Os suplementos dietéticos de ácidos gordos ómega-3 podem não ajudar a reduzir o risco de problemas cardíacos em pessoas de alto risco, sugere uma nova pesquisa.

Pesquisas anteriores relacionaram o ómega-3 com um menor risco de batimentos cardíacos anormais, menos gorduras no sangue, risco reduzido de depósitos de obstrução arterial e pressão arterial mais baixa.

Para o estudo atual, os investigadores examinaram os dados de dez ensaios, com um total de 77 917 participantes com ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral anterior ou problemas de saúde como diabetes. A maioria foi aleatoriamente designada para tomar suplementos de ácidos gordos ómega-3, ou um placebo, durante pelo menos um ano.

No geral, os participantes tinham uma média de 64 anos e foram seguidos por uma média de 4,4 anos. Durante o acompanhamento, 2 695 pessoas (3,5 por cento) morreram de doença cardíaca, enquanto 2 276 (2,9 por cento) tiveram ataques cardíacos não fatais, 1 713 (2,2 por cento) tiveram acidentes vasculares cerebrais e 6 603 (8,5 por cento) foram submetidos a procedimentos para reabrir as artérias entupidas.

"Os resultados não demonstraram nenhum efeito benéfico dos suplementos de ácidos gordos ómega-3 para a prevenção de doenças cardiovasculares, em geral, ou em qualquer subtipo de doença cardiovascular ou em doenças cardiovasculares em qualquer subgrupo da população ", disseram os investigadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Publicado na JAMA, o estudo considera que os factos observados não oferecem suporte para as diretrizes atuais da American Heart Association, que defende que os pacientes com doença cardíaca devem tomar suplementos de ácidos gordos ómega-3 para a prevenção de doenças cardiovasculares.