COVID-19 Vacinação: 3ª dose vai avançar

COVID-19 Vacinação: 3ª dose vai avançar

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

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Sobre a administração de uma terceira dose da vacina contra a COVID-19 não existe ainda consenso nacional nem internacional, e as questões são muitas… da sua necessidade já pouco se duvida.

Portugal está entre os países com maior taxa de vacinação, e as desigualdades entre os vários países começam a saltar à vista. Quando se fala de administração de uma terceira dose, desde logo se põe a questão da equidade. Não existindo ainda evidências claras dessa necessidade, até que ponto se devem administrar terceiras doses nos países mais desenvolvidos se grande parte do mundo ainda luta para conseguir as primeiras?

Segundo Tedros A. Ghebreyesusa, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), para além de ser moral e tecnicamente errado, avançar para uma terceira dose poderá propiciar a circulação e a mutação do vírus, favorecendo o aparecimento de novas variantes que podem ser mais potentes do que a Delta - atualmente a mais contagiosa de todas em circulação - e escaparem à proteção fornecida pelas atuais vacinas.

A eficácia é outra das dúvidas que se impõe. Haverá aumento de eficácia com a terceira dose? Desde que saíram os primeiros estudos sobre as vacinas da COVID-19 que a palavra mais mencionada foi “eficácia” – quanta tinha, e durante quanto tempo. Essa dúvida mantém-se, mas há um outro conceito fulcral em imunologia de que pouco se tem falado, e que pode ser decisivo na luta contra a pandemia.

A memória celular consiste numa espécie de aprendizagem feita por parte do sistema imunitário humano, e que permite ao organismo combater um vírus para além do tempo em que é suposto durar a eficácia da vacina. Ou seja, o corpo humano aprende a defender-se do vírus, e vai reagir assim que entrar em contacto com ele, algo que pode acontecer até muito tempo depois da vacina, e que depende de vírus para vírus.

No caso do sarampo, por exemplo, fica-se protegido para toda a vida com a toma de uma única vacina, mas no caso da gripe é necessária a administração de uma vacina todos os anos aos grupos de risco. No caso da COVID-19 ainda é necessário esperar para ver, e uma redução da proteção é a única forma real de saber a efetiva proteção das vacinas. Contudo, o facto de as quantidades de anticorpos irem diminuindo não é, por si só, indicativo de uma perda de imunidade.

E quanto aos efeitos que poderão estar associados a uma nova dose, os riscos aumentam? Poucos meses depois de arrancar a vacinação surgiram vários problemas relacionados com as vacinas da AstraZeneca ou da Johnson & Johnson. Relatos de casos de coágulos sanguíneos associados a estas vacinas fizeram disparar alarmes, tendo Portugal chegado a suspender a sua administração.

Esse problema, contudo, não se põe pois, segundo Miguel Prudêncio, investigador do Instituto de Medicina Molecular, uma terceira dose não fará aumentar os riscos. O investigador admite que faltam estudos sobre os efeitos secundários, porém, o comportamento das vacinas não vai mudar.

Questões e dúvidas à parte o facto é que o mundo está a avançar para uma terceira dose a passos largos, e nem o apelo de Tedros Ghebreyesusa tem surtido efeito.

Israel foi dos primeiros países a iniciar a vacinação contra a COVID-19 e foi também o primeiro a avançar para a administração da terceira dose, mas países como a Eslovénia, a Hungria, o Luxemburgo e a Suécia também já deram início à administração.

Nos Estados Unidos a administração da terceira dose a toda a população está programada já a partir de setembro e a França, Alemanha, Áustria, Lituânia e Reino Unido também já anunciaram a administração da terceira dose.

A Bélgica, um pouco à imagem do que está a preparar a task force portuguesa, vai vacinar com terceira dose as pessoas imunocomprometidas. Se na passada semana Graça Freitas referiu ser aconselhável a administração de uma terceira dose da vacina contra a COVID-19 a dois grupos distintos da população, esta quarta-feira a Direção Geral da Saúde (DGS) veio recomendar, para as pessoas com mais de 16 anos e em condições de imunossupressão, a administração da dose adicional da vacina.

