COVID-19: SEQUELAS A LONGO PRAZO

COVID-19: SEQUELAS A LONGO PRAZO

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

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Com a pandemia global de coronavírus a entrar no seu terceiro ano, os governos de muitos países por todo o mundo, ainda lutam para combater a hesitação e a desinformação, em boa medida disseminadas através das redes sociais, por forma a tentarem vacinar as suas populações com os níveis adequados de proteção.

Doses de vacinas de reforço foram autorizadas para a população adulta na maioria dos países; medicamentos antivirais estão autorizados para o potencial tratamento caseiro de infeções precoces; além disso, cientistas continuam a trabalhar no sentido de melhorar a eficácia vacinal e eficiência dos antivirais, juntamente com medidas de saúde pública, dada a emergência da variante Ómicron e suas subvariantes em circulação.

Agora que a maioria dos especialistas começam a acreditar que a pandemia já atingiu o seu pico e caminhamos para a transição para uma endemia, a breve trecho, os cientistas ainda pesquisam as causas da designada Covid longa, ou seja, sintomas que persistem depois de o paciente ter recuperado da doença, sintomas esses que até recentemente pacientes com sinais persistentes de COVID-19 diziam ter a impressão de que os seus médicos não os levavam a sério, mas que após 2 anos de pandemia rapidamente estão a mudar.

Envolta em dúvidas entre médicos e pacientes que foram infetados pelo SARS-CoV-2, a condição Covid longa, revela os mesmos sintomas debilitantes da infeção original, que não param após o vírus ter abandonado o organismo, desde dificuldades respiratórias, fadiga extrema e dores no peito, que podem persistir durante meses, constituindo um enorme desafio no dia-a-dia e para o regresso à normalidade.

Relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS), sugerem que entre 10% e 20% dos pacientes que tiveram COVID-19, manifestam sintomas de Covid longa no período de 3 meses após a recuperação da doença, o que significa que dos mais de 420 milhões de casos reportados em todo o mundo pela Universidade Johns Hopkins até hoje, entre 42 e 84 milhões já sofreram ou estão em sofrimento com esta nova patologia, havendo até quem aponte para valores mais elevados.

Embora hoje se comece a ter uma ideia mais clara das sua causas, as pesquisas continuam em desenvolvimento para tentar descobrir porque a doença não se manifesta da mesma forma em todas as pessoas e uns a desenvolvem e outros não, o que provavelmente irá demorar alguns anos até que se conheçam os seus efeitos a longo prazo.

Estudos sobre a Covid longa, levados a cabo em mais de 50 países, identificaram mais de duas centenas de sintomas espalhados pelos vários sistemas do organismo, com destaque para a fadiga, dores no peito e nas articulações, perda de olfato, tosse e febre persistentes e problemas de perda de memória e concentração.

Investigações levadas a cabo em todo o mundo, têm vindo a evidenciar como certos fatores podem aumentar o risco de desenvolver sequelas de longo prazo, mas ainda não são suficientes para prever quais os pacientes que correm risco, nem porque alguns não a contraem. 

Relativamente à atual situação pandémica na Europa, o diretor regional da Organização Mundial da Saúde (Europa) Hans Kluge, alerta para o facto dos casos de COVID-19 nas duas últimas semanas terem duplicado na generalidade dos países do Leste europeu, devido às ainda baixas taxas de vacinação, o que contrasta com a região a Oeste onde as percentagens de mortes e de infeções continuam a cair de forma consistente.

Esta realidade leva a maioria dos países ocidentais a admitir que a pandemia pode terminar em breve, assim que a atual vaga provocada pela variante Ómicron diminuir, propiciando uma oportunidade única para controlar o SARS-CoV-2, devido aos elevados níveis de vacinação e à menor gravidade daquela variante, ficando assim reunidas as condições para que finalmente as populações comecem a libertar-se das restrições impostas, muito provavelmente até à próxima primavera. A partir daí, a pandemia deverá passar a ser encarada como uma doença endémica comum, permitindo o fim do isolamento e abertura gradual à economia.

