DOENÇAS QUE O PODEM MANTER ACORDADO

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DOENÇAS E TRATAMENTOS

  Tupam Editores

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O sono é um estado comportamental complexo e ainda um dos grandes mistérios da neurociência atual. Ele é absolutamente necessário para a nossa sobrevivência, fruição de boa saúde e bem-estar e aumento da longevidade, mas ainda não se sabe completamente por que razão é essencial, nem de que forma favorece o ser humano em particular. Um dos benefícios imediatos sentidos é o seu efeito restaurador na capacidade das pessoas se sentirem bem e com mais energia durante o dia.

As necessidades individuais do sono variam muito, mas em geral, a maioria dos adultos precisa de dormir entre 6 a 8 horas por dia, o que significa que passamos cerca de um terço de nossas vidas a dormir, sendo que a grande maioria das pessoas o faz durante a noite, com exceção dos que necessitam de conciliar o descanso com os seus horários de trabalho noturnos, uma situação que ao longo do tempo pode provocar distúrbios do sono, por alteração dos ciclos circadianos.

De entre os problemas relacionados com o sono, os mais comummente referidos são a insónia e a sonolência excessiva durante o dia, em que existe dificuldade em adormecer ou em manter o sono, podendo acordar mais cedo do que o habitual e não conseguir voltar a dormir. Na ausência de uma noite de sono tranquila e regeneradora, começamos a sentir alguns dos sintomas típicos desencadeados pela fadiga de uma noite “mal dormida” podendo ocorrer algumas complicações no nosso organismo, sendo por isso muito importante diagnosticar e tratar a insónia de forma correta e logo desde o seu início.

A insónia é o distúrbio do sono mais frequente no adulto e está associada ao aumento da mortalidade causada por doenças cardiovasculares, distúrbios psiquiátricos, diabetes, acidentes e absentismo laboral. Pode ser definida como uma experiência subjetiva de sono inadequado ou de qualidade limitada, apesar de reunidas todas as condições para dormir, com prejuízo para o funcionamento social, ocupacional e de outras atividades diurnas, ficando-se com a sensação de que o sono pareça ter sido insuficiente ou desajustado.

Estima-se que 69 por cento dos pacientes presentes à consulta de Clínica Geral sofram de insónia e apesar de afetar milhões de pessoas em todo o mundo, continua a ser subdiagnosticada, não recebendo por isso o tratamento adequado.

A sonolência excessiva durante o dia refere-se às pessoas que ficam anormalmente sonolentas ou chegam mesmo a adormecer durante o dia, mostrando-se incapazes de levar a cabo as suas atividades e rotinas diárias.

A dificuldade em adormecer e manter o sono sem interrupção ou acordar mais cedo do que é desejado, são eventos comuns entre os jovens e as pessoas de idade mais avançada, estimando-se que cerca de 10 por cento dos adultos sofra de insónia crónica com duração superior a quatro semanas e 30 a 50 por cento sofra de insónia em algum momento de suas vidas, pelo menos duas a três vezes por semana.

Vários estudos revelam uma diminuição do tempo médio do sono diário da ordem de hora e meia nos países europeus relativamente ao início do século passado, ao mesmo tempo que os gastos com “medicamentos para dormir” disparam, constituindo uma preocupação crescente e um problema de saúde pública, que requer uma intervenção a nível individual e de âmbito mais alargado.

Outros distúrbios do sono

Sendo a insónia e a sonolência excessiva os estados mais prevalentes na população, segundo a Classificação Internacional de Distúrbios do Sono (ICSD-3), o sistema mais amplamente usado para classificar aquela patologia, existem mais de 70 diferentes distúrbios relacionados com o sono, que são agrupados e classificados em sete grupos principais: 1 - insónia; 2 - distúrbios respiratórios relacionados com o sono (apneia); 3 - transtornos centrais da hipersonolência; 4 - distúrbios sono-vigília do ritmo circadiano; 5 - parassónias; 6 - distúrbios do movimento relacionados com o sono; 7 - outros distúrbios do sono.

A apneia é um distúrbio respiratório relacionado com o sono, também chamado de síndrome da apneia obstrutiva do sono, em que ocorre uma interrupção do fluxo respiratório, devido ao colapso das vias aéreas. Esta doença provoca alterações no ciclo do sono, devido à incapacidade de atingir fases mais profundas e dificultando o adequado descanso. Deste modo, as pessoas com apneia ficam sonolentas durante o dia, gerando complicações de vária ordem como, falta de concentração, dores de cabeça, irritabilidade, alterações de memória e pressão arterial elevada.

Na sonolência excessiva diurna o paciente tem dificuldade em manter-se em estado de alerta e vigília ao longo do dia, por excesso de sono, criando dificuldades ao normal desempenho das atividades diárias, deixando a pessoa exposta à possibilidade de risco de acidentes de vária ordem.

No sonambulismo, uma classe de distúrbios incluídos nas chamadas parassónias, que provocam comportamentos invulgares durante o sono, há uma alteração dos padrões do sono devido à ativação de áreas do cérebro em momentos inesperados, situação que é frequente em crianças, mas que podem ocorrer em qualquer idade.

Nos distúrbios do movimento, o sintoma mais comummente referido é a síndrome das pernas inquietas, uma doença do movimento relacionada com o sono que afeta cerca de 1 a 3% da população. O seu diagnóstico é clínico e conjuga quatro sintomas identificativos: necessidade incontrolável do paciente mover as pernas; alívio temporário da sensação desagradável de peso nas pernas, causado pelo movimento; os sintomas ocorrem predominantemente quando em repouso e agravam-se no final do dia e durante a noite.

Outros distúrbios do sono mais invulgares são o bruxismo, doença que é caraterizada pelo ato inconsciente de ranger e apertar os dentes de forma involuntária, causando alterações dentárias e dores de cabeça frequentes, além de estalidos e dores na mandíbula, além de narcolepsia, um ataque súbito de sono incontrolável que leva a pessoa a dormir a qualquer hora ou local, sendo necessário que realize um enorme esforço para evitar adormecer, sintomas que podem durar durante alguns minutos e surgir várias vezes por dia.

Causas principais perturbadoras do sono

Stress, viagens ou horários de trabalho, má higiene do sono, comer tarde e em excesso à noite, doenças do foro psiquiátrico, medicamentos, apneia do sono, ingestão de alimentos e/ou bebidas estimulantes e algumas patologias como, cancro, diabetes, doença cardíaca, asma, refluxo gastroesofágico, tiroide hiperativa, doença de Parkinson, Alzheimer.

Se apresentar algum dos sinais ou sintomas aqui abordados, que lhe causem perturbações durante o dia, deverá consultar o seu médico quanto antes a fim de identificar a causa do problema e prescrever o tratamento a seguir.

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
09 de Abril de 2024

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