COVID-19: VEIO PARA FICAR?

COVID-19: VEIO PARA FICAR?

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

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A crer nas afirmações de Mike Ryan, diretor executivo do Programa de Emergência de Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), proferidas durante a última conferência de imprensa, há fortes probabilidades de o vírus SARS-CoV-2 permanecer entre nós e evoluir de forma idêntica à gripe, tendo ainda referido que o vírus continua a sofrer mutações, em particular nos países em que o nível de vacinação é ainda muito baixo, o que impede a sua irradicação a nível global.

Na realidade, cada vez mais especialistas vêm defendendo que devido às caraterísticas e aleatoriedade das mutações nas variantes, teremos de aprender a coexistir com o novo vírus, alertando os governos e as autoridades de saúde de todo o mundo para a necessidade da criação de estruturas de apoio e combate continuado à pandemia, como já acontece com os programas de vacinação para outras doenças epidemiológicas.

O tema da pandemia permanece na agenda dos governos de todo o mundo, levando-os a ponderar novas formas de resolver o problema dos desequilíbrios entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, através da criação de mecanismos mais eficazes de equidade na distribuição das vacinas pelos países economicamente mais frágeis, como forma de proteger as fronteiras e impedir a propagação da COVID-19, tal como é reiteradamente recomendado pela OMS.

Em consequência, a anteceder a reunião de cúpula dos chefes de estado e de governo dos países mais ricos do mundo (G20), a realizar em Roma no final de outubro de 2021 e que irá contar com a presença dos seus homólogos dos países convidados e representantes de algumas das principais instituições internacionais, reuniram-se na mesma cidade os ministros da saúde do G20 que acordaram por unanimidade em reforçar a entrega de vacinas e outros recursos correlacionados, para os países mais carenciados na imunização das suas populações contra a pandemia, tendo elaborado para o efeito um documento que designaram por “Pacto de Roma” e que por todos foi ratificado.

Portugal, apesar de ter atualmente uma das taxas mais elevadas de vacinação completa de todo o mundo, pondera ainda assim a possibilidade de inocular uma terceira dose aos grupos de pacientes de maior de risco, ainda que não existam evidências claras dessa necessidade. Em resultado do sucesso obtido com o programa de vacinação contra a COVID-19, o governo admite mesmo que poderemos atingir a almejada meta de 85% de pessoas vacinadas, já nas próximas semanas, o que nos permitiria o regresso a uma “quase normalidade”.

A contrariar este otimismo, a OMS, pela voz do seu diretor-geral Tedros Ghebreyesus, acaba de pedir aos países com taxas elevadas de vacinação, que não avancem com uma terceira dose até ao final do ano, a fim de reduzir a desigualdade que se verifica a nível mundial na distribuição de vacinas, muito embora tenha admitido que seria necessária uma terceira dose para os doentes imunodeprimidos ou que não produzem anticorpos.

Apesar das recomendações feitas pela OMS desde o início da pandemia, acerca da necessidade de uma postura ética e equidade na distribuição das vacinas por todos os países e regiões do mundo, na realidade não foi possível atingir os objetivos delineados por aquela organização, dado que os países de alto e médio rendimento absorveram mais de 80% dos cerca de 5,6 mil milhões de doses administradas a nível global.

Israel foi dos primeiros países a iniciar a vacinação contra a COVID-19 e também o primeiro a avançar com a administração de uma terceira dose, mas países como a Eslovénia, Hungria, Luxemburgo e Suécia também já a iniciaram. Nos Estados Unidos a administração da terceira dose a toda a população está programada já a partir de setembro e a França, Alemanha, Áustria, Lituânia e Reino Unido também já anunciaram que o iriam fazer.

A vacinação desempenha um papel central na preservação de vidas humanas no contexto da pandemia COVID-19 e tem sido, entre nós, um indicador crucial na determinação das etapas de desconfinamento. Portugal está atualmente na Fase 2 do desconfinamento e em estado de contingência, com regras aplicáveis em todo o território continental.

