A saúde ocular é um aspeto vital do bem-estar humano e de sua qualidade de vida, pelo que a sua manutenção requer uma abordagem holística que vai além dos simples cuidados oftalmológicos, com a nutrição a desempenhar um papel fundamental na preservação da boa saúde dos olhos ao influenciar, desde a prevenção de doenças oculares até ao suporte para uma visão ótima ao longo da vida.
Na realidade, a saúde ocular depende em grande parte dos nutrientes que são obtidos através de nossas dietas, em particular dos três nutrientes considerados essenciais para manter uns olhos saudáveis, as vitaminas A, C e E, que normalmente estão presentes nas nossas dietas quotidianas desde que devidamente balanceadas e ricas em uma variedade de alimentos coloridos e nutritivos.
Uma revisão da literatura médica existente sobre a relação entre a nutrição e a saúde ocular, destaca os nutrientes essenciais e os seus benefícios específicos para os olhos, e além disso, são discutidos os alimentos e padrões alimentares associados a uma melhor saúde ocular, bem como as estratégias práticas para implementar uma dieta nutritiva que promova a saúde dos olhos e explorando os principais nutrientes necessários para manter uma visão saudável, com destaque para o facto de uma dieta equilibrada poder desempenhar um papel vital na manutenção ocular saudável.
Nesta última vertente, além do papel desempenhado pelas já mencionadas vitaminas A, C e E, destacam-se também o papel do zinco, a luteína e a zeaxantina, o ácido gordo ómega-3 e as antocianinas, corantes naturais responsáveis pelas cores azul, violeta e vermelha da maioria das frutas e proporcionando benefícios para a saúde idênticos aos flavonoides. Já a luteína e a zeaxantina, são pigmentos carotenoides amarelo-alaranjados com fortíssima ação antioxidante, que proteje os olhos contra os raios-ultravioleta do sol e contra a luz azul emitida pelos computadores e écrans de outros equipamentos, ajudando na prevenção das cataratas e degeneração macular.
A consulta periódica regular a um profissional de saúde ou nutricionista para orientações personalizadas, poderá ser crucial para garantir que as suas escolhas alimentares estejam alinhadas com a promoção de saúde ocular a longo prazo.
A saúde dos nossos olhos está também intrinsecamente ligada não só à alimentação, mas também ao estilo de vida que levamos, designadamente no que se refere ao aumento da adrenalina e ao stress do dia-a-dia, responsáveis pela fadiga ocular, além das noites mal dormidas, fatores que afetam todas as funções corporais e que, entre outras coisas, causam visão turva, a que se pode juntar o desgaste dos músculos que protegem os olhos devido ao seu uso excessivo.
Sabemos que uma alimentação equilibrada é fundamental para uma vida saudável e a saúde ocular não é exceção. Ainda que nunca tenhamos tido problemas com a qualidade da visão, ela vai-se degradando naturalmente à medida que envelhecemos, em resultado da perda progressiva da capacidade e velocidade de regeneração das células do nosso corpo, uma deterioração da visão que vulgarmente é designada por Degeneração Macular Relacionada com a Idade (DMRI).
Vários estudos têm associado uma dieta desequilibrada ao aumento do risco de desenvolvimento de DMRI e por outro lado, uma alimentação saudável, privilegiando o consumo de determinados nutrientes, auxilia na prevenção e tratamento de problemas da visão, sobretudo os relacionados com a idade, com destaque para os que pertencem ao grupo dos antioxidantes e em particular para a vitamina A, a luteína e a zeaxantina.
A vitamina A, também conhecida por retinol, é um antioxidante essencial para o processo de visão noturna, de tal forma que que um dos principais sintomas de carência manifesta-se pela dificuldade em ver nos ambientes de fraca luminosidade, condição chamada de cegueira noturna. A deficiência de vitamina A pode também manifestar-se por secura ocular, clinicamente denominada xeroftalmia, condição que pode ser retardada pela ingestão adequada de vitamina A que ajuda a manter saudáveis as células e tecidos dos olhos.
De entre os alimentos ricos em vitamina A, destacam-se a cenoura, tomate, batata-doce, legumes de folha verde-escura, pimentos, gema de ovo, óleo de palma, fígado e cremes vegetais para barrar. Vários estudos, demonstraram que estes carotenóides reduzem o risco e atrasam a progressão de doenças oculares crónicas. Mais especificamente, a luteína e a zeaxantina conferem proteção ocular contra os danos causados por ondas de luz de alta intensidade, das quais são exemplos alguns raios-ultravioleta emitidos pela luz solar.
As fontes alimentares de luteína e zeaxantina são comuns às fontes de vitamina A, incluindo a gema de ovo, o milho, frutas e vários legumes, de entre as quais são de destacar os legumes de folha verde escura, como couves, espinafres, brócolos, agrião, salsa e nabiças, além de outras espécies como a cenoura, batata-doce, abóbora, pimentos e as frutas de cor alaranjada como a manga, pêssego, laranja, alperce, damasco, melão, dióspiro, meloa, papaia e ameixas. Uma recente investigação observou que uma dieta rica neste tipo de alimentos, especialmente espinafres, couves e brócolos, pode reduzir até 50% o risco de desenvolver cataratas.
Por fim, importa igualmente referir que além destes três importantes nutrientes, outros antioxidantes como a vitamina C e a Vitamina E, os ácidos gordos e oligoelementos como o zinco e o cobre, estão também associados à boa saúde dos olhos, integrados num regime alimentar saudável.
A vacinação continua a ser o melhor meio de proteção contra o vírus, com uma proteção mais eficaz contra doenças mais graves, embora o seu efeito protetor diminua com o passar do tempo.