Embora, nos ensaios clínicos iniciais, os dados sobre a eficácia, a segurança e a imunogenicidade das vacinas fossem muito limitados para esta população, a evolução do conhecimento científico sugere que a administração de uma dose adicional potencia a resposta imunológica contra a COVID-19.

Assim, de acordo com a Norma da Vacinação agora actualizada pela DGS, já este mês as pessoas com imunossupressão poderão tomar uma dose adicional de uma vacina de mRNA (Moderna ou Pfizer) contra a COVID-19, três meses depois da última toma.

As pessoas elegíveis para esta dose são as que poderão ter sido vacinadas durante um período de imunossupressão grave, nomeadamente as que realizaram transplantes de órgãos sólidos, pessoas com infeção VIH com contagem de linfócitos T-CD4+ <200/µL, doentes oncológicos e pessoas com algumas doenças autoimunes que tenham efetuado tratamentos. Importa referir que a vacinação destes doentes deverá ser efetuada sob orientação e prescrição do médico assistente.

A vacinação desempenha um papel central na preservação de vidas humanas no contexto da pandemia COVID-19 e tem sido, entre nós, um indicador crucial na determinação da etapa de desconfinamento. Portugal está atualmente na Fase 2 do desconfinamento e em estado de contingência, com regras aplicáveis em todo o território continental.

Depois da segunda fase, recentemente antecipada, segue-se uma terceira, marcada para outubro, se tudo correr como previsto, mas que, a julgar pelos números da vacinação também poderá chegar mais cedo. A responsabilidade é de cada um de nós para que tal aconteça, e não devemos tomar nada como garantido!

As fases do desconfinamento: o plano inicial

Prevê-se que o desconfinamento se processe em três fases. A primeira teve início no primeiro dia de agosto e é baseada no reforço da utilização intensiva dos certificados digitais COVID-19 e de testes negativos, elementos obrigatórios para aceder aos estabelecimentos hoteleiros e de restauração, realizar viagens e aceder à maioria dos eventos sociais mais comuns. Prevê ainda o fim do teletrabalho obrigatório, que passará a ser recomendado.

A segunda fase, prevista para o início de setembro. Nesta fase, além de deixar de ser obrigatório o uso de máscaras na via pública, o acesso aos serviços públicos deixa de ser feito por marcação e os transportes públicos voltam a ter a lotação normal, entre outras medidas, visando a libertação gradual das restrições ainda existentes.

Na terceira fase, a iniciar em outubro, está previsto que 85% da população já tenha a vacinação completa, sendo a partir daí permitida a reabertura de bares e discotecas, mediante a apresentação de certificado digital ou teste negativo, bem como o fim das limitações na lotação de restaurantes e recintos de espetáculos.

Convém interiorizar que para haver êxito nesta tarefa, é indispensável que, para além da vacinação, as medidas de proteção individual adotadas desde o início da pandemia, como o uso de máscaras de proteção, manutenção de distanciamento físico e higienização pessoal, continuem a fazer parte de rotinas diárias.

O papel da OMS

A nível Global, o número de casos de infeção nos últimos sete dias continuou a decrescer e o número de mortes baixou cerca de 1% em resultado evidente da vacinação. Face aos resultados parece haver consenso de que é necessário retomar as atividades económicas e sociais normais, já que o processo de vacinação se mostra eficaz, a população interiorizou a necessidade de precaução e as entidades reguladoras da saúde na maioria dos países têm vindo a reportar estabilização e até redução nos números de internamentos hospitalares.

Desde que a epidemia por COVID-19 foi declarada pandemia pela OMS em março de 2020, foram envidados grandes esforços por aquela Organização no sentido de entregar vacinas de forma equitativa a todos os países sem que, no entanto, o tenha conseguido, devido principalmente às desigualdades e falta de recursos económicos de muitos países. Daí que os níveis de vacinação hoje atingidos em cada país variem muito, não sendo possível estabelecer uma média realista de imunização.

