Uma equipa de cientistas da Universidade Federal de São Paulo, do Instituto Butantan, ambos no Brasil, e da Universidade de Surrey, no Reino Unido, descobriu que as células do fígado do anfíbio sul-americano Siphonops annulatus denominadas por melanomacrófagos podem ser a chave para a cura da cirrose hepática.

Este anfíbio da América do Sul possui células do fígado muito exclusivas, denominadas por melanomacrófagos, que conseguem remover e destruir colagénio, sendo esta uma das duas funções naturais.

Os melanomacrófagos também “engolem” naturalmente os basófilos - células sanguíneas -, ajudando a minimizar a inflamação indesejada do fígado, ao mesmo tempo que trava os mecanismos que levam ao desenvolvimento da cirrose, nomeadamente a formação de cicatrizes.

"A função hepática deste anfíbio, o Siphonops annulatus, pode proporcionar uma oportunidade única para combater uma das doenças mais devastadoras do fígado”, sublinharam os investigadores.

Os resultados preliminares do estudo foram publicados no Journal of Anatomy.

"Precisamos de estudos mais aprofundados sobre como essa descoberta poderia ser traduzida em tratamentos para os seres humanos, mas esta tem o potencial de alterar a forma como vemos e como tratamos a cirrose. Essa espécie particular pouco estudada de anfíbio pode ajudar-nos a encontrar uma forma de parar ou mesmo de reverter a cirrose hepática”, afirmou o investigador Augusto Coppi, membro da equipa.