Uma nova pesquisa da Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, identificou um mecanismo-chave que mostra como o exercício aeróbico pode ajudar a impactar o cérebro de maneiras que podem apoiar o tratamento, e até mesmo estratégias de prevenção, para o vício.

O exercício aeróbico é um exercício vigoroso que aumenta a frequência cardíaca, respiração e circulação de oxigénio através do sangue e está associado à diminuição de muitos problemas de saúde, incluindo diabetes, doenças cardíacas e artrite. Também está ligado a inúmeros benefícios para a saúde mental, como a redução do stress, da ansiedade e da depressão.

“Vários estudos mostraram que, além destes benefícios, o exercício aeróbico tem sido eficaz na prevenção do início, aumento e recaída do uso de substâncias em várias categorias, incluindo álcool, nicotina, estimulantes e opioides”, disseram os investigadores, que explicaram que este estudo procurou “ajudar a identificar os mecanismos neurobiológicos subjacentes que impulsionam essas mudanças”.

Através de modelos animais, os investigadores descobriram que o exercício aeróbico diário alterava a via da dopamina mesolímbica no cérebro. A dopamina é um neurotransmissor chave associado a transtornos por uso de substâncias, que desempenha um papel importante na recompensa, motivação e aprendizagem.

“O trabalho atual visou avaliar se o exercício físico pode normalizar a sinalização da dopamina que foi alterada pelo uso crónico de drogas, já que isso pode fornecer um suporte importante para a forma como o exercício pode servir como uma estratégia de tratamento para o abuso de substâncias”, esclareceram os autores.

“Mais estudos que se concentrem em pessoas com transtornos por uso de substâncias devem ajudar os cientistas a desenvolver novos métodos para integrar o exercício em regimes de tratamento que podem ajudar a prevenir recaídas”, acrescentaram.