COVID-19: UMA NOVA EPIDEMIA SAZONAL?

COVID-19: UMA NOVA EPIDEMIA SAZONAL?

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

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De acordo com o último relatório do Centro Europeu de Controle de Doenças (ECDC), a situação pandémica por Covid-19 na Região europeia, carateriza-se por uma diminuição crescente no número de contágios nas últimas 5 semanas na faixa etária a partir dos 65 anos, a mais atingida, muito embora ainda se mantenha em níveis elevados, tornando-se por isso necessário continuar a monitorizar a doença entre os grupos mais idosos.

Contrariando esta tendência, entre nós tem vindo a verificar-se nas últimas duas semanas um preocupante agravamento na generalidade dos indicadores, em particular no número de contágios, internamentos hospitalares e fatalidades, o que tornou Portugal no país da Europa com o mais elevado número de contágios e o segundo em todo o mundo, temendo-se por isso que venha a ser necessário recorrer a medidas mais drásticas para controlar a situação.

Muito embora a generalidade dos especialistas indique que a mortalidade e os internamentos vão continuar a aumentar nas próximas semanas, sendo aconselhável o regresso ao uso inteligente da máscara e às medidas profiláticas, estima-se que o país ainda esteja a entrar no pico da sexta vaga da pandemia previsto para o final de maio, dado que o índice de transmissibilidade se mantém acima de 1, o que indica uma tendência crescente de infeções, segundo o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Ainda segundo o último relatório do Indicador de Avaliação da Pandemia (IAP), um instrumento desenvolvido em meados do ano passado pelo Instituto Superior Técnico (IST) em parceria com a Ordem dos Médicos (OM), que além de ter em conta a gravidade da doença considera também o nível de letalidade e a capacidade hospitalar instalada, Portugal já ultrapassou o nível de alarme, aproximando-se agora do nível crítico de avaliação, prevendo-se que a situação se agrave nos próximos 30 dias e lembrando que o número de óbitos face aos casos de infeção estão a subir desde o início de fevereiro.

De entre os três cenários prováveis de evolução da pandemia para o ano de 2022, apresentados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no final de abril, o surgimento de uma variante mais virulenta e transmissível, embora menos letal devido principalmente à imunização induzida pela vacinação ou por infeção natural, veio confirmar a pior das previsões, em alguns países, nomeadamente em Portugal.

Na realidade, a linhagem BA.5 da variante Ómicron do vírus SARS-CoV-2, tornou-se em poucas semanas responsável por mais de 80% das infeções por Covid-19, confirmando-se assim as previsões anteriores do INSA, que na altura indicava apresentar uma frequência marcadamente crescente e por isso ser necessário equacionar um reforço periódico de vacinação na população mais vulnerável.

Relatórios anteriores de várias entidades da Saúde nacionais já vinham alertando para a possibilidade das novas linhagens das variantes Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, em conjugação com o fim abrupto da obrigatoriedade do uso generalizado de máscara protetora, poderem contribuir para o agravamento da situação que agora se verifica no nosso País.

Também a OMS já havia admitido anteriormente que esta nova linhagem apresentava caraterísticas genéticas consideradas de interesse pelos especialistas, podendo ser mais transmissível que a BA.2, embora ainda não existissem dados suficientes que pudessem comprovar poder dar originar doença mais grave. A Organização continua a acompanhar a evolução da Ómicron e de todas as sublinhagens em circulação a nível Global, confirmando-se que o vírus continua a evoluir, sendo por isso necessário manter a sua sequenciação através da testagem.

A pandemia de Covid-19 já contribuiu para a emergência de novas linhas de fratura geopolíticas, sociais e mediáticas de grandes proporções, com impacto indelével nos sistemas de estabilidade sociopolítica em todo o mundo. Enquanto agente promotor de novas configurações sociais e políticas, transformou aquilo que inicialmente se assumia como uma crise de saúde pública, num dispositivo gerador de novas formas de controle social, desigualdades entre povos e regiões, de que a distribuição das vacinas é um cabal exemplo, bem como de novas configurações da economia Global.