Depois da atual fase de desconfinamento, segue-se uma terceira marcada para outubro caso tudo corra como previsto, mas que, a julgar pelo avanço da vacinação poderá também chegar mais cedo. A responsabilidade é de cada um de nós para que isso aconteça, mas não deveremos tomar nada como garantido!

Plano de desconfinamento inicial

Foi inicialmente previsto que o desconfinamento se processasse em três fases. A primeira teve início no primeiro dia de agosto e era baseada no reforço da utilização intensiva dos certificados digitais COVID-19 e de testes negativos, elementos obrigatórios para aceder aos estabelecimentos hoteleiros e de restauração, realizar viagens e aceder à maioria dos eventos sociais mais comuns. Previa ainda o fim do teletrabalho obrigatório, que passaria a ser recomendado.

A segunda fase, foi prevista para o início de setembro, mas prorrogada até ao dia 12 do mesmo mês. Nesta fase, além de deixar de ser obrigatório o uso de máscaras na via pública, o acesso aos serviços públicos deixa de ser feito por marcação e os transportes públicos voltam a ter a lotação normal, entre outras medidas, visando a libertação gradual das restrições ainda existentes.

Na terceira fase, a iniciar em outubro, está previsto que 85% da população já tenha a vacinação completa, sendo a partir daí permitida a reabertura de bares e discotecas, mediante a apresentação de certificado digital ou teste negativo, bem como o fim das limitações na lotação de restaurantes e recintos de espetáculos.

Convém interiorizar que para haver êxito nesta tarefa, é indispensável que, para além da vacinação, as medidas de proteção individual adotadas desde o início da pandemia, como o uso de máscaras de proteção, manutenção de distanciamento físico e higienização pessoal, continuem a fazer parte de rotinas diárias, além do indispensável civismo.

O papel da OMS

A nível Global, o número de casos de infeção nos últimos sete dias continuou a crescer, porém o número de mortes baixou cerca de 2% em resultado evidente da vacinação. Face aos resultados parece haver consenso de que é necessário retomar as atividades económicas e sociais normais, já que o processo de vacinação se mostra eficaz, a população interiorizou a necessidade de precaução e as entidades reguladoras da saúde na maioria dos países têm vindo a reportar estabilização e até redução nos números de internamentos hospitalares.

Desde que a epidemia por COVID-19 foi declarada pandemia pela OMS em março de 2020, foram envidados grandes esforços por aquela Organização no sentido de entregar vacinas de forma equitativa a todos os países sem que, no entanto, o tenha conseguido, devido principalmente às desigualdades e falta de recursos económicos de muitos países. Daí que os níveis de vacinação hoje atingidos em cada país variem muito, não sendo possível estabelecer uma média realista de imunização.

Segundo o ourworldindata.org da Universidade de Oxford, 41,32% da população mundial já recebeu pelo menos uma dose da vacina para a COVID-19 e 29,27% está completamente vacinada, tendo já sido administradas 5,6 mil milhões de doses a nível global e 30,38 milhões são atualmente administradas por dia. Todavia, apenas 12,05% das pessoas de países com baixos recursos económicos receberam uma dose, o que é manifestamente injusto, quando comparamos por exemplo com os Emiratos Árabes Unidos, o país que já vacinou 77,11% da sua população completamente e 11,01% receberam pelo menos uma primeira dose.

Para a OMS, proporcionar o acesso equitativo global a uma vacina segura e eficaz, protegendo os profissionais de saúde em especial e todos os que estão em maior risco, é a única maneira de mitigar o impacto económico e de saúde pública das pandemias, sendo que as vacinas são agora a arma mais eficaz para debelar a COVID-19 e caminhar progressivamente com maior segurança para o objetivo de imunizar a população. Contudo, parece haver já alguma unanimidade entre os especialistas, indicando que vamos ter de conviver com a endemia no futuro, tal como já acontece com a gripe.

