FILHOS HOMOSSEXUAIS

FILHOS HOMOSSEXUAIS

CRIANÇAS E ADOLESCENTES

  Tupam Editores

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Muito se tem falado nos últimos anos sobre diversidade, respeito pelas diferenças e luta contra o  preconceito, bem como de uma busca pela igualdade de género. Se entendermos o género como algo socialmente construído em que predomina a heterossexualidade, os desvios desse padrão dominante, que ao longo dos últimos anos têm vindo a ganhar cada vez mais visibilidade, em particular nas sociedades ocidentais, os homossexuais têm vindo a conquistar o seu espaço paulatinamente granjeando a aceitação social.

Devido a preconceitos profundamente arreigados nas sociedades, ainda hoje é difícil a aceitação destes grupos, pelo que se torna necessário entender um pouco das bases para a formação de uma identidade homossexual, que muitas vezes é caraterizada através de uma certa identidade territorial e formação de espaços de convivência homossexual exclusivos.

A fim de tentarmos entender minimamente o simbolismo que carateriza estes grupos, leva-nos a refletir sobre a questão dos preconceitos e o respeito pelas diferenças, que em pleno século XXI continuam a manifestar-se fortemente em todos os sectores das sociedades um pouco por todo o mundo, como nos é mostrado de forma exaustiva pelos meios de comunicação social.

Na maioria dos casos não é fácil, quer para os pais quer para os filhos, encarar de ânimo leve a homossexualidade, ou seja, o desejo sexual, emocional ou amoroso por uma pessoa do mesmo sexo. Por mais que as pessoas se proclamem “despidas” de preconceitos, num primeiro momento, praticamente todas as famílias ficam relutantes em encarar e aceitar a realidade, sem traumatismos.

O vosso filho ou filha comportam-se de forma diferente de outros jovens da mesma idade? Desconfiam vagamente que é homossexual, mas as expectativas criadas para o futuro de vossos filhos impedem-nos de acreditar e assim se vão mantendo na incerteza.
Descobrir que se tem um filho ou filha gay, lésbica ou bissexual pode surgir inicialmente como um choque, mas é fundamental que aprendamos a compreender e aceitá-lo por quem ele realmente é. Isto é muito importante, porque não entender e/ou apoiar os seus pontos de vista pode arruinar a confiança nos seus pais.

Passos recomendados a seguir

Evitar por todos os meios que o vossos filhos ou filhas se sintam pior do que já estão, demonstrando-lhe que a luta que eles têm vindo a travar é também a vossa e certificando-se de que sabem que o seu amor por eles se mantém inalterado, independentemente do evoluir da situação.

A fim de não quebrar, por vezes definitivamente, os laços familiares, é muito importante manter um diálogo aberto e sem preconceitos entre os pais e seus filhos homossexuais, pois muito provavelmente estes sentem-se tão nervosos e confusos como os pais.

O estabelecimento de um clima de total confiança é fundamental para que os filhos sintam o amor e a proteção paterna num ambiente externo que tradicionalmente lhes é bastante hostil, porque diferente. Ainda que por vezes seja difícil e desconfortável, os pais devem concentrar-se essencialmente em não os acusar ou julgar, demostrando-lhes antes o seu afeto e orgulho pelo facto deles confiarem o suficiente nos pais para lhes puderem comunicar a sua sexualidade diferente.

Não obstante os progressos que se têm verificado nos últimos anos relativamente à aceitação da homossexualidade pelas sociedades, a realidade é que nem sempre aquela opção é facilmente aceite.

Acreditem ou não que os seus filhos nasceram assim, os pais devem ter sempre presente que jamais deixarão de ser seus filhos, com determinada identidade e caraterísticas próprias, independentemente da sua sexualidade, e por isso deverão propiciar-lhes as necessárias e suficientes condições para que se sintam confortáveis e com apoio bastante para que possam ser felizes e fiéis a si próprios na proximidade dos seus progenitores.

Para ajudar no entendimento e aceitação de uma sexualidade diferente e assumida, os pais devem fazer um esforço para se informarem mais acerca do tema homossexualidade e por essa via melhorarem o diálogo e a percepção dos sentimentos e pensamentos dos seus filhos.

