Quase 80 novos genes que podem estar ligados à depressão foram descobertos por cientistas, o que pode ajudar a explicar o motivo pelo qual algumas pessoas correm maior risco de desenvolver a doença e ajudar os especialistas a desenvolverem fármacos para combater problemas de saúde mental.

A depressão afeta uma em cada cinco pessoas no Reino Unido a cada ano e é a principal causa de incapacidade em todo o mundo. Eventos da vida, como trauma ou stress, podem contribuir para o seu início, mas não está claro o motivo pelo qual algumas pessoas se tornam mais propensas a desenvolver a doença do que outras.

Investigadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia, examinaram o código genético de 300 mil pessoas para identificar áreas do ADN que poderiam estar ligadas à depressão.

Sabe-se que alguns dos genes identificados estão envolvidos na função das sinapses, pequenos conectores que permitem que as células cerebrais comuniquem umas com as outras por meio de sinais elétricos e químicos.

Publicado na revista Nature Communications, o projeto teve um custo de 4,7 milhões de libras (cerca de 5,4 milhões de euros).

“A depressão é uma condição comum e severa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Estas novas descobertas ajudaram-nos a entender melhor as suas causas", disseram os especialistas.

"Esperamos que a crescente capacidade de pesquisa de dados de saúde no Reino Unido nos ajude a fazer grandes avanços na compreensão da depressão nos próximos anos. Este estudo identificou genes que aumentam potencialmente o risco de depressão, adicionando dados à evidência de que a depressão é, parcialmente, um distúrbio genético", concluíram.