O Instituto Português de Oncologia de Lisboa (IPO de Lisboa) estreou um equipamento pioneiro em Portugal que funciona como um “GPS” e vai andar dentro dos pulmões para encontrar pequenos tumores. O objetivo é diminuir a mortalidade associada a esta patologia oncológica.

Em causa está uma nova técnica para “navegar” no interior dos brônquios e chegar a tumores mais pequenos em zonas mais escondidas do pulmão.

O dispositivo vai permitir realizar um diagnóstico mais eficaz de lesões mais pequenas, aumentando, desta forma, a capacidade de tratamento precoce num tipo de cancro em crescimento e com elevada mortalidade exatamente porque, por norma, é detetado demasiado tarde.

O novo equipamento custou cerca de 200 mil euros e o diretor do Serviço de Pneumologia do instituto adianta que é um grande passo no combate ao cancro do pulmão, razão que levou a primeira intervenção do género, na última sexta-feira, a levantar uma enorme curiosidade entre os médicos da área no IPO de Lisboa.

A técnica chama-se "navegação eletromagnética microscópica" e Jorge Duro da Costa explica que, na prática, o que se faz é usar dados da TAC (Tomografia Computorizada) que o doente traz previamente e, "como um GPS, tal como nos carros, consegue-se chegar aos sítios mais recônditos do pulmão, depois de introduzir um tubo na boca ou no nariz do doente".

Por ano, surgem no país cerca de quatro mil novos doentes com cancro do pulmão. A meta é que esta técnica seja, no futuro, usada não apenas para chegar ao sítio e diagnosticar um tumor no pulmão, mas também tratar de forma mais precisa as lesões tumorais dos doentes.