COVID-19: NOVO AGRAVAMENTO NA EUROPA

COVID-19: NOVO AGRAVAMENTO NA EUROPA

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

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O rastreamento da pandemia revela que o número de mortes bem como o número de infetados por COVID-19 no continente europeu tem vindo de novo a aumentar, em particular nos países bálticos e da região leste, o que tem levado alguns governos da região a tomar medidas mais drásticas restringindo o movimento de pessoas e bens.

Uma das razões apontadas pelas autoridades de saúde europeias e da Organização Mundial de Saúde (OMS), para o agravamento da situação pandémica, fica a dever-se às ainda baixas taxas de vacinação em alguns países dessas regiões, muitos deles com recorde de registo de óbitos e infeções associados à doença.

Muito embora com taxas de incidência menos elevadas, também nos restantes países europeus, sem tem verificado um incremento considerável no número de infeções e fatalidades, o que leva a que a OMS tenha vindo a público reiterar a necessidade de melhorar a rede solidária de distribuição de vacinas aos países economicamente mais vulneráveis, considerada a única forma de controlar a doença a nível mundial.

Segundo o último boletim epidemiológico da OMS, o número de infeções semanais e de fatalidades a nível Global aumentou ligeiramente durante a última semana, ao contrário do que se verifica na região europeia que pela quarta semana consecutiva reporta um incremento considerável de novos casos de infeção e mortes, contrariando assim a tendência generalizada de declínio nas restantes regiões mundiais.

Entretanto, com vista a melhorar a proteção dos profissionais e cuidadores de saúde que diariamente continuam a lutar contra a COVID-19 em todo o mundo, a OMS vem lembrar o grande número de trabalhadores dessa área que já morreram da doença, bem como o facto de um cada vez maior número deles estar em sofrimento por stresse, ansiedade, fadiga acentuada e esgotamento.

O apelo agora dirigido pela OMS e seus parceiros aos governos de todos os Estados-Membros, convoca todos os governantes e outras partes interessadas, a melhorarem a monitorização e a notificação dos casos de infeções ou outros problemas de saúde e mortes por COVID-19, entre os profissionais de saúde e cuidadores.

Além disso, é igualmente recomendado que seja considerado como procedimento padrão, a indicação da idade, sexo e ocupação desses profissionais, a fim de permitir que os tomadores de decisão e cientistas identifiquem e possam implementar medidas de mitigação para reduzir ainda mais o risco de infecções e outros problemas de saúde associados.

Os líderes e decisores políticos são também exortados a tudo fazerem para criarem e regulamentarem políticas de investimento que garantam a proteção dos profissionais de saúde e cuidadores, destacando a oportunidade de poderem alinhar essas ações com as políticas mundiais do trabalho, com vista à recuperação centrada no ser humano pós-crise COVID-19.

Estima-se que entre janeiro de 2020 e maio de 2021, possam ter morrido por COVID-19 entre 80 e 180 mil profissionais de saúde, números que levaram a OMS a liderar um projeto que visa criar um pacto global para os trabalhadores da saúde, que obedecendo às convenções e instrumentos legais existentes, os possa proteger, salvaguardando os seus direitos e a garantia de um trabalho livre de qualquer discriminação, projeto esse que irá ser apresentada à próxima Assembleia Mundial da Saúde a realizar em maio de 2022.

Liderando o processo de imaginar o futuro das ameaças infeciosas, a OMS congrega toda a informação obtida através de consultas a líderes mundiais e influenciadores de uma grande variedade de disciplinas para discutir o futuro, olhar para as tendências globais e construir consenso sobre as ações coletivas que a comunidade mundial pode realizar para atenuar os riscos em curso e previstos da COVID-19, bem como de outras potenciais ameaças infeciosas nos próximos 3 a 5 anos.

Com algumas raras exceções localizadas principalmente na região europeia, a propagação do vírus continua em declínio a nível Global, com o índice de transmissibilidade (Rt) a manter-se abaixo ou próximo de um, o que tem permitido baixar a guarda e proceder ao desconfinamento gradual e à reativação da economia, não obstante continuarem a existir riscos de contágio como tem vindo a ser lembrado pela OMS e pelo Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), nas últimas quatro semanas.