Segundo o ourworldindata.org da Universidade de Oxford, 40,1% da população mundial já recebeu pelo menos uma dose da vacina para a COVID-19 e 25% está completamente vacinada, tendo já sido administradas 5,41 mil milhões de doses a nível global e 38,92 milhões são atualmente administradas por dia. Todavia, apenas 1,8% das pessoas de países com baixos recursos económicos receberam uma dose, o que é manifestamente injusto, quando comparamos por exemplo com Malta, o país que já vacinou 80,22% da sua população completamente e 0,24% receberam pelo menos uma primeira dose.

Para a OMS, proporcionar o acesso equitativo global a uma vacina segura e eficaz, protegendo os profissionais de saúde em especial e todos os que estão em maior risco, é a única maneira de mitigar o impacto económico e de saúde pública das pandemias, sendo que as vacinas são agora a arma mais eficaz para debelar a COVID-19 e caminhar progressivamente com maior segurança para o objetivo de imunizar a população. Contudo, segundo os especialistas, tudo parece indicar que vamos ter de conviver com a endemia no futuro, tal como já acontece com a gripe.

A questão que se coloca é se iremos continuar a viver como antes ou se teremos de nos readaptar a novas formas de vida. A avaliar pelo exemplo que nos é dado pelo Reino Unido, as pessoas estão finalmente a regressar ao modo de vida anterior, sem qualquer restrição que não seja a manutenção de regras salutares de boa convivência cívica.

Os efeitos na saúde mental

Não existem dúvidas de que a reação à COVID-19 impôs novas formas de vida, quer no plano individual quer em sociedade, na tentativa de controlar a infeção. À pandemia sucedeu rapidamente uma crise económica e ambas têm tido consequências “invisíveis” na saúde mental das populações.

A avaliação do impacto psicológico do confinamento e autoisolamento das populações, as consequências ligadas ao desemprego, às dificuldades financeiras e à exclusão social que afetam a humanidade, de uma ou outra forma, está longe de poder ser feita.

A saúde mental e o bem-estar devem ser entendidos como direitos humanos fundamentais e os países devem repensar o acesso aos cuidados no setor. Entre as recomendações da OMS estão o reforço dos serviços de saúde mental, a melhoria do acesso aos cuidados por via digital, o incremento dos serviços de apoio psicológico nas escolas, universidades, locais de trabalho e em particular para os trabalhadores de primeira linha no combate à pandemia.

Para o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, trata-se de uma componente-chave da saúde humana que requer uma ação imediata dos governos e Margaritis Schinas, vice-presidente da Comissão Europeia, deixa uma mensagem importante: “não há desculpas para atrasos” a lidar com o problema. Os cuidados com o bem-estar psíquico devem ser levados a sério, senão quando debelarmos esta pandemia teremos forçosamente de enfrentar outra – uma pandemia de saúde mental.

As novas variantes e a imunidade vacinal

Com cerca de 73% da população portuguesa já com a vacinação completa e 83% pelo menos com a primeira dose da vacina, espera-se que até final de setembro se atinja a terceira fase do desconfinamento e possamos seguir o exemplo do Reino Unido e da maioria dos países europeus, conseguindo a imunidade de grupo anunciada pela DGS, caso não surjam contratempos com as entregas de vacinas ou novas variantes do vírus, que são uma ameaça constante.

Não podemos esquecer que a variante Delta do SARS-CoV-2, atualmente com uma prevalência de 100% em Portugal, e em grande parte dos países da UE, nos fez retroceder no longo percurso para debelar a doença. Também as notícias da variante Lambda, detetada no Peru em dezembro de 2020 e disseminada pela região da América do Sul, vieram baralhar mais uma vez todas as previsões, constituindo nova preocupação para os especialistas e governos.

No que concerne à eficácia das vacinas em uso para estas variantes – não obstante ainda não haver unanimidade entre a comunidade científica internacional para todas as que foram aprovadas –, a grande maioria defende que as principais vacinas em uso permanecerão protetoras contra a variante Lambda.

A situação, porém, pode vir a complicar-se pois uma nova variante, já em vigilância, poderá colocar em risco a imunidade oferecida pelas vacinas.

