Doentes com cancro da mama que adotaram uma dieta com baixo teor de gordura tiveram maior probabilidade de sobreviver por pelo menos uma década após o diagnóstico da doença, em comparação com as pacientes que ingeriram mais alimentos com gordura, revela um novo estudo publicado na revista JAMA Oncology.

Dados do estudo da Wo-men's Health Initiative (WHI) já tinham descoberto que as mulheres que seguiam uma dieta com baixo teor de gordura tinham menores possibilidades de desenvolver formas mais agressivas de cancro da mama.

Contudo, não foi avaliado o efeito de tais dietas na sobrevivência após um diagnóstico da patologia. Para responder a esta questão, os cientistas analisaram os dados da WHI relativos a quase 49 mil mulheres na pós-menopausa acompanhadas em 40 centros clínicos nos Estados Unidos.

As mulheres foram escolhidas aleatoriamente para manterem a sua dieta regular (e que continha um terço ou mais de energia diária fornecida por gor-duras) ou para adotar um regime com mais frutas, vegetais e grãos integrais, onde menos de 20 por cento das necessidades diárias de energia eram provenientes de gordura.

Durante os 8,5 anos do estudo sobre dieta, 1 764 mulheres desenvolveram cancro da mama. Essas mulheres foram acompanhadas por uma média de 11,5 anos após o diagnóstico da doença.

No geral, a sobrevivência das mulheres que seguiam um regime de baixo teor de gordura foi 22 por cento maior, em comparação com as mulheres que continuaram com a sua dieta habitual.

Em relação à ocorrência de morte por cancro da mama, das 516 mulheres que morreram por qualquer causa, 68 no grupo de dieta com pouca gordura morreram da patologia, em comparação com 120 no grupo de dieta regular.

Este estudo encontrou mais um benefício para a saúde ao ingerir uma dieta com baixo teor de gordura e mais frutas e vegetais. O estudo demonstra que as mulheres na pós-menopausa com uma dieta de baixo teor de gordura que foram diagnosticadas com cancro da mama viveram mais tempo, afirmaram os autores.