Nessa nova fase, já antecipada em muitos países da União Europeia (UE), é previsível que os testes passem a ser realizados mais esporadicamente e apenas em pessoas com alguma comorbilidade ou que vão ser sujeitas a internamento hospitalar. À semelhança do que é feito com a gripe, também a vacinação poderá passar a ser feita anualmente nos grupos mais vulneráveis.

Apesar dos notáveis progressos científicos na descoberta das vacinas e na sua rápida produção e distribuição, por falta de solidariedade e outros fatores, não foi ainda possível assegurar um nível de vacinação equitativo. A maioria dos países mais ricos já se encontra vacinada com pelo menos duas doses e até com doses de reforço, porém nos países de rendimento mais baixo somente 10,6% recebeu uma primeira dose, o que inevitavelmente irá penalizar a economia Global.

A generalidade dos cientistas, indica que a maioria das vacinas COVID-19 de primeira geração tem como alvo a proteína S (spike), que se prende à superfície externa do vírus SARS-CoV-2, e que é usada para infetar as células humanas. Porém, considerando a mais recente e rápida evolução do vírus, estes vêm destacar a necessidade de novas vacinas de segunda geração que tenham como alvo constituintes do vírus menos suscetíveis de sofrer mutações.

Vários grupos de pesquisa e empresas farmacêuticas já estão a trabalhar em vacinas de proteção mais ampla, que visem as partes essenciais de que o vírus depende para a sua sobrevivência e capacidade de mutação. Especialistas alertam, no entanto, que provavelmente levará mais de um ano e generosos financiamentos até que se consiga obter algum sucesso.

A liderar o processo de imaginar novas ameaças infeciosas no futuro, a OMS congrega toda a informação obtida através de consultas a líderes mundiais e influenciadores de uma grande variedade de disciplinas para discutir o futuro, olhar para as tendências globais e construir consenso sobre as ações coletivas que a comunidade mundial pode realizar para atenuar os riscos atuais e previsíveis da COVID-19, bem como de outras potenciais ameaças infeciosas que possam ocorrer nos próximos 3 a 5 anos.

É também chegada a altura dos governos, organizações e profissionais de saúde pública pensarem no enorme número de sobreviventes de COVID-19 que vão precisar durante algum tempo de cuidados continuados para uma variedade de sintomas físicos e psicológicos provocados pela pandemia e pelos longos períodos de isolamento a que estiveram sujeitos, sabendo-se desde já que pelo menos metade dos infetados permanece com sequelas até pelo menos 6 meses, segundo um estudo alargado do Penn State College of Medicine da Pensilvânia, EUA.

Para avaliar os efeitos da infeção pelo vírus SARS-CoV-2 na saúde, a curto e longo prazo, os pesquisadores examinaram estudos mundiais publicados em dezenas de relatórios contendo dados de mais de 250 mil adultos não vacinados e crianças, diagnosticados com a doença, entre dezembro de 2019 a março de 2021 e que recuperaram.

Dessa investigação resultou que os sobreviventes tiveram uma série de complicações de saúde associados à COVID-19 que afetaram o seu bem-estar geral e a sua mobilidade, com taxas de incidência praticamente constantes durante um a seis meses após o diagnóstico inicial da doença. Sintomas como cansaço extremo injustificado, dificuldade em respirar, dores no peito e articulações, bem como a perda de paladar ou do olfato, experimentados durante a doença, podem manter-se até seis meses ou mais após a recuperação da COVID-19, em adultos e crianças, confirmando-se assim o aparecimento da condição Covid longa, atualmente sob investigação.

Em Portugal, após um surpreendente e preocupante período de aumento de casos e fatalidades, desde o início de janeiro de 2022, os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), mais recentes, mostram que já terá sido ultrapassado o pico da quinta vaga da pandemia, pelo que o governo, entre outras medidas, decidiu aliviar as restrições, retirando a exigência de certificado digital salvo no controle de fronteiras, do isolamento dos contactos de risco e a recomendação do teletrabalho.