Se a situação já antes era complexa, a eclosão da guerra na Europa a 24 de fevereiro e que se mantém sem solução à vista, veio contribuir para que a pandemia passasse para segundo plano nas preocupações de praticamente todo o mundo, ficando esquecida pelos meios de comunicação, mas na realidade não só não desapareceu como continua a matar, contribuindo para manter a instabilidade e preocupação das pessoas no seu dia-a-dia.

Na história conhecida da humanidade, sempre existiu um vínculo muito forte e complexo entre guerras e epidemias, sendo que estas tanto podem contribuir para modificar o desfecho de conflitos como antecedê-los ou tornar-se sua consequência. Uma guerra que parecia improvável na Europa no século 21, já está a tornar-se num marco de um novo mundo de transformação global, com as pessoas a interrogar-se sobre se a segurança individual e coletiva estará num leito de hospital ou na punição de uma fronteira.

A pandemia por Covid-19 veio para ficar. Apesar das perspetivas de curto prazo se revelarem otimistas e de os números indicarem uma tendência consistente de descida nos casos de infeção e mortes a nível Global, várias medidas continuam a ser implementadas, designadamente: autorização de doses de reforço de vacinas para a população adulta mais fragilizada na maioria dos países; autorização de medicamentos antivirais para o potencial tratamento caseiro de infeções precoces; continuidade dos trabalhos de investigação no sentido de reforçar a eficácia vacinal e eficiência dos fármacos antivirais, em paralelo com as medidas de saúde pública, que previnam o surgimento de novas variantes.

Transição para uma endemia

A maioria dos especialistas tem vindo a referir que já se iniciou o trajeto descendente de transição da pandemia para uma endemia, ou mesmo para o seu fim. Contudo, ainda se pesquisam as causas da designada Covid longa, uma sintomatologia que persiste depois de o paciente ter recuperado da doença, sintomas que até recentemente pacientes com sinais persistentes de Covid-19 diziam ter a impressão de que os seus médicos não os levavam a sério, mas que após 2 anos de observações rapidamente os levou a mudar de opinião.

Envolta em dúvidas entre médicos e pacientes que foram infetados pelo SARS-CoV-2, a condição Covid longa, revela os mesmos sintomas debilitantes da infeção original, que não param após o vírus ter abandonado o organismo, desde dificuldades respiratórias, fadiga extrema e dores no peito, que podem persistir durante meses, constituindo um enorme desafio no dia-a-dia e para um completo regresso à normalidade.

Estudos sobre a Covid longa, levados a cabo por cientistas de um conjunto alargado de países, identificaram mais de duas centenas de sintomas espalhados pelos vários sistemas do organismo, com destaque para a fadiga, dores no peito e nas articulações, perda de olfato, tosse e febre persistentes e problemas de perda de memória e concentração.

Essas pesquisas têm vindo também a evidenciar como certos fatores podem aumentar o risco de desenvolver sequelas de longo prazo, mas ainda não são suficientes para poder prever quais os pacientes que correm risco, nem porque alguns não a contraem. Mais recentemente, a revista médica Nature Medicine, publicou um estudo levado a cabo por grupo de cientistas da Universidade de Glasgow, revelando que as pessoas com Covid longa têm também mais hipóteses de desenvolver doenças graves como a miocardite.

Tendo em conta o ainda relativamente elevado número de contágios e fatalidades a nível global e os novos focos na China, é necessário manter uma permanente vigilância e manutenção dos cuidados preventivos, como distanciamento físico, higienização e ventilação dos espaços em ambientes fechados, até que possamos atingir a meta estabelecida pelos peritos de 20 mortes a 14 dias por milhão de habitantes, a partir da qual se possa finalmente experimentar uma nova vida normal.

