Uma pesquisa publicada na revista Clinical Infectious Diseases concluiu que os pacientes com alergia à penicilina registam maior probabilidade de infeção no bloco operatório.

O estudo do Hospital Geral de Massachusetts em Boston, nos Estados unidos, teve como base a avaliação de uma coorte retrospetiva envolvendo 8 385 pacientes que realizaram 9 004 procedimentos cirúrgicos entre 2010 e 2014.

Um total de 11 por cento dos doentes relatou uma alergia à penicilina e 2,7 por cento registaram uma infeção no bloco operatório. Os pacientes que relataram uma alergia à penicilina registaram um aumento nas probabilidades de infeção no bloco operatório.

Quando comparados com doentes sem alergia à penicilina relatada, os que afirmavam ter alergia à penicilina receberam menos cefazolina e mais clindamicina, vancomicina e gentamicina.

O risco aumentado de infeção no bloco foi mediado unicamente pela administração de um antibiótico perioperatório alternativo, mostrou o estudo. Os pacientes com uma alergia relatada à penicilina tiveram um risco 50 por centro maior de infeção no bloco operatório, atribuíveis à administração de antibióticos perioperatórios de segunda linha.

Perante estes resultados, os cientistas alertam que os pacientes que afirmam serem alérgicos à penicilina devem fazer um teste para verificar se realmente o são, antes de realizarem uma cirurgia.