Se ainda assim, e apesar dos esforços feitos no sentido da aceitação da homossexualidade dos seus filhos, persistirem problemas difíceis de ultrapassar, os pais nessa situação devem considerar a hipótese de se juntarem ou mesmo criarem uma comunidade que partilhe de iguais preocupações para discussão dos problemas comuns ou, em última análise, procurar ajuda de um conselheiro especializado, para não continuarem a sentir-se cada vez mais infelizes.

Os pais com filhos homossexuais devem manter-se convictamente otimistas, mantendo-se como seus acérrimos defensores perante a família e os amigos, pois se os apresentarem com vergonha ou os inferiorizarem, os restantes membros da família e amigos, tenderão a reproduzir essa atitude. Mantendo a aceitação da diferença de sexualidade e mostrando à família e amigos que respeitam e compreendem os filhos, mesmo que em algumas circunstâncias seja difícil e tenham de fingir, podem estar a dar um passo importante para abrir a mente e protagonizar uma genuína aceitação.

Ao serem confrontados com a realidade de terem um filho ou filha homossexual os pais devem tentar manter-se calmos e em primeiro lugar ouvir, incentivando-os de forma amistosa a conversar, tendo sempre presente que muito provavelmente qualquer filho nessa situação terá receio de contar tudo no início, com receio de que os seus pais o vão renegar ou mesmo odiar para sempre, por ser diferente.

Nestas circunstâncias, os pais deverão conter a sua eventual frustração e raiva inicial e nunca referir que ele/ela estão errados, nem tão pouco sugerir que isso é tão só uma fase da vida e que irá passar com o tempo, o que só irá agravar a situação.

Para que os pais tenham uma melhor percepção sobre a orientação sexual dos seus filhos e melhor entenderem e lidarem com a sua personalidade, é importante saber o que significa para eles ser homossexual. Para alguns deles é indiferente ser heterossexual ou homossexual, encarando ambas as tendências com normalidade; para outros, porém, a homossexualidade é uma parte fundamental da sua personalidade confundindo-se com a própria existência.

É muito importante que os pais entendam a posição dos filhos relativamente à sua sexualidade. Se para alguns deles a homossexualidade é apenas um aspeto da sua própria natureza, incentivá-los repetidamente a namorar ou a falar sobre a sua orientação sexual de forma insistente pode aborrecê-los; porém, se para outros, ser homossexual é fundamental e mais importante que ser simplesmente mais um ativista LGBT (Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgéneros), fazer perguntas sobre a vida amorosa dos filhos pode ser por estes mais apreciado.

Trajeto difícil

Psicólogos e especialistas em sexualidade, indicam que existem evidências de que fatores genéticos, biológicos e ambientais podem contribuir para o homossexualismo, reafirmando que “o desejo homossexual é espontâneo e involuntário, e que não se trata de um escolha”.

É particularmente na adolescência que os primeiros sinais de homossexualidade se manifestam e se tornam mais fortes. Em muito dependendo do ambiente onde se movimentam, os jovens adolescentes tendem a sentir-se encurralados pelo preconceito, pelos sentimentos de culpa, medo da rejeição e pela tortura de ter que esconder esse segredo da família e dos amigos. Sendo estes sentimentos de vergonha tão comuns, quando finalmente conseguem libertar-se assumindo a sua orientação sexual, em geral já entraram num processo avançado de autoaceitação.

Este processo de autoaceitação por parte dos filhos é a fase de maior sofrimento, devido à dificuldade de terem de carregar uma culpa por não terem sido capazes de cumprir as expectativas familiares e sociais. Por isso, é da maior importância que nesta fase tenham o apoio incondicional de familiares e amigos, a fim de evitar o risco maior de afastamento, que pode tornar as relações mais superficiais, revestidas de segredos, dissimulação e mentiras.

Em Portugal, a lei 7/2011 passou a permitir “uma cidadania plena” às pessoas transgénero maiores de 18 anos, e desde aí cerca de 380 pessoas já mudaram de género no registo civil, havendo por isso um menor condicionalismo à mudança e maior abertura da sociedade. Se o seu filho(a) se mantiver em silêncio tentando não revelar a sua homossexualidade, não vale a pena insistir; porém, se o fizer, prepare-se previamente muito bem pois tudo poderá correr muito mal.

Alguns estudos sobre o assunto indicam que filhos criados em ambiente de famílias homossexuais podem ser bem sucedidas, mas é nas famílias biológicas intactas que as crianças têm uma vida melhor, se desenvolvem de forma mais equilibrada e são mais felizes, cabendo por isso aos casais heterossexuais manter firme a sua relação.

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