Uma análise de registos médicos eletrónicos indicou que pacientes que tiveram um teste de triagem de cancro da mama ou da próstata falso-positivo são mais propensos a serem recomendados para fazerem exames de diagnóstico no futuro.

Publicados na revista CANCER, os resultados sugerem que os falsos positivos podem ser lembretes para rastrear o cancro; contudo, serão necessários estudos adicionais para explorar se os falsos positivos têm um efeito prejudicial na qualidade de vida ou se aumentam a ansiedade sobre a doença.

Os investigadores analisaram dez anos de dados de registos médicos para avaliarem a associação entre o resultado de um teste falso-positivo e a futura participação em exames de rotina; os registos eram de 92 405 indivíduos com idades entre os 50 e os 75 anos.

Mulheres com uma mamografia falso-positivo foram, pelo menos, 43 por cento mais propensas a fazer exames para despistar cancro da mama no futuro, e as mesmas mulheres tinham, pelo menos, 25 por cento mais probabilidade de serem recomendadas para um exame de despiste de cancro colorretal.

No caso dos homens, em casos de testes falso-positivos para a próstata, tinham pelo menos 22 por cento mais probabilidade de realizarem exames no futuro. Os resultados foram mais expressivos em indivíduos com maior número de resultados falso-positivos.

“Os falsos-positivos são uma limitação da tecnologia que usamos para verificar o cancro. Esperamos que, com o tempo, a tecnologia melhore para que os pacientes não tenham que lidar com um número tão elevado de falsos-positivos”, disseram os investigadores.