A questão que se coloca é se iremos continuar a viver como antes ou se teremos de nos readaptar a novas formas de vida. A avaliar pelo exemplo que nos é dado pelo Reino Unido e outros países que lhe seguiram o exemplo, seja por cansaço ou por instinto de sobrevivência, as pessoas estão finalmente a regressar ao modo de vida anterior, sem restrições significativas, que não seja a manutenção de regras salutares de boa convivência cívica.

Os efeitos na saúde mental

Não existem dúvidas de que a reação à COVID-19 já impôs novas formas de vida, quer no plano individual quer em sociedade, na tentativa de controlar a infeção. À pandemia sucedeu rapidamente uma crise económica e ambas têm tido consequências “invisíveis” na saúde mental das populações.

A avaliação do impacto psicológico do confinamento e autoisolamento das populações, as consequências ligadas ao desemprego, às dificuldades financeiras e à exclusão social que afetam a humanidade, de uma ou outra forma, está longe de poder ser feita.

A saúde mental e o bem-estar devem ser entendidos como direitos humanos fundamentais e os países devem repensar o acesso aos cuidados no setor. Entre as recomendações da OMS estão o reforço dos serviços de saúde mental, a melhoria do acesso aos cuidados por via digital, o incremento dos serviços de apoio psicológico nas escolas, universidades, locais de trabalho e em particular para os trabalhadores de primeira linha no combate à pandemia.

Para o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, trata-se de uma componente-chave da saúde humana que requer uma ação imediata dos governos e Margaritis Schinas, vice-presidente da Comissão Europeia, deixa uma mensagem importante: “não há desculpas para atrasos” a lidar com o problema. Os cuidados com o bem-estar psíquico devem ser levados a sério, senão quando debelarmos esta pandemia teremos forçosamente de enfrentar outra – uma pandemia de saúde mental.

As novas variantes e a imunidade vacinal

Com cerca de 78,75% da população portuguesa já com a vacinação completa e 86,38% pelo menos com a primeira dose da vacina, espera-se que até final de setembro se atinja a terceira fase do desconfinamento e possamos seguir o exemplo do Reino Unido e da maioria dos países europeus, conseguindo a imunidade de grupo anunciada pela DGS, caso não surjam contratempos com as entregas de vacinas ou novas variantes do vírus, que são uma ameaça constante.

Não podemos esquecer que a variante Delta do SARS-CoV-2, atualmente com uma prevalência de 100% em Portugal, e em grande parte dos países da UE, nos fez retroceder no longo percurso para debelar a doença. Também as notícias da variante Lambda, detetada no Peru em dezembro de 2020 e disseminada pela região da América do Sul, vieram baralhar mais uma vez todas as previsões, constituindo nova preocupação para os especialistas e governos.

No que concerne à eficácia das vacinas em uso para estas variantes – não obstante ainda não haver unanimidade entre a comunidade científica internacional para todas as que estão aprovadas –, a grande maioria defende que as principais vacinas em uso permanecerão protetoras contra a variante Lambda.

A situação, porém, pode vir a complicar-se pois uma nova variante, já em vigilância, poderá colocar em risco a imunidade oferecida pelas vacinas.

Até ao momento a OMS monitorizava cinco variantes: a Delta, responsável por todos os casos de infeção no país; a Beta, também com mutações que apresentam resistência às vacinas; a Alpha, registada pela primeira vez no Reino Unido; a Gamma, presente em 91 países, e agora a B.1.621, batizada de “Mu”.

Esta nova variante foi identificada pela primeira vez na Colômbia em janeiro e posteriormente detetada na América do Sul e Europa sendo classificada pela OMS como variante de interesse, por apresentar “uma constelação de mutações” que indicam propriedades potenciais para escapar ao sistema imunológico.