É por isso chegada a altura de os governos, organizações de saúde e profissionais de saúde pública começarem a pensar no enorme número de sobreviventes de COVID-19 que vão precisar durante algum tempo de cuidados continuados para uma variedade de sintomas físicos e psicológicos provocados pela pandemia e pelos longos períodos de isolamento a que estiveram sujeitos, sabendo-se desde já que pelo menos metade dos infetados permanece com sequelas até cerca de 6 meses, segundo revela estudo do Penn State College of Medicine da Pensilvânia.

No sentido de avaliar os efeitos da infeção pelo vírus SARS-CoV-2 na saúde, a curto e longo prazo, os pesquisadores examinaram estudos mundiais publicados em dezenas de relatórios contendo dados de mais de 250 mil adultos não vacinados e crianças, diagnosticados com a doença entre dezembro de 2019 a março de 2021 e que recuperaram.

Dessa investigação resultou que os sobreviventes tiveram uma série de complicações de saúde associados à COVID-19 que afetaram o bem-estar geral dos pacientes e a sua mobilidade, com taxas de incidência praticamente constantes durante um a seis meses após o diagnóstico inicial da doença. Sintomas como cansaço extremo injustificado, dificuldade em respirar, dores no peito e articulações, bem como a perda de paladar ou do olfato experimentados durante a doença, podem manter-se até seis meses ou mais após a recuperação da COVID-19, em adultos e crianças.

Devido ao seu elevado grau de transmissibilidade, desde que foi detetada em março de 2021, a variante Delta do SARS-CoV-2 rapidamente se tornou predominante no espaço da União Europeia/Espaço Económico Europeu (UE/EEE), tendo-se transformado numa fonte de preocupação para governos, cientistas e população em geral.

Numa breve avaliação à atual situação pandémica, o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), uma agência da EU que concentra toda a informação relativa à atividade viral no espaço europeu, veio recentemente alertar para o “alto risco de pico no outono” em casos de infeção por COVID-19 e mortes, em países com insuficiente cobertura vacinal.

Os países da UE/EEE que ainda não atingiram os objetivos de vacinação contra a COVID-19 considerados seguros para iniciarem o processo de desconfinamento de suas populações e que planeiam fazê-lo nas próximas semanas, correm um elevado risco de sofrer um significativo aumento de casos de infeção, hospitalizações e mortalidade, desde já e até ao final de novembro, segundo declarações de Andrea Ammon, diretora do ECDC.

Adianta ainda aquela responsável, que as previsões do ECDC mostram que a combinação de uma cobertura elevada de vacinação, aliada a uma redução efetiva de contactos sociais, são fatores decisivos para reduzir o risco de sobrecarga nos sistemas de saúde neste outono. Por isso, como opção de resposta, os países devem esforçar-se continuamente para aumentar a cobertura de vacinação em todas as faixas etárias elegíveis, independentemente dos atuais níveis de cobertura de vacinação, a fim de limitar o número de infeções provocadas pela variante Delta, que no espaço da UE/EEE é responsável por cerca de 99% dos casos reportados.

A eliminação de quaisquer lacunas de vacinação COVID-19 em populações mais vulneráveis e profissionais de saúde, antes da chegada do inverno, é igualmente fundamental para atenuar os riscos de eventuais bloqueios nos sistemas de saúde, provocados pela gripe e outras doenças respiratórias, mais comuns nesta estação do ano.

Com elevado índice de vacinação, Portugal permanece entre os países de menor risco para poder vir a sofrer um aumento de casos graves, hospitalização e mortalidade, a menos que se verifique um rápido declínio de eficácia da vacina por fatores imponderáveis. Ainda assim, é necessária vigilância permanente e manutenção dos cuidados preventivos, como distanciamento físico, higienização e melhor ventilação, em particular em ambientes escolares, dado se prever que sejam as crianças as mais atingidas nos próximos meses.

Já na última fase de desconfinamento, com 87,16% da população portuguesa com a vacinação completa, 88,62% com pelo menos uma dose, o índice de transmissibilidade a manter-se próximo de um e o número de internamentos hospitalares a cair sucessivamente, o regresso às atividades “quase” normais está em curso, o que em muito se fica a dever ao sentido cívico dos nossos compatriotas e ao trabalho abnegado dos profissionais de saúde.