Até ao momento a OMS monitorizava cinco variantes: a Delta, responsável por todos os casos de infeção no país; a Beta, também com mutações que apresentam resistência às vacinas; a Alpha, registada pela primeira vez no Reino Unido; a Gamma, presente em 91 países, e agora a B.1.621, baptizada de “Mu”.

Esta nova variante foi identificada pela primeira vez na Colômbia em janeiro, e detetada, posteriormente, na América do Sul e na Europa sendo classificada pela OMS como variante de interesse, por apresentar “uma constelação de mutações” que indicam propriedades potenciais para escapar à imunidade.

Convém referir que todos os vírus, incluindo o SARS-CoV-2, que causa a COVID-19, sofrem mutações com o tempo, e a maioria delas com pouco ou nenhum impacto nas características do vírus. No entanto, certas mutações conseguem afetar as propriedades do vírus influenciando, por exemplo, a sua capacidade de propagação, a gravidade da doença que causa ou a eficácia das vacinas, medicamentos ou outras medidas para a combater.

Embora a prevalência global da variante Mu entre os casos sequenciados tenha diminuído, e atualmente seja inferior a 0,1%, a sua prevalência na Colômbia (39%) e no Equador (13%) aumentou constantemente.

Pelas razões já mencionadas, o mais recente boletim epidemiológico da OMS sobre a pandemia refere que a epidemiologia da variante Mu na América do Sul, particularmente com a co-circulação da variante Delta, altamente transmissível, será monitorizada para alterações.

Em Portugal os primeiros casos desta variante foram identificados a 31 de maio, tendo sido desde então detetados 24 casos, cuja maior frequência se verificou na segunda semana de junho. O último caso sinalizado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) foi no final de julho, não se tendo detetado qualquer infeção com esta mutação desde então.

A preocupação com o surgimento de novas mutações do vírus é generalizada, mas a vacinação é, sem dúvida, a arma mais potente para conseguir vencer esta batalha.

Numa luta contra o tempo, entre a vacinação e a progressão da doença, é necessário pedir a todos sem exceção, à população em geral, aos profissionais de saúde, cuidadores informais e forças de segurança, um esforço suplementar a fim de tentar travar definitivamente as novas variantes do SARS-CoV-2, bem como outras que possam eventualmente surgir.

Certificado Digital COVID-19 da UE

Com cada vez mais países a renunciarem à obrigatoriedade de quarentena para os cidadãos que possuam um certificado digital de vacinação, ou outros meios de efeito similar, adotados pelas várias regiões do Globo, torna-se indispensável uma maior equidade na distribuição das vacinas pelos países economicamente mais frágeis, como forma de proteger as fronteiras e impedir a propagação da COVID-19, tal como é reiteradamente recomendado pela OMS.

Na Europa, o certificado Digital COVID-19 da UE, em vigor desde o dia 1 de julho de 2021, foi criado com o objetivo de iniciar o desconfinamento no espaço da UE e facilitar a livre circulação entre os Estados-Membros para tentar salvar o verão de 2021, especialmente a nível da economia. Para uma abordagem comum das medidas a adotar sobre viagens, os países acordaram estabelecer critérios uniformes de mapeamento das zonas de risco, através do uso de quatro cores identificativas num quadro-matriz de fácil e intuitiva interpretação.

Zona vermelho-escura: risco muito alto (mais de 500 casos por 100 mil pessoas); zona vermelha (entre 50 e 500 pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); laranja (menos de 50 casos por 100 mil pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); zona verde (menos de 25 casos por 100 mil pessoas e teste positivo inferior a 4%).

O Certificado Digital COVID-19 da UE, do qual já foram emitidos mais de 6,5 milhões em Portugal, está disponível em formato digital e em papel, tem de ser renovado a cada seis meses e serve para comprovar que o seu portador foi vacinado contra a COVID-19, recebeu um resultado negativo do teste ou recuperou de uma infeção COVID-19.