No entanto, tendo em conta o ainda muito elevado número de fatalidades, é necessário manter uma permanente vigilância e manutenção dos cuidados preventivos, como distanciamento físico, higienização e ventilação dos espaços em ambientes fechados, como recomendado pela DGS, até que possamos atingir a ainda distante meta estabelecida pelos peritos de 20 mortes a 14 dias por milhão de habitantes, a partir da qual se possa finalmente iniciar uma vida normal.

O papel da OMS

Apesar das recomendações reiteradas da OMS desde o início da pandemia, acerca da necessidade de uma postura ética e de equidade na distribuição das vacinas por todos os países e regiões do mundo, na realidade não foi possível atingir os objetivos delineados por aquela organização, dado que os países de alto e médio rendimento absorveram a maior parte das doses que foram administradas em todo o mundo.

A eficácia vacinal e de testagem, resultou numa redução no número de contaminados e de mortes na generalidade dos países, tendo-se criado a falsa ideia de que tudo estava controlado. Na realidade, face aos resultados, criou-se um certo clima de consenso de que a doença vai permanecer entre nós, sendo por isso necessário retomar as atividades económicas e sociais normais, já que o processo de vacinação se revelou eficaz, a população interiorizou a necessidade de precaução e as entidades reguladoras da saúde, da maioria dos países, têm vindo a reportar uma certa estabilização no número de internamentos hospitalares, com o consequente alívio da pressão nas urgências, o que é positivo.

Segundo o ourworldindata.org da Universidade de Oxford, 61,9% da população mundial já recebeu pelo menos uma dose da vacina para a COVID-19, tendo já sido administradas 10,42 mil milhões de doses a nível Global e 30,92 milhões são administradas por dia atualmente. Todavia, apenas 10,6% das pessoas de países com baixos recursos receberam uma dose, o que é manifestamente injusto, quando comparamos por exemplo com os Emiratos Árabes Unidos, que já vacinaram 94,24% da sua população completamente e 98,99% receberam pelo menos uma primeira dose.

Proporcionar o acesso equitativo Global a uma vacina segura e eficaz, protegendo os profissionais de saúde em especial e todos os que estão em maior risco, é para a OMS a única maneira de mitigar o impacto económico e de saúde pública das pandemias, sendo que as vacinas são comprovadamente a arma mais eficaz para debelar a COVID-19 e caminhar progressivamente com maior segurança para o objetivo de imunizar toda a população. Contudo, parece haver cada vez maior unanimidade entre os especialistas, indicando que vamos ter de conviver com a endemia no futuro, tal como acontece com a gripe e outras viroses. A questão que se coloca é se iremos continuar a viver como antes ou se teremos de nos readaptar a novas formas de vida.

Os efeitos na saúde mental

Não existem hoje dúvidas de que a reação à COVID-19 já impôs novas formas de vida, quer no plano individual quer em sociedade, na tentativa de controlar a infeção e que se irão manter no futuro. À pandemia sucedeu rapidamente uma crise económica e ambas têm tido consequências “invisíveis” na saúde mental das populações. A avaliação do impacto psicológico do confinamento e autoisolamento das populações, as consequências ligadas ao desemprego, às dificuldades económicas e à exclusão social que afetam a humanidade, de uma ou outra forma, ainda estão longe de poder ser feitas.

A saúde mental e o bem-estar devem ser entendidos como direitos humanos fundamentais e os países devem repensar novos modelos de acesso aos cuidados no setor. Entre as recomendações da OMS estão o reforço dos serviços de saúde mental, a melhoria do acesso aos cuidados por via digital, o incremento dos serviços de apoio psicológico nas escolas, universidades, locais de trabalho e em particular para os trabalhadores da primeira linha no combate à pandemia.

A saúde mental é uma componente-chave da saúde humana que requer ação imediata dos governos. Transtornos mentais e comportamentais, que já antes da pandemia eram considerados os grandes males do século 21, face à ocorrência da pandemia por SARS-CoV-2 o cenário agravou-se consideravelmente, em particular nas relações do trabalho, havendo necessidade de alertar e educar empregadores e empregados a respeito dos riscos que doenças como depressão e ansiedade podem provocar, a fim de atenuar os seus efeitos.

