Um novo estudo da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, descobriu que as pessoas que relatam sentir-se sozinhas também dizem que ficam fisicamente mais afastadas de amigos próximos e familiares.

Em duas experiências, publicadas na revista PLOS ONE, os investigadores entrevistaram cerca de 600 homens e mulheres norte-americanos e questionaram os participantes sobre até que ponto preferiam se sentar ou ficar perto de diferentes grupos de pessoas, incluindo amigos e familiares, parceiros românticos e conhecidos.

Em média, a solidão duplica a probabilidade de alguém ficar mais distante dos que estão no seu círculo mais íntimo.

“Até onde sabemos, esta é a primeira evidência direta de uma ligação entre as preferências de distância interpessoal e a solidão. Esta descoberta pode ser importante para considerar no contexto de intervenções de solidão - como interações cliente-terapeuta e programas comunitários que procuram combater a solidão”, disseram os cientistas.

Esse efeito persistiu mesmo quando os cientistas fizeram ajustes tendo em conta a experiência social de cada pessoa; por exemplo, aqueles que se sentiam solitários apesar dos altos níveis de interação social ainda mantinham a distância em relação a pessoas queridas.

Um famoso modelo evolutivo sugere que, embora se possa esperar que a solidão leve as pessoas a se aproximarem das outras, o sentimento de solidão também aumenta os instintos de autoconservação de curto prazo de um indivíduo, desencadeando um instinto que faz com que fiquem mais distante das pessoas.

Esse “modo de sobrevivência” significa que mesmo que uma pessoa solitária queira mais interação social, ela pode, inconscientemente, manter a distância, explicaram os cientistas.