Vacinação

Apesar das recomendações reiteradas da OMS desde o início da pandemia, acerca da necessidade de uma postura ética e de equidade na distribuição das vacinas por todos os países e regiões do mundo, ainda não foi possível atingir os objetivos delineados por aquela organização. A eficácia vacinal e de testagem, resultou numa redução no número de contaminados e de mortes na generalidade dos países, tendo-se criado a falsa ideia de que tudo estava controlado. Na realidade, face aos resultados, criou-se um certo clima de consenso de que a doença vai permanecer entre nós, sendo por isso necessário retomar as atividades económicas e sociais normais, já que o processo de vacinação se revelou eficaz, a população interiorizou a necessidade de precaução e as entidades reguladoras da saúde da maioria dos países, têm vindo a reportar uma crescente redução no número de internamentos hospitalares, com o consequente alívio da pressão nas urgências, o que é positivo.

Segundo o ourworldindata.org da Universidade de Oxford, 65,8% da população mundial já recebeu pelo menos uma dose da vacina para a Covid-19, tendo já sido administradas 11,8 mil milhões de doses a nível Global e 6,48 milhões ainda são administradas por dia atualmente. Todavia, apenas 16,2% das pessoas de países com baixos recursos receberam uma dose, o que é manifestamente injusto, quando comparamos por exemplo com os Emiratos Árabes Unidos, que já vacinaram 97,01% da sua população completamente e 98,99% receberam pelo menos uma primeira dose.

Proporcionar o acesso equitativo Global a uma vacina segura e eficaz, protegendo os profissionais de saúde em especial e todos os que estão em maior risco, é para a OMS a única via para mitigar o impacto económico e de saúde pública das pandemias, sendo que as vacinas são comprovadamente a arma mais eficaz para debelar a Covid-19 e seguir progressivamente com maior segurança para o objetivo de incrementar a imunização de toda a população. Todavia, parecendo cada vez mais evidente que vamos ter de conviver com a endemia no futuro, tal como acontece com a gripe e outras viroses. A questão que se coloca é se iremos continuar a viver como antes ou se teremos de nos readaptar a novas formas de vida, o que parece já estar a acontecer.

Saúde mental

Não existem hoje dúvidas de que a reação à Covid-19 já impôs algumas formas de vida novas, quer no plano individual quer em sociedade, numa tentativa de controlar a infeção e que se irão manter no futuro. À pandemia sucedeu rapidamente uma crise económica e agora uma guerra com efeitos devastadores, com todas as suas consequências “invisíveis”, mas percetíveis na saúde mental das populações. A avaliação do impacto psicológico do confinamento e autoisolamento das populações, as consequências ligadas ao desemprego, às dificuldades económicas e à exclusão social que afetam a humanidade, de uma ou outra forma ainda estão longe de poder ser feitas, mas já parecem eternizar-se.

A saúde mental e o bem-estar devem ser entendidos como direitos humanos fundamentais e os países devem repensar novos modelos de acesso aos cuidados no setor. Entre as recomendações da OMS nesta área, estão o reforço dos serviços de saúde mental, a melhoria do acesso aos cuidados por via digital, o incremento dos serviços de apoio psicológico nas escolas, universidades, locais de trabalho e em particular para os trabalhadores que estiveram ou ainda estão na primeira linha do combate à pandemia.

A saúde mental é uma componente-chave da saúde humana que requer ação imediata dos governos. Transtornos mentais e comportamentais, que já antes da pandemia eram considerados os grandes males do século 21, face à ocorrência da pandemia por SARS-CoV-2 o cenário agravou-se consideravelmente, em particular nas relações do trabalho, havendo necessidade de alertar e educar empregadores e empregados no que respeita aos riscos que doenças como depressão e ansiedade podem provocar, a fim de atenuar os seus efeitos.

Os cuidados com o bem-estar psíquico devem ser levados a sério, senão quando debelarmos esta pandemia teremos forçosamente de enfrentar outra – uma pandemia de saúde mental.

