Tratamento da diabetes tipo 2 deve ter em conta risco cardiovascular

Tratamento da diabetes tipo 2 deve ter em conta risco cardiovascular

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  Tupam Editores

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A Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD) atualizou as Recomendações Nacionais para o tratamento da hiperglicemia na diabetes tipo 2, à luz de estudos que reportam o benefício de recorrer a fármacos com elevada segurança cardiovascular.

Este documento, redigido por profissionais de saúde do Grupo de Trabalho para as Recomendações Nacionais da SPD sobre a Terapêutica da Diabetes Tipo 2, defende que o tratamento desta doença se torne cada vez mais individualizado, olhando para além da hiperglicemia e tendo em conta os problemas ou riscos cardiovasculares ou renais.

Diabetes - aparelho

Os objetivos metabólicos e a correspondente estratégia terapêutica devem ser adequados ao contexto do doente: idade, tempo conhecido de duração da doença, existência ou não de complicações (cardiovasculares, risco de hipoglicemias) e aspetos económicos, entre outros.

Esta posição da Associação Americana de Diabetes (ADA) e da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (EASD) que a SPD adotou, reforça, no entanto, a necessidade de intensificar a terapêutica, de três em três ou de seis em seis meses, de modo a evitar a inércia terapêutica, caso os objetivos metabólicos individualizados não sejam alcançados.

A principal novidade que estas Recomendações trazem é a introdução de um algoritmo alternativo para os doentes com doença cardiovascular estabelecida ou de elevado risco ou com doença renal crónica prévia (estádio 3) e em que as opções preferenciais incluem os fármacos com estudos que tenham demonstrado benefícios cardio-renais, incluindo a redução de eventos cardiovasculares major, um impacto positivo na mortalidade cardiovascular ou ainda na progressão da doença renal crónica.

Além de a correção do estilo de vida e a educação da pessoa com diabetes, que devem ser promovidas ao longo de toda a evolução da doença e da terapêutica de fundo com metformina como tratamento de primeira linha, na decisão clínica da terapêutica medicamentosa deve ser dada particular atenção à presença de doença cardiovascular ou doença renal crónica, aos idosos em situação frágil, às pessoas em que a ocorrência de hipoglicemias seja potencialmente mais gravosa e aos obesos.

Face às especificidades inerentes ao tratamento da hiperglicemia nestas populações, estas Recomendações incluem referências específicas a novas classes terapêuticas como os agonistas dos recetores GLP-1, os inibidores do SGLT2 ou os inibidores da Dipeptidil Peptidase 4.

Os agonistas dos recetores GLP-1 demonstraram segurança cardiovascular e benefícios cardio-renais, nomeadamente com redução de eventos cardiovasculares ou da mortalidade em doentes com doença cardiovascular aterosclerótica ou elevado risco cardiovascular.

Os inibidores do SGLT2 demonstraram benefícios cardio-renais na população com diabetes mellitus tipo 2 e elevado risco cardiovascular; com doença cardiovascular aterosclerótica (DCA), nomeadamente na taxa de hospitalizações por insuficiência cardíaca; na mortalidade cardiovascular e na progressão da doença renal crónica estabelecida.

Os inibidores da Dipeptidil Peptidase 4 demonstraram ser seguros do ponto de vista cardiovascular, mas não apresentaram benefícios na morbilidade e mortalidade cardiovascular.

“Se temos fármacos que tratam a diabetes tipo 2 ao mesmo tempo que reduzem o risco cardiovascular e consequente mortalidade, desaceleram a evolução da doença renal crónica, ou favorecem a perda de peso e isso é comprovado pelos estudos, devemos recorrer a eles para tratar a pessoa com diabetes de forma mais individualizada, promovendo a sua saúde geral”, afirma Rui Duarte, presidente da SPD.

Dor no coração

De acordo com dados do Observatório Nacional da Diabetes (OND), a diabetes é uma das principais causas de morte em Portugal. As doenças cardiovasculares estão associadas a um impacto económico significativo, uma vez que levam a mais internamentos hospitalares e a maiores custos com o tratamento das comorbilidades da diabetes tipo 2, sendo responsáveis pela maioria da despesa em saúde com a diabetes.

Tendo em conta os estudos mais recentes sobre a eficácia e a segurança dos novos fármacos para o tratamento da diabetes tipo 2 e dos seus efeitos nas comorbilidades associadas à diabetes tipo 2, e no sentido de promover a individualização terapêutica na diabetes, a SPD publicou no seu site e na Revista Portuguesa de Diabetes a atualização das Recomendações Nacionais para o tratamento da hiperglicemia na Diabetes tipo 2 – 2018/2019, afirma a associação num comunicado.

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
09 de Abril de 2024

Mais Sobre:
DIABETES RISCO TRATAMENTO

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