Uma substância parecida com uma espuma, feita de celulose vegetal e que pode ser injetada no corpo e funcionar como suporte para o crescimento de um novo osso poderá tornar-se no material de excelência dos implantes ósseos do futuro.

O material em causa é produzido a partir de nanocristais derivados de celulose vegetal, os quais são manipulados de modo que se liguem e formem uma esponja forte, mas leve – ou seja, um aerogel - que se pode comprimir ou expandir conforme necessário para preencher completamente uma cavidade óssea.

“A maioria dos enxertos ósseos ou implantes são feitos de cerâmica dura e quebradiça, que nem sempre se ajusta à forma do orifício, e essas lacunas podem levar a um crescimento desadequado do osso e à falha do implante. Criamos este aerogel de nanocristal de celulose como uma alternativa eficaz para esses materiais sintéticos”, explicou o professor Daniel Osorio, que desenvolveu o material com os seus colegas das universidades da Colúmbia Britânica e McMaster, no Canadá.

Os primeiros testes foram feitos em dois grupos de ratos, com o primeiro grupo a receber implantes de aerogel e o segundo grupo não. Os resultados mostraram que o grupo que recebeu o novo material apresentou 33 por cento mais crescimento ósseo na marca de três semanas e 50 por cento mais crescimento ósseo na marca de 12 semanas, em comparação com os controlos.

“Podemos ver este aerogel a ser usado para uma série de aplicações, incluindo implantes dentários e cirurgias de substituição da coluna vertebral e articulação. E ele será barato porque a matéria-prima, a nanocelulose, já está a ser produzida em quantidades comerciais”, destacou a investigadora Kathryn Grandfield.