Imunidade vacinal e as novas variantes

Nos lugares cimeiros do ranking mundial de vacinação Covid-19, segundo o site ourworldindata.org, Portugal desde cedo ultrapassou o objetivo inicialmente traçado pela DGS para se atingir a imunidade de grupo, o que não veio trazer aos portugueses a “libertação total” da sociedade, como prematuramente foi anunciado, em boa parte devido às transmutações do vírus. Não podemos esquecer que a variante Delta do SARS-CoV-2, que em Portugal e na maioria dos países da UE atingiu uma prevalência de 99%, nos fez retroceder no longo percurso para debelar a doença. A sua evolução para a nova variante Ómicron e posteriormente para as subvariantes BA.2 e BA.5, vieram de novo baralhar os dados.

Apesar da tendência geral otimista, o ressurgimento de novas mutações do vírus mantém-se presente, mas a vacinação continua a ser, sem dúvida, a arma comprovadamente mais eficaz para vencer esta e outras batalhas que eventualmente seja necessário vir a travar. Entre a vacinação e a progressão da doença, é necessário pedir a todos sem exceção, à população em geral, aos profissionais de saúde, cuidadores informais e forças de segurança, um derradeiro esforço suplementar a fim de travar definitivamente esta nova subvariante do SARS-CoV-2, e outras que possam eventualmente surgir.

Certificado Digital Covid-19 da UE

Os vírus não conhecem fronteiras! O certificado digital continua a ser uma ferramenta importante para travar a disseminação do vírus, em particular entre quem viaja entre vários países. Com um crescente número de países a desconfinar e a renunciarem à obrigatoriedade de quarentena para os seus cidadãos que possuam um certificado digital de vacinação, continua a ser indispensável continuar a proteger as fronteiras e impedir a propagação do SARS-CoV-2.

O certificado Digital Covid-19 da UE, em vigor desde o dia 1 de julho de 2021, foi criado com o objetivo de iniciar o desconfinamento no espaço da UE e facilitar a livre circulação entre os Estados-Membros para tentar salvar a economia. Para uma abordagem comum das medidas a adotar sobre viagens, os países acordaram então, estabelecer critérios uniformes de mapeamento das zonas de risco, através do uso de quatro cores identificativas num quadro-matriz de fácil e intuitiva interpretação, que se mantém em vigor.

Zona vermelho-escura: risco muito alto (mais de 500 casos por 100 mil pessoas); zona vermelha (entre 50 e 500 pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); laranja (menos de 50 casos por 100 mil pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); zona verde (menos de 25 casos por 100 mil pessoas e teste positivo inferior a 4%).

O Certificado Digital Covid-19 da UE, continua disponível em formato digital e em papel, tem de ser renovado a cada seis meses e serve para comprovar que o seu portador foi vacinado contra a Covid-19, recebeu um resultado negativo do teste ou recuperou de uma infeção Covid-19. Por proposta da Comissão Europeia (CE) a sua extensão foi prorrogada até 30 de junho de 2023.

Perspetivas

Uma saída sustentável da pandemia na UE ou em qualquer outra região do mundo, depende dos progressos realizados a nível mundial, pois nenhum país ou região estarão seguros em relação à Covid-19 enquanto persistirem focos de infeção e a sua propagação não for contida a nível Global. Nesse sentido, a UE e o conjunto dos Estados-Membros lideram desde a primeira hora o investimento no Mecanismo Mundial COVAX, que já entregou mais de 2 mil milhões de vacinas em 165 países de baixo e médio rendimento, tendo definida uma abordagem coordenada para partilha de vacinas através de um mecanismo autónomo, com o fim de ajudar os países parceiros e de economias mais débeis, a superar a atual pandemia.

Esse mecanismo é coliderado pela Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI), The Vaccine Alliance (GAVI) e OMS, conjuntamente com a UNICEF, parceiro de distribuição, tendo por objetivo acelerar o desenvolvimento e fabrico de vacinas para a Covid-19 e garantir o acesso justo e equitativo para todos os países do mundo o que, no entanto, continua longe de se conseguir.

