Um novo estudo realizado pela Universidade de Maryland, na Austrália, identificou uma estratégia inovadora para tratar a gripe, e talvez outras doenças infeciosas.

Os cientistas mostraram que uma pequena proteína, chamada retrociclina-101 (RC-101), pode potencialmente melhorar os sintomas e a mortalidade associados à gripe.

A proteína é única na medida em que não apenas visa o vírus da gripe em si, mas também a inflamação prejudicial que o vírus desencadeia no hospedeiro. Embora o efeito da RC-101 tenha sido anteriormente estudado como um tratamento de gripe em células, nunca foi estudado em animais.

A pesquisa, publicada no Journal of Leukocyte Biology, estudou os efeitos da RC-101 em células humanas e num modelo animal com gripe.

Os pesquisadores avaliaram as células imunes humanas e descobriram que a RC-101 teve dois efeitos positivos: primeiro, bloqueou o vírus da gripe, impedindo-o de infetar as células e, em segundo lugar, bloqueou a inflamação que está por trás da maioria dos sintomas da infeção por influenza, como febre, dor, letargia e problemas para respirar. De acordo com os investigadores, esta ação dupla é única.

Os cientistas infetaram, depois, dois grupos de ratos com uma dose de influenza tipicamente letal; após dois dias, um desses grupos recebeu RC-101, durante cinco dias, e o outro grupo recebeu placebo.

Os ratos que foram tratados com RC-101 registaram sintomas menos graves de gripe e a sua taxa de morte também diminuiu, ao passo que 90 por cento do grupo de controlo morreu.

Embora a RC-101 não exista em seres humanos, existe em alguns animais, e fornece uma poderosa proteção antiviral.

Os investigadores querem agora descobrir se a proteína pode ser efetiva contra a dengue, o Zika e outras infeções virais que possam causar danos através de inflamação.