estratégia que evita a violência, mas as investigações recentes na área da neurociência colocam essa ideia em cheque, ao mostrar que o cérebro das crianças não têm sequer maturidade suficiente para aprender um “bom comportamento” ou refletir sobre as regras aplicadas pelas famílias durante um castigo.

Tais evidências científicas indicam que a criança só vai incorporar sentimentos negativos como por exemplo ressentimentos, durante as punições, em vez de aprender habilidades importantes de vida e ferramentas que a ajudem a controlar as próprias emoções. Ao mesmo tempo, especialistas de psicologia infantil e investigadores, defendem que faz sentido escolher em casa ou na escola um “cantinho” que sirva para acalmar a criança, na hora em que as tensões e as brigas estalam.

Segundo os investigadores, o córtex pré-frontal, a área do cérebro que controla impulsos e emoções, mantém-se imaturo nas crianças durante toda a infância, mas sobretudo nos primeiros anos de vida, pois nessa idade ainda está nos estágios mais rudimentares do seu desenvolvimento, segundo é explicado por Claire Lerner, uma das pesquisadoras que contribuiu para a elaboração das diretrizes da organização de desenvolvimento infantil conhecida por “Zero to Three”, nos EUA.

Do ponto de vista fisiológico isso significa que a criança, nessa fase, ainda não é capaz de controlar a maior parte das suas reações, possuindo somente um controle inconsistente delas, o que leva a que quando é tomada por emoções difíceis como frustração, raiva ou medo, o seu corpo reage de imediato, “explodindo” instintivamente em crises de birra.

Birras e outras situações desse tipo tornam-se habitualmente rotina na vida de pais de crianças que se aproximam dos dois anos de idade, quando começa a fase apelidada pelos especialistas de “adolescência dos bebés”, uma condição normal, contudo uma parte crucial do seu desenvolvimento como aprendizagem, que a ajudará a moldar a forma como irá lidar com os seus sentimentos na vida adulta.

Cerca dos dois anos de idade a criança faz descobertas incríveis e ganha uma enorme capacidade de interação, mas as áreas de autorregulação do seu cérebro ainda não se desenvolveram, conforme explica Ross Thompson, presidente da organização Zero to Three, sendo por isso importante que os pais entendam que essa criança é simplesmente incapaz de controlar as suas emoções, compreensão que os ajudará a olhar para a criança de modo mais construtivo, em vez de achar que ela está a desafiar a sua autoridade. Compete por isso ao adulto ajudá-la a traduzir os seus sentimentos em palavras e a geri-los da melhor forma possível.

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
17 de Setembro de 2024

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