Entre nós, não obstante o País ter atingido um dos mais favoráveis indicadores de vacinação a nível mundial, as taxas de contágio da pandemia, segundo o INSA, continuam a crescer exponencialmente desde a segunda semana de março e o índice de transmissibilidade (Rt) tem-se mantido quase invariavelmente acima do limiar de 1 na generalidade do território nacional e todas as regiões apresentam uma taxa de incidência superior a 960 casos por 100 mil habitantes em 14 dias e 40-99 mortes no mesmo período.

Situação na Europa

Segundo o ECDC, a situação epidemiológica no espaço da UE / EEE na última quinzena mostra que os índices de transmissibilidade geral continuam a diminuir consistentemente na grande maioria dos países, mantendo-se todavia algo elevados entre as populações com mais de 65 anos, tendência que já se observava anteriormente, sendo por isso importante continuar a monitorizar a doença entre estas populações e vigiar a sua transmissão.

Em comparação com variantes circulantes anteriores, as infeções pela linhagem BA.5 da Ómicron parecem menos propensas para levar a um desfecho clínico grave, requerendo hospitalização e internamento em UCI, o que levou a União Europeia (UE) a declarar o fim da “fase de emergência” no combate à Covid-19 no final de abril, com Ursula von der Leyen a declarar que “estamos a entrar numa nova fase da pandemia”, que nos permite uma gestão mais sustentável durante a transição.

Na realidade, embora a média diária de notificações a 14 dias no espaço da UE / EEE seja de uma média diária de 89, 84 novos casos e a nível Global se situe em 66 casos, as taxas de hospitalização e mortalidade estão abaixo dos níveis observados em vagas pandémicas anteriores, excluindo nos idosos, nos quais se tem verificado um aumento tardio dos casos graves e de mortes.

Os resultados de modelos matemáticos demonstram que há uma proporção substancial da população que permanece vulnerável a desfechos graves em todos os países da UE/EEE, particularmente nos que ainda têm uma baixa cobertura vacinal, com as projeções estáticas a revelarem que as hospitalizações e a mortalidade deverão ter um maior impacto entre as pessoas com mais de 65 anos.

Em resposta à elevada incidência de Ómicron, a ECDC recomenda a adesão geral à vacinação, incluindo a administração urgente de doses de reforço, especialmente entre a população mais idosa e em risco, como forma de obter proteção contra o elevado risco de hospitalização e eventuais mortes. Além disso, as vacinas proporcionam benefícios adicionais de longo prazo para o indivíduo e sociedade, prevenindo o absentismo no trabalho ou educação, bem como a síndrome pós-Covid-19 aguda.

Apesar de estarmos a entrar numa nova fase da pandemia, que acreditamos nos vai permitir uma gestão mais sustentável dos seus efeitos, é importante observar que o SARS-CoV-2 ainda pode causar esporadicamente elevados níveis de tensão nos sistemas de saúde e levar a grandes surtos, sendo por isso essencial implementar estratégias de vigilância e preparação de resposta a vários níveis para lidar a Covid-19.

Segundo a OMS, em Portugal, o número diário de óbitos continua em crescimento, havendo registo de 29 fatalidades nas últimas 24 horas. Foram ainda confirmados mais 36 134 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-Cov-2, o que perfaz um total – desde que a pandemia foi detetada no país no início de Março do último ano, de 4 544 317 infetados e 22 926 vítimas mortais.

A Covid-19 a nível Global

Segundo dados do site worldometers, que aglutina a informação disponibilizada pela OMS e pelos principais Centros de Controle e Prevenção de Doenças em todo o mundo, desde 31 de Dezembro de 2019 até hoje, dia 27 de maio de 2022, foram notificados em todo o mundo 530 468 153 casos de doença, incluindo 6 308 124 mortes e mais de 501 051 606 recuperados. De referir que alguns países deixaram de notificar o número de recuperados. A nível Global, o número de casos de infeção por Covid-19, embora tenha registado um ligeiro crescimento em algumas regiões do Planeta, continua a diminuir de forma sustentada na generalidade dos países e o número de mortes mantém-se em queda de forma acentuada.

