Quase seis por cento das infeções do trato urinário analisadas por um departamento de emergência da Califórnia, nos Estados Unidos, foram causadas por bactérias resistentes aos medicamentos, de acordo com uma nova pesquisa publicada na Annals of Emergency Medicine.

As bactérias mostraram ser resistentes à maioria dos antibióticos comummente usados. E, em muitos casos, os pacientes não tinham risco identificável para esse tipo de infeção, descobriu o estudo.

“O aumento das infeções resistentes aos medicamentos é preocupante. O que há de novo é que em muitas dessas infeções do trato urinário é simplesmente impossível identificar quais os pacientes que estão em risco. É imperativo abordar as causas da resistência aos antibióticos e desenvolver novos medicamentos. Uma sociedade sem antibióticos será uma sociedade que retornou aos tempos pré-industriais, quando uma pequena lesão ou infeção poderia facilmente tornar-se uma ameaça à vida”, disseram os investigadores.

Os autores recomendam algumas mudanças imediatas na prática clínica, como o uso mais amplo de testes de cultura de urina e um sistema de acompanhamento mais fiável para os pacientes que acabam por ter uma doença resistente.

Os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos estimam que, atualmente, morrem, a cada ano, cerca de 23 mil norte-americanos devido a infeções resistentes aos antibióticos.

As bactérias analisadas neste estudo eram principalmente E. coli; historicamente, estas bactérias resistentes eram abundantemente encontradas em casos de infeções hospitalares, mas os autores observaram que essas bactérias têm infetado mais pessoas fora do ambiente hospitalar, particularmente pessoas com infeções do trato urinário.