O tema da pandemia permanece na agenda dos governos de todo o mundo, levando-os a ponderar novas formas de resolver o problema dos desequilíbrios entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, através da criação de mecanismos mais eficazes de equidade na distribuição das vacinas pelos países economicamente mais débeis, como forma de proteger as fronteiras e impedir a propagação da COVID-19, tal como é reiteradamente recomendado pelos responsáveis da OMS.

A anteceder a reunião de cúpula dos chefes de estado e de governo dos países mais ricos do mundo (G20), a realizar em Roma nos dias 30 e 31 outubro de 2021 os ministros da saúde do G20 acordaram por unanimidade ratificar um documento que designaram por “Pacto de Roma”, que tem por objetivo reforçar a entrega de vacinas e outros recursos correlacionados, aos países mais carenciados, para imunização das suas populações contra a pandemia.

O papel da OMS

Apesar das recomendações feitas pela OMS desde o início da pandemia, acerca da necessidade de uma postura ética e equidade na distribuição das vacinas por todos os países e regiões do mundo, na realidade não foi possível atingir os objetivos delineados por aquela organização, dado que os países de alto e médio rendimento absorveram mais de 80% das doses administradas em todo o mundo.

Embora a nível Global os números se mantenham elevados, verifica-se um declínio moderado nas últimas quatro semanas no número de mortes e contaminados na generalidade dos países, resultado evidente da eficácia vacinal e de testagem. Face a esses resultados, criou-se um certo clima de consenso de que a doença vai permanecer entre nós, sendo por isso necessário retomar as atividades económicas e sociais normais, já que o processo de vacinação se mostra eficaz, a população interiorizou a necessidade de precaução e as entidades reguladoras da saúde na maioria dos países têm vindo a reportar uma redução continuada no número de internamentos hospitalares com o consequente alívio da pressão nas urgências.

Segundo o ourworldindata.org da Universidade de Oxford, 49,1% da população mundial já recebeu pelo menos uma dose da vacina para a COVID-19, tendo já sido administradas 6,97 mil milhões de doses a nível Global e 23,6 milhões são administradas por dia atualmente. Todavia, apenas 3,3% das pessoas de países com baixos recursos económicos receberam uma dose, o que é manifestamente injusto, quando comparamos por exemplo com os Emiratos Árabes Unidos, que já vacinaram 86,42% da sua população completamente e 96,42% receberam pelo menos uma primeira dose.

Proporcionar o acesso equitativo Global a uma vacina segura e eficaz, protegendo os profissionais de saúde em especial e todos os que estão em maior risco, é para a OMS a única maneira de mitigar o impacto económico e de saúde pública das pandemias, sendo que as vacinas são comprovadamente a arma mais eficaz para debelar a COVID-19 e caminhar progressivamente com maior segurança para o objetivo de imunizar a toda a população. Contudo, parece haver cada vez maior unanimidade entre os especialistas, indicando que vamos ter de conviver com a endemia no futuro, tal como acontece com a gripe e outras viroses. A questão que se coloca é se iremos continuar a viver como antes ou se teremos de nos readaptar a novas formas de vida.

Os efeitos na saúde mental

Não existem hoje dúvidas de que a reação à COVID-19 impôs novas formas de vida, quer no plano individual quer em sociedade, na tentativa de controlar a infeção e que se irão manter no futuro. À pandemia sucedeu rapidamente uma crise económica e ambas têm tido consequências “invisíveis” na saúde mental das populações. A avaliação do impacto psicológico do confinamento e autoisolamento das populações, as consequências ligadas ao desemprego, às dificuldades económicas e à exclusão social que afetam a humanidade, de uma ou outra forma, ainda estão longe de poder ser feitas.

A saúde mental e o bem-estar devem ser entendidos como direitos humanos fundamentais e os países devem repensar o acesso aos cuidados no setor. Entre as recomendações da OMS estão o reforço dos serviços de saúde mental, a melhoria do acesso aos cuidados por via digital, o incremento dos serviços de apoio psicológico nas escolas, universidades, locais de trabalho e em particular para os trabalhadores de primeira linha no combate à pandemia.