Perspetivas

Uma saída sustentável da pandemia na UE depende dos progressos realizados a nível mundial, pois nenhum país ou região do mundo estarão seguros em relação à COVID-19 se a sua propagação não for contida a nível global. Nesse sentido a UE e o conjunto dos seus Estados-Membros lideraram desde a primeira hora o investimento no Mecanismo Mundial COVAX, tendo definido uma abordagem coordenada para partilha de vacinas através de um mecanismo autónomo, com o fim de ajudar os países parceiros a superar a atual pandemia.

Aquele mecanismo é coliderado pela Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI), The Vaccine Alliance (GAVI) e OMS, conjuntamente com a UNICEF, parceiro de distribuição, tendo por objetivo acelerar o desenvolvimento e fabrico de vacinas para a COVID-19 e garantir o acesso justo e equitativo para todos os países do mundo.

Relativamente a Portugal, devido a um agravamento dos casos de infeção nas últimas semanas, a task-force da DGS, mantém-se focada na massificação da testagem e da vacinação. Segundo o último relatório da DGS, foram recebidas até agora no país 17 448 090 doses e administradas 15 136 630. Destas, pelo menos 8 607 938 pessoas receberam uma primeira dose e 7 576 336 a vacinação completa, o que corresponde a cerca de 83% e 73% da população, respetivamente, números que colocam Portugal no comando da corrida mundial à vacinação contra a COVID-19.

Ainda segundo a DGS já foram efetuados no País mais de 17 102 741 milhões de testes (PCR+ Antigénio). A título excecional e temporário os testes rápidos de antigénio (TRAg), são comparticipados pelo Estado a 100% até 30 de setembro, sendo limitados a quatro por mês e por utente que ainda não possua o certificado de vacinação.

Mantém-se no país a tendência de estabilização nas taxas de contágio da pandemia, com o índice de transmissibilidade (Rt) a manter-se abaixo de 1 (um), com o valor médio atual de 0,98 na globalidade do território nacional e com a incidência de infeção nos últimos 14 dias a descer para 303,5 casos por 100 mil habitantes.

Atualidade na Europa

Contrariamente ao que se verifica a nível global, em que o número de mortes e casos de infeção tem vindo a reduzir gradualmente, na generalidade dos países europeus continuou a observar-se nas últimas semanas um crescimento nas taxas de mortalidade por COVID-19, e também no número de infeções, em muito devido à nova variante Delta do SARS-Cov-2 e a casos de reinfeção entre populações mais fragilizadas.

O número acumulado de fatalidades por 100 000 habitantes (14 dias), manteve-se com tendência generalizada de subida na maioria dos Países-Membros. Chipre (48,42); Grécia (38,53); Espanha (32,77); Portugal (15,25); Bulgária (55,67); Malta (17,49); Lituânia (36,86); França (22,40); Luxemburgo (3,19); Itália (11,08).

Com pequenas exceções, o número acumulado de infeções por 100 000 habitantes (14 dias), tem-se mantido sob controle, mas igualmente em crescimento na maioria dos países da UE. Chipre (496,06); França (403,23); Espanha (270,49); Irlanda (504,11); Islândia (309,50); Grécia (412,28); Portugal (306,42); Estónia (334,39); Lituânia (288,43); Dinamarca (225,22).

Em Portugal, o número diário de óbitos embora com um ligeiro crescimento tende a estabilizar, tendo-se registado nas últimas 24 horas mais 9 fatalidades. Foram ainda confirmados mais 2 830 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-Cov-2, o que perfaz um total – desde que a pandemia foi detetada no país em Março do último ano, de 1 042 322 infetados, 980 599 recuperados e 17 766 vítimas mortais. Há ainda a registar 43 957 casos ativos da doença, 695 internamentos hospitalares e 140 casos críticos, que estão a ser acompanhados em UCI pelas autoridades de saúde.

Apesar de na Europa já se ter dado início ao processo de desconfinamento gradual, devido à predominância das novas variantes Delta e Lambda, mantém-se ainda alguma imprevisibilidade na evolução de outras potenciais estirpes da COVID-19. É por isso preciso avançar com cuidado, ter paciência e saber esperar, além de se tornar imprescindível que as demais regras de prevenção como o uso de máscara, a higienização e a prática de distanciamento, entre outras recomendações das autoridades da saúde e que o bom senso aconselha, sejam seguidas, mesmo após a vacinação completa.