Os cuidados com o bem-estar psíquico devem ser levados a sério, senão quando debelarmos esta pandemia teremos forçosamente de enfrentar outra – uma pandemia de saúde mental.

Novas variantes e a imunidade vacinal

Atualmente no segundo lugar do ranking mundial de vacinação, segundo o site ourworldindata.org, há já alguns meses que Portugal ultrapassou o objetivo inicialmente indicado pela DGS para se atingir a imunidade de grupo, o que não veio trazer aos portugueses a “libertação total” da sociedade, como prematuramente foi anunciado.

Não podemos esquecer que a variante Delta do SARS-CoV-2, que em Portugal e na maioria dos países da UE atingiu uma prevalência de 99%, nos fez retroceder no longo percurso para debelar a doença. A sua evolução para a nova variante Ómicron e suas subvariantes BA.1 e BA.2, veio de novo baralhar os dados, muito embora os peritos indiquem que apesar de ser mais contagiosa, é menos letal, o que, contudo, não deixa de ser uma nova preocupação para especialistas e governantes.

O receio de surgimento de novas mutações do vírus, ainda é generalizado, mas a vacinação continua a ser, sem dúvida, a arma comprovadamente mais eficaz para vencer esta batalha. Numa luta contra o tempo, entre a vacinação e a progressão da doença, é necessário pedir a todos sem exceção, à população em geral, aos profissionais de saúde, cuidadores informais e forças de segurança, um derradeiro esforço suplementar a fim de tentar travar definitivamente estas novas variantes do SARS-CoV-2, e outras que eventualmente possam surgir.

Certificado Digital COVID-19 da UE

Os vírus não conhecem fronteiras! O certificado digital continua a ser uma ferramenta importante para travar a disseminação do vírus, em particular através de viagens. Com um crescente número de países a desconfinar e a renunciarem à obrigatoriedade de quarentena para os seus cidadãos que possuam um certificado digital de vacinação, adotados pelas várias regiões do Globo, torna-se indispensável proteger as fronteiras e impedir a sua propagação de forma eficaz.

Na Europa, o certificado Digital COVID-19 da UE, em vigor desde o dia 1 de julho de 2021, foi criado com o objetivo de iniciar o desconfinamento no espaço da UE e facilitar a livre circulação entre os Estados-Membros para tentar salvar a economia. Para uma abordagem comum das medidas a adotar sobre viagens, os países acordaram então, estabelecer critérios uniformes de mapeamento das zonas de risco, através do uso de quatro cores identificativas num quadro-matriz de fácil e intuitiva interpretação.

Zona vermelho-escura: risco muito alto (mais de 500 casos por 100 mil pessoas); zona vermelha (entre 50 e 500 pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); laranja (menos de 50 casos por 100 mil pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); zona verde (menos de 25 casos por 100 mil pessoas e teste positivo inferior a 4%).

O Certificado Digital COVID-19 da UE, está disponível em formato digital e em papel, tem de ser renovado a cada seis meses e serve para comprovar que o seu portador foi vacinado contra a COVID-19, recebeu um resultado negativo do teste ou recuperou de uma infeção COVID-19. Foi agora proposta pela Comissão Europeia (CE) a sua extensão até 30 de junho de 2023.

Perspetivas

Como já referido, uma saída sustentável da pandemia na UE depende dos progressos realizados a nível mundial, pois nenhum país ou região do mundo estarão seguros em relação à COVID-19 se a sua propagação não for contida a nível Global. Nesse sentido, a UE e o conjunto dos Estados-Membros lideram desde a primeira hora o investimento no Mecanismo Mundial COVAX, que já entregou mais de 1,1 mil milhões de vacinas a países mais desfavorecidos, tendo definida uma abordagem coordenada para partilha de vacinas através de um mecanismo autónomo, com o fim de ajudar os países parceiros e de economias mais débeis, a superar a atual pandemia.