Convém referir que todos os vírus, incluindo o SARS-CoV-2, que causa a COVID-19, sofrem mutações com o tempo, e a maioria delas com pouco ou nenhum impacto nas características do vírus. No entanto, certas mutações conseguem afetar as propriedades do vírus influenciando, por exemplo, a sua capacidade de propagação, a gravidade da doença que causa ou a eficácia das vacinas, medicamentos ou outras medidas para a combater.

Embora a prevalência global da variante Mu entre os casos sequenciados tenha diminuído, e atualmente seja inferior a 0,1%, a sua prevalência na Colômbia (39%) e no Equador (13%) tem vindo a aumentar. Por essa razão, o mais recente boletim epidemiológico da OMS sobre a pandemia refere que a epidemiologia da variante Mu na América do Sul, particularmente com a circulação simultânea da variante Delta, altamente transmissível, será monitorizada quanto às alterações.

Em Portugal os primeiros casos desta variante foram identificados a 31 de maio, tendo sido desde então detetados 24 casos, cuja maior frequência se verificou na segunda semana de junho. O último caso sinalizado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) foi no final de julho, não se tendo detetado qualquer infeção com esta mutação desde então.

A preocupação com o surgimento de novas mutações do vírus é generalizada, mas a vacinação é, sem dúvida, a arma mais potente para conseguir vencer esta batalha.

Numa luta contra o tempo, entre a vacinação e a progressão da doença, é necessário pedir a todos sem exceção, à população em geral, aos profissionais de saúde, cuidadores informais e forças de segurança, um esforço suplementar a fim de tentar travar definitivamente as novas variantes do SARS-CoV-2, bem como outras que possam eventualmente surgir.

Certificado Digital COVID-19 da UE

Os vírus não conhecem fronteiras. Com cada vez mais países a renunciarem à obrigatoriedade de quarentena para os cidadãos que possuam um certificado digital de vacinação, ou outros meios de efeito similar, adotados nas várias regiões do Globo, torna-se indispensável proteger as fronteiras e impedir a sua propagação de forma eficaz.

Na Europa, o certificado Digital COVID-19 da UE, em vigor desde o dia 1 de julho de 2021, foi criado com o objetivo de iniciar o desconfinamento no espaço da UE e facilitar a livre circulação entre os Estados-Membros para tentar salvar o verão de 2021, especialmente a nível da economia. Para uma abordagem comum das medidas a adotar sobre viagens, os países acordaram então, estabelecer critérios uniformes de mapeamento das zonas de risco, através do uso de quatro cores identificativas num quadro-matriz de fácil e intuitiva interpretação.

Zona vermelho-escura: risco muito alto (mais de 500 casos por 100 mil pessoas); zona vermelha (entre 50 e 500 pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); laranja (menos de 50 casos por 100 mil pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); zona verde (menos de 25 casos por 100 mil pessoas e teste positivo inferior a 4%).

O Certificado Digital COVID-19 da UE, do qual já foram emitidos mais de 6,5 milhões em Portugal, está disponível em formato digital e em papel, tem de ser renovado a cada seis meses e serve para comprovar que o seu portador foi vacinado contra a COVID-19, recebeu um resultado negativo do teste ou recuperou de uma infeção COVID-19.

Perspetivas

Uma saída sustentável da pandemia na UE depende dos progressos realizados a nível mundial, pois nenhum país ou região do mundo estarão seguros em relação à COVID-19 se a sua propagação não for contida a nível global. Nesse sentido a UE e o conjunto dos seus Estados-Membros lideraram desde a primeira hora o investimento no Mecanismo Mundial COVAX, tendo definido uma abordagem coordenada para partilha de vacinas através de um mecanismo autónomo, com o fim de ajudar os países parceiros a superar a atual pandemia.

