O ioga é frequentemente descrito como uma prática efetiva para o alívio da dor, mas um novo estudo observa que esta prática também pode causar dor, e as lesões relacionadas são muito mais comuns do que se pode pensar.

A pesquisa sugere que, todos os anos, mais de dez por cento das pessoas que praticam ioga numa capacidade recreativa experimentam dor músculo-esquelética, particularmente nos membros superiores; além disso, o estudo também descobriu que o ioga realmente agrava a condição de mais do que um quinto dos ferimentos existentes.

Realizado pela Universidade de Sydney, na Austrália, o estudo foi publicado no Journal of Bodywork and Movement Therapeutics, e analisou dados de 354 adultos que praticavam ioga de forma recreativa.

Os participantes completaram dois questionários eletrónicos com um ano de diferença, onde se reuniram informações sobre as dores músculo-esqueléticas experimentadas; os dados revelaram que 10,7 por cento dos participantes experimentaram dor músculo-esquelética como resultado do ioga.

A dor nas extremidades superiores, incluindo o ombro, cotovelo, pulso e mão, foi o tipo de dor mais comum causado pelo ioga. Em indivíduos com lesões músculo-esqueléticas pré-existentes, cerca de 21 por cento dessas lesões foram exacerbadas pela prática de ioga.

No entanto, o estudo também trouxe algumas notícias positivas: cerca de 74 por cento dos participantes relataram que a sua dor músculo-esquelética pré-existente tinha melhorado como resultado do ioga.

Ainda assim, os investigadores acreditam que as suas descobertas destacam a necessidade de precaução quando se trata de praticar ioga, especialmente para pessoas que já têm dor músculo-esquelética.

As descobertas podem ajudar os profissionais de saúde e os pacientes a comparar os riscos do ioga com outros tipos de atividade física, o que lhes permite tomar decisões informadas sobre qual a melhor forma de exercício.