Esse mecanismo é coliderado pela Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI), The Vaccine Alliance (GAVI) e OMS, conjuntamente com a UNICEF, parceiro de distribuição, tendo por objetivo acelerar o desenvolvimento e fabrico de vacinas para a COVID-19 e garantir o acesso justo e equitativo para todos os países do mundo o que, no entanto, ainda está longe de se conseguir.

Entre nós, segundo o último relatório da DGS, foram recebidas até agora no país 26,7 milhões de doses e administradas 21,7 milhões. Destas, pelo menos 9,6 milhões de pessoas receberam uma primeira dose, 9,2 milhões receberam a vacinação completa e cerca de 5,2 milhões receberam uma terceira dose de reforço, o que corresponde a cerca de 93,1%, 89,2% e 50,4% da população, respetivamente, números que colocam Portugal atualmente no segundo lugar da corrida mundial da vacinação contra a COVID-19. 

Ainda segundo a DGS já foram efetuados no País mais de 40 milhões de testes (PCR+ Antigénio). Apesar dos indicadores favoráveis de vacinação, as taxas de contágio da pandemia no nosso País dispararam para valores nunca antes atingidos, em janeiro de 2022, tendo começado a cair desde a segunda semana de fevereiro, prevendo-se que assim continue, com o índice de transmissibilidade (Rt) a baixar para 0,76 na globalidade do território nacional e com a incidência de infeção nos últimos 14 dias a manter-se muito elevada, situando-se em 4390,9 casos de infeção por 100 mil habitantes, mas em queda significativa.

Situação atual na Europa

Segundo a ECDC, a situação epidemiológica geral no espaço da EU / EEE na última quinzena, é caraterizada por uma taxa geral de notificação de casos muito elevada, que cresceu rapidamente em janeiro de 2022, acompanhada de uma mortalidade igualmente elevada, mas estável e com tendência a baixar. Observam-se agora taxas crescentes de notificação de casos e uma situação epidemiológica de grande preocupação, em todos os Estados da EU / EEE, mas em queda durante a última semana.

Esta situação é em grande parte motivada pela alta transmissibilidade da nova variante Ómicron e suas subvariantes, prevalecentes na região, que veio limitar a redução da transmissão alcançada através da vacinação, prevendo-se que as taxas de notificação de casos e de mortalidade comecem a diminuir nas próximas semanas.

O Centro Europeu de Previsões COVID-19 e de internamentos hospitalares e UCI indica que a tendência dominante é de aumento de casos, embora com estabilização no número de internamentos hospitalares e de normalização nas admissões em UCI.

Em Portugal, o número diário de óbitos mantém-se elevado, mas em curva descendente, tendo-se registado nas últimas 24 horas mais 42 fatalidades. Foram ainda confirmados mais 50 447 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-Cov-2, o que perfaz um total – desde que a pandemia foi detetada no país em Março do último ano, de 3 148 387 infetados, 2 589 510 recuperados e 20 708 vítimas mortais. Há ainda a registar 538 169 casos ativos da doença, 2 022internamentos hospitalares e 132 casos críticos, que estão a ser acompanhados em UCI pelas autoridades de saúde.

Agora que se prevê o início do desconfinamento e abertura à atividade económica, é necessário avançar com cuidado, ter paciência e saber esperar. Para além da vacinação completa, as demais regras de prevenção como o uso de máscara, a higienização pessoal e a prática de distanciamento, entre outras recomendações das autoridades da saúde e que o bom senso aconselha, devem continuar a ser seguidas.

A COVID-19 a nível Global

Segundo dados do site worldometers, que aglutina a informação disponibilizada pela OMS e pelos principais Centros de Controle e Prevenção de Doenças em todo o mundo, desde 31 de Dezembro de 2019 até hoje, dia 18 de fevereiro de 2022, foram notificados em todo o mundo 420 695 539 casos de doença, incluindo 5 883 617 mortes e mais de 344 678 616 recuperados.