Em números absolutos o continente europeu continua a liderar, pelas piores razões, com o número de infetados a ultrapassar 193 803 692 casos reportados, seguido das Américas com 156 531 368, da Ásia com um total de 152 950 753 infetados e de África também com um aumento para 12 024 127 pessoas. A Oceânia com 7 836 422 contaminados continua a ser o continente com menos casos registados.

 

covid 19, mapa mundo

 

Independentemente da evolução da pandemia, ainda com algum nível de imprevisibilidade e de ainda poder vir a ser necessário ponderar novas ações, a experiência de outras pandemias que surgiram no passado recomenda precaução absoluta pois, tal como outrora, a possibilidade de eclosão de novas vagas, particularmente nestes tempos atípicos e instáveis permanece em aberto. A nova Covid-19 mantém-se latente, transmuta-se e já mostrou que não dá tréguas, ainda que venha a permanecer entre nós como uma nova endemia com a qual teremos de aprender a conviver.

Caracterização do Vírus Covid-19

Os coronavírus são uma família de vírus de RNA que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como uma doença mais grave, como a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e a atual síndrome respiratória aguda severa (SARS-CoV-2).

O novo coronavírus (Covid-19) foi identificado pela primeira vez em humanos, na cidade de Wuhan, China, no final de Dezembro de 2019 e alastrou rapidamente para outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo dado origem à atual pandemia. Muito embora a sua origem continue desconhecida, sabe-se que também possui capacidade de mutação em animais.

Epidemia vs pandemia

A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia provocada por uma doença infeciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.

Metodologia de atualização de dados

A atual situação epidémica é acompanhada em permanência pela OMS, FDA, ECDC, EMA, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais e Nacionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença, bem como o número de mortes diretamente atribuíveis à Covid-19. Não obstante os números serem alterados a cada instante, o quadro seguinte reflete os últimos dados conhecidos, e tem por objetivo mostrar uma panorâmica a nível Global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, tão realista quanto possível.

Situação Mundial da Pandemia a 27 de MAIO de 2022, segundo a OMS:

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

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RECOMENDAÇÕES GERAIS DA ECDC

Como se dissemina a Covid-19?

As pessoas podem ser infetadas pelo SARS-CoV-2 através de outras pessoas portadoras do vírus, inalando pequenas gotículas infetadas, ao tossirem e espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.

Quais são os principais sintomas da doença?

A Covid-19 afeta cada pessoa de forma diferente. A maioria das pessoas infetadas experimenta sintomas ligeiros a moderados da doença e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave. Os sintomas mais comuns incluem uma combinação de febre, tosse seca, cansaço anormal e perda de olfato ou paladar; os menos comuns incluem uma combinação de dores de garganta, dor de cabeça, tensão e dores musculares, diarreia, irritações na pele ou descoloração dos dedos das mãos e dos pés e irritação ou vermelhidão ocular.

A mais recente subvariante BA.5 da Ómicron em circulação e que já se tornou prevalente, provoca sintomas ligeiramente diferentes das linhagens anteriores, mais leves e silenciosos, que podem ser confundidos com uma vulgar constipação. Contudo trata-se de Covid-19 e não deixa de ser preocupante, pois além de ser mais contagiosa, causa igualmente doença grave.

Surto de doença, O que precisa saber?

Para quem já esteve em áreas afetadas pela Covid-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infetada com a doença e se, no espaço de 14 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar, dores de cabeça sem motivo aparente:

- Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.

- Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contactos tidos.

- Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contactos.

Como pode proteger-se e aos outros da infeção

- Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.

- Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.

- Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.

- Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos.

- Pratique o distanciamento social, mantendo-se pelo menos a 2 metros de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.

- Mantenha os espaços arejados.

 

Linha de Apoio em Portugal (SAÚDE 24): (+351) 808 24 24 24

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
10 de Abril de 2024

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