A COVID-19 a nível Global

Segundo dados do site worldometers, que aglutina a informação disponibilizada pela OMS e pelos principais Centros de Controle e Prevenção de Doenças em todo o mundo, desde 31 de Dezembro de 2019 até hoje, dia 03 de setembro de 2021, foram notificados em todo o mundo 219 604 547 casos de doença, incluindo 4 550 034 mortes e mais de 196 377 938 recuperados, números que apesar dos esforços que têm vindo a ser feitos a nível global, continuam a aumentar.

O continente americano continua a ser o mais fustigado pela pandemia, com o número de infetados a ultrapassar 85 369 688, seguido da Ásia, com um total de 70 600 510 infetados, da Europa com 55 572 455 reportados e de África também com um aumento para 7 897 942 pessoas. A Oceânia com 166 231 contaminados continua a ser o continente com menos casos registados, embora com um pequeno crescimento.

covid 19, mapa mundo

Independentemente de podermos vir a ter necessidade de prolongar as medidas de prevenção, a experiência de outras pandemias que surgiram no passado recomenda precaução absoluta pois, tal como outrora, a possibilidade de eclosão de novas vagas permanece em aberto. A nova COVID-19 transmuta-se e não dá tréguas!

Apesar do otimismo que se seguiu ao anúncio por alguns países do início do desconfinamento, decorridos vinte meses após a primeira infeção detetada em humanos, ainda persiste alguma incerteza quanto ao evoluir da doença. Não podemos deixar ao acaso a nossa saúde, de nossos familiares e semelhantes. Todos os cuidados são poucos!

Caracterização do Novo Vírus COVID-19

Os coronavírus são uma família de vírus de RNA que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como doença mais grave, como a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e a síndrome respiratória aguda severa (SARS-CoV-2).

O novo coronavírus (COVID-19) foi identificado pela primeira vez em humanos, na cidade de Wuhan, China, no final de Dezembro de 2019 e alastrou por outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo dado origem à atual pandemia, sabendo-se que também possui capacidade de mutação em animais, como sucedeu no início entre as populações de martas nos Países Baixos, Dinamarca e Espanha, em julho de 2020.

Diferença entre epidemia e pandemia

A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia de doença infeciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.

Metodologia da atualização de dados

A atual situação epidémica é acompanhada permanentemente pela OMS, FDA, ECDC, EMA, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença, bem como o número de mortes diretamente atribuíveis à COVID-19. Não obstante os números evoluírem a cada instante, o quadro seguinte reflete os últimos dados conhecidos, sendo nossa intenção mostrar uma panorâmica a nível global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, tão realista quanto possível.

Situação Mundial da Pandemia a 3 de setembro, segundo a OMS:

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

RECOMENDAÇÕES DA ECDC

Como se espalha o COVID-19?

As pessoas podem ser infetadas pelo COVID-19 através de outras pessoas portadoras do vírus, inalando pequenas gotículas infetadas ao tossirem e espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.

Quais são os sintomas da doença?

A COVID-19 afeta cada pessoa de forma diferente. A maioria das pessoas infetadas experimenta sintomas ligeiros a moderados da doença e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave. Os sintomas principais incluem uma combinação de:
– Febre
– Tosse seca
– Dores de garganta
– Dificuldade para respirar
– Dor muscular e tensão
– Diarreia
– Cansaço anormal
– Perda de olfato ou paladar
– Dores de cabeça (nova variante Delta)
– Nariz entupido (nova variante Delta)

Surto de doença, O que precisa saber?

Se já esteve em áreas afetadas pela COVID-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infetada com aquela doença e se, no espaço de 14 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar, dores de cabeça e nariz entupido, sem motivo aparente:

– Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.

– Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contactos tidos.

– Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contactos.

Como pode proteger-se e aos outros da infeção

– Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.

– Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.

– Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.

– Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos.

– Pratique o distanciamento social: mantenha-se pelo menos a 1-2 metros de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.

 

Linha de Apoio em Portugal (SAÚDE 24): (+351) 808 24 24 24

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
10 de Abril de 2024

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