Esse mecanismo é coliderado pela Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI), The Vaccine Alliance (GAVI) e OMS, conjuntamente com a UNICEF, parceiro de distribuição, tendo por objetivo acelerar o desenvolvimento e fabrico de vacinas para a COVID-19 e garantir o acesso justo e equitativo para todos os países do mundo.

Portugal, focado na massificação da testagem e vacinação através da task-force da DGS, após um período de agravamento de novos casos durante o mês de fevereiro, conseguiu atingir o topo do ranking de vacinação a nível mundial.

Segundo o último relatório da DGS, foram recebidas até agora no país 18 136 070 doses e administradas 15 247 675. Destas, pelo menos 8 759 684 pessoas receberam uma primeira dose e 7 941 747 a vacinação completa, o que corresponde a cerca de 85% e 78% da população, respetivamente, números que colocam Portugal atualmente à frente, na corrida mundial da vacinação contra a COVID-19.

Ainda segundo a DGS já foram efetuados no País mais de 17 418 955 milhões de testes (PCR+ Antigénio). A título excecional e temporário os testes rápidos de antigénio (TRAg), são comparticipados pelo Estado a 100% até 30 de setembro, sendo limitados a quatro por mês e por utente que ainda não possua o certificado de vacinação.

Mantém-se no país a tendência de estabilização nas taxas de contágio da pandemia, com o índice de transmissibilidade (Rt) a manter-se abaixo de 1 (um), com o valor médio atual de 0,92 na globalidade do território nacional e com a incidência de infeção nos últimos 14 dias a cair para 267,4 casos por 100 mil habitantes.

Situação atual na Europa

A nível global verifica-se que o número de casos de infeção e de mortes tem vindo a diminuir, porém na generalidade dos países europeus continuou a observar-se nas últimas semanas um ligeiro crescimento nas taxas de mortalidade por COVID-19, e também no número de infeções e/ou reinfeções entre populações mais fragilizadas.

O número acumulado de fatalidades por 100 000 habitantes (14 dias), manteve-se com ligeira tendência de subida na maioria dos Países-Membros. Bulgária (92,07); Grécia (46,83); Lituânia (44,74); Chipre (33,78); Espanha (33,61); França (22,77); Croácia (17,74), Malta (17,49); Portugal (16,03); Roménia (14,95).

Sem uma clara tendência definida, o número acumulado de infeções por 100 000 habitantes (14 dias), tem vindo a diminuir, mantendo-se sob controle na maioria dos países da UE. Irlanda (433,68); Grécia (380,32); Estónia (366,82); Eslovénia 347,26); Noruega (343,43); Chipre (342,45); França (322,10); Lituânia (321,54); Bulgária (298,32); Liechtenstein (283,89).

Em Portugal, embora com um ligeiro crescimento, o número diário de óbitos tende a estabilizar, tendo-se registado nas últimas 24 horas mais 10 fatalidades. Foram ainda confirmados mais 1408 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-Cov-2, o que perfaz um total – desde que a pandemia foi detetada no país em Março do último ano, de 1 052 127 infetados, 995 051 recuperados e 17 836 vítimas mortais. Há ainda a registar 39 240 casos ativos da doença, 597 internamentos hospitalares e 127 casos críticos, que estão a ser acompanhados em UCI pelas autoridades de saúde.

Apesar da Europa já ter iniciado o processo de desconfinamento de forma gradual, devido à predominância das novas variantes Delta e Lambda, mantém-se ainda alguma imprevisibilidade na evolução de outras potenciais estirpes da COVID-19. É por isso necessário avançar com cuidado, ter paciência e saber esperar, além de se tornar imprescindível que além da vacinação, as demais regras de prevenção como o uso de máscara, a higienização e a prática de distanciamento, entre outras recomendações das autoridades da saúde e que o bom senso aconselha, sejam seguidas, mesmo após a vacinação completa.