A nível Global o número de casos por infeção e o número de mortes tem vindo a baixar, com exceção da Europa onde o número de mortes cresceu ligeiramente na última quinzena. Em números absolutos o continente europeu passou agora a liderar, pelas piores razões, com o número de infetados a ultrapassar 148 617 173 reportados, seguido da América com 146 716 516, da Ásia com um total de 110 716 616 infetados e de África também com um aumento para 11 406 907 pessoas. A Oceânia com 3 237 606 contaminados continua a ser o continente com menos casos registados, embora continue a verificar-se um pequeno incremento no número de infeções na região.

 

covid 19, mapa mundo

 

Independentemente da evolução, apesar de tudo ainda incerta da pandemia e de ainda poder vir a ser necessário prolongar as medidas de prevenção, a experiência de outras pandemias que surgiram no passado recomenda precaução absoluta pois, tal como outrora, a possibilidade de eclosão de novas vagas, particularmente neste inverno atípico permanece em aberto. A nova COVID-19 permanece latente, transmuta-se e já mostrou que não dá tréguas!

Apesar de se ter desvanecido algum do otimismo que se instalou um pouco por todo o mundo no último outono e que proporcionou o início de desconfinamento na maioria dos países, mas entretanto descontinuado, decorridos mais de dois anos após a primeira infeção detetada em humanos, a incerteza quanto ao evoluir da doença mantém-se, devido às novas subvariantes da Ómicron, perigosamente contagiosas e furtivas. Não podemos deixar ao acaso a nossa saúde, de nossos familiares e semelhantes. Todos os cuidados são poucos!

Caracterização do Vírus COVID-19

Os coronavírus são uma família de vírus de RNA que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como uma doença mais grave, como a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e a atual síndrome respiratória aguda severa (SARS-CoV-2).

O novo coronavírus (COVID-19) foi identificado pela primeira vez em humanos, na cidade de Wuhan, China, no final de Dezembro de 2019 e alastrou rapidamente para outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo dado origem à atual pandemia. Muito embora ainda se desconheça sua origem, sabe-se que também possui capacidade de mutação em animais.

Epidemia vs pandemia

A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia de doença infeciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.

Metodologia da atualização de dados

A atual situação epidémica é acompanhada em permanência pela OMS, FDA, ECDC, EMA, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais e Nacionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença, bem como o número de mortes diretamente atribuíveis à COVID-19. Não obstante os números sejam alterados a cada instante, o quadro seguinte reflete os últimos dados conhecidos, tendo por objetivo mostrar uma panorâmica a nível Global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, tão realista quanto possível.

Situação Mundial da Pandemia a 18 de fevereiro de 2022, segundo a OMS:

 

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

 

RECOMENDAÇÕES DA ECDC

Como se dissemina a COVID-19?

As pessoas podem ser infetadas pelo SARS-CoV-2 através de outras pessoas portadoras do vírus, inalando pequenas gotículas infetadas, ao tossirem e espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.

Quais são os principais sintomas da doença?

A COVID-19 afeta cada pessoa de forma diferente. A maioria das pessoas infetadas experimenta sintomas ligeiros a moderados da doença e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave.

Os sintomas principais incluem uma combinação de febre, tosse seca, dores de garganta, dificuldade para respirar, dor muscular e tensão, diarreia, cansaço anormal, perda de olfato ou paladar, dores de cabeça, nariz entupido.

A mais recente variante Ómicron e suas subvariantes BA.1 e BA.2 em circulação, provocam sintomas ligeiramente diferentes das anteriores, mais ligeiros, que podem ser confundidos com uma vulgar constipação. Contudo trata-se de COVID-19 e não deixa de ser preocupante pois além de ser mais contagiosa, pode igualmente causar doença grave.

Surto de doença, O que precisa saber?

Se já esteve em áreas afetadas pela COVID-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infetada com a doença e se, no espaço de 14 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar, dores de cabeça e nariz entupido, sem motivo aparente:

– Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.

– Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contactos tidos.

– Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contactos.

Como pode proteger-se e aos outros da infeção

– Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.

– Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.

– Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.

– Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos.

– Pratique o distanciamento social, mantendo-se pelo menos a 2 metros de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.

– Mantenha os espaços arejados.

 

Linha de Apoio em Portugal (SAÚDE 24): (+351) 808 24 24 24

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
10 de Abril de 2024

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