A terapia de células T de recetor de antígeno quimérico, também conhecida como terapia CAR T, foi reconhecida como a maior descoberta de 2017 pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica.

O regulador de saúde norte-americano (FDA) aprovou produtos de terapia CAR T para adultos com linfoma difuso de grandes células B e para jovens que sofrem de leucemia linfoblástica aguda.

Agora, investigadores do Centro de Cancro Moffitt, nos Estados Unidos, estão a trabalhar para expandir essa terapia revolucionária para outros tipos de cancro.

Uma possível doença que pode beneficiar deste tratamento é a leucemia mieloide aguda; mais de metade dos pacientes com esta leucemia entram em remissão após a quimioterapia. No entanto, muitos sofrem uma recaída porque as células leucémicas residuais podem “contornar” a quimioterapia e o sistema imunológico.

Um novo estudo de fase I, chamado THINK (Therapeutic Immunotherapy with NKG2D), está a investigar a nova terapia CAR T, denominada CYAD-01, que modifica geneticamente a célula imunológica para expressar um recetor natural que ataca os tumores da leucemia.

De acordo com um estudo publicado na revista Haematologica, um paciente permaneceu livre de cancro durante nove meses após ser tratado com CYAD-01, seguido por um transplante de medula óssea.

"É importante notar que esta é a primeira vez que a CAR T induz uma remissão neste tipo de leucemia e que é também a primeira vez que a CAR T se mostra eficaz sem a necessidade de pré-condicionamento da quimioterapia", disseram os investigadores, que acreditam que o estudo “mostra que a terapia CAR T é uma opção viável para pacientes com leucemia mieloide aguda”.