A COVID-19 a nível Global

Segundo dados do site worldometers, que aglutina a informação disponibilizada pela OMS e pelos principais Centros de Controle e Prevenção de Doenças em todo o mundo, desde 31 de Dezembro de 2019 até hoje, dia 10 de setembro de 2021, foram notificados em todo o mundo 224 129 619 casos de doença, incluindo 4 622 899 mortes e mais de 200 736 783 recuperados, números que apesar dos esforços que têm vindo a ser feitos a nível global, continuam em crescimento.

O continente americano continua a ser o mais fustigado pela pandemia, com o número de infetados a ultrapassar 87 091 751, seguido da Ásia, com um total de 72 265 389 infetados, da Europa com 56 518 116 reportados e de África também com um aumento para 8 072 043 pessoas. A Oceânia com 181 599 contaminados continua a ser o continente com menos casos registados, embora com um pequeno crescimento.

covid 19, mapa mundo

Independentemente de podermos vir a ter necessidade de prolongar as medidas de prevenção, a experiência de outras pandemias que surgiram no passado recomenda precaução absoluta pois, tal como outrora, a possibilidade de eclosão de novas vagas permanece em aberto. A nova COVID-19 transmuta-se e não dá tréguas!

Apesar do otimismo que se seguiu ao anúncio por alguns países do início do desconfinamento, decorridos vinte meses após a primeira infeção detetada em humanos, ainda persiste alguma incerteza quanto ao evoluir da doença. Não podemos deixar ao acaso a nossa saúde, de nossos familiares e semelhantes. Todos os cuidados são poucos!

Caracterização do Novo Vírus COVID-19

Os coronavírus são uma família de vírus de RNA que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como doença mais grave, como a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e a síndrome respiratória aguda severa (SARS-CoV-2).

O novo coronavírus (COVID-19) foi identificado pela primeira vez em humanos, na cidade de Wuhan, China, no final de Dezembro de 2019 e alastrou por outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo dado origem à atual pandemia, sabendo-se que também possui capacidade de mutação em animais, como sucedeu no início entre as populações de martas nos Países Baixos, Dinamarca e Espanha, em julho de 2020.

Diferença entre epidemia e pandemia

A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia de doença infeciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.

Metodologia da atualização de dados

A atual situação epidémica é acompanhada permanentemente pela OMS, FDA, ECDC, EMA, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença, bem como o número de mortes diretamente atribuíveis à COVID-19. Não obstante os números evoluírem a cada instante, o quadro seguinte reflete os últimos dados conhecidos, sendo nossa intenção mostrar uma panorâmica a nível global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, tão realista quanto possível.

Situação Mundial da Pandemia a 10 de setembro, segundo a OMS:

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

RECOMENDAÇÕES DA ECDC

Como se espalha o COVID-19?

As pessoas podem ser infetadas pelo COVID-19 através de outras pessoas portadoras do vírus, inalando pequenas gotículas infetadas ao tossirem e espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.

Quais são os sintomas da doença?

A COVID-19 afeta cada pessoa de forma diferente. A maioria das pessoas infetadas experimenta sintomas ligeiros a moderados da doença e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave. Os sintomas principais incluem uma combinação de:
– Febre
– Tosse seca
– Dores de garganta
– Dificuldade para respirar
– Dor muscular e tensão
– Diarreia
– Cansaço anormal
– Perda de olfato ou paladar
– Dores de cabeça (nova variante Delta)
– Nariz entupido (nova variante Delta)

Surto de doença, O que precisa saber?

Se já esteve em áreas afetadas pela COVID-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infetada com aquela doença e se, no espaço de 14 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar, dores de cabeça e nariz entupido, sem motivo aparente:

– Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.

– Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contactos tidos.

– Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contactos.

Como pode proteger-se e aos outros da infeção

– Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.

– Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.

– Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.

– Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos.

– Pratique o distanciamento social: mantenha-se pelo menos a 1-2 metros de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.

 

Linha de Apoio em Portugal (SAÚDE 24): (+351) 808 24 24 24

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
10 de Abril de 2024

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