Para o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, trata-se de uma componente-chave da saúde humana que requer uma ação imediata dos governos e Margaritis Schinas, vice-presidente da Comissão Europeia, deixa uma mensagem importante: “não há desculpas para atrasos” a lidar com o problema. Os cuidados com o bem-estar psíquico devem ser levados a sério, senão quando debelarmos esta pandemia teremos forçosamente de enfrentar outra – uma pandemia de saúde mental.

As novas variantes e a imunidade vacinal

Atualmente no segundo lugar do ranking mundial de vacinação, segundo o site ourworldindata.org, Portugal já ultrapassou o objetivo inicialmente indicado pela DGS para se atingir a imunidade de grupo, o que não significa a “libertação total” da sociedade, como precocemente foi anunciado.

Não podemos esquecer que a variante Delta do SARS-CoV-2, atualmente com uma prevalência de 99% em Portugal e na maior parte dos países da UE, nos fez retroceder no longo percurso para debelar a doença. Também as notícias da variante Lambda detetada no Peru em dezembro de 2020 e disseminada pela região da América do Sul, e a mais recente subvariante da mutação Delta já identificada na europa, vieram baralhar mais uma vez todas as previsões, constituindo nova preocupação para os especialistas e governos.

De referir que todos os vírus, incluindo o SARS-CoV-2, que causa a COVID-19, sofrem mutações com o tempo, e a maioria delas com pouco ou nenhum impacto nas características do vírus. Todavia, certas mutações conseguem afetar as suas propriedades, influenciando a sua capacidade de propagação, a gravidade da doença que causa ou a eficácia das vacinas, medicamentos ou outras medidas usadas para a combater.

A preocupação com o surgimento de novas mutações do vírus é generalizada, mas a vacinação é, sem dúvida, a arma comprovadamente mais eficaz para vencer esta batalha.

Numa luta contra o tempo, entre a vacinação e a progressão da doença, é necessário pedir a todos sem exceção, à população em geral, aos profissionais de saúde, cuidadores informais e forças de segurança, um esforço suplementar a fim de tentar travar definitivamente as novas variantes do SARS-CoV-2, que eventualmente possam surgir.

Certificado Digital COVID-19 da UE

Os vírus não conhecem fronteiras. Com um crescente número de países a desconfinar e a renunciarem à obrigatoriedade de quarentena para os cidadãos que possuam um certificado digital de vacinação, ou outros comprovativos de efeito similar, adotados nas várias regiões do Globo, torna-se indispensável proteger as fronteiras e impedir a sua propagação de forma eficaz.

Na Europa, o certificado Digital COVID-19 da UE, em vigor desde o dia 1 de julho de 2021, foi criado com o objetivo de iniciar o desconfinamento no espaço da UE e facilitar a livre circulação entre os Estados-Membros para tentar salvar a economia. Para uma abordagem comum das medidas a adotar sobre viagens, os países acordaram então, estabelecer critérios uniformes de mapeamento das zonas de risco, através do uso de quatro cores identificativas num quadro-matriz de fácil e intuitiva interpretação.

Zona vermelho-escura: risco muito alto (mais de 500 casos por 100 mil pessoas); zona vermelha (entre 50 e 500 pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); laranja (menos de 50 casos por 100 mil pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); zona verde (menos de 25 casos por 100 mil pessoas e teste positivo inferior a 4%).

O Certificado Digital COVID-19 da UE, do qual já foram emitidos mais de 8,8 milhões em Portugal, está disponível em formato digital e em papel, tem de ser renovado a cada seis meses e serve para comprovar que o seu portador foi vacinado contra a COVID-19, recebeu um resultado negativo do teste ou recuperou de uma infeção COVID-19.

Perspetivas

Uma saída sustentável da pandemia na UE depende dos progressos realizados a nível mundial, pois nenhum país ou região do mundo estarão seguros em relação à COVID-19 se a sua propagação não for contida a nível Global. Nesse sentido a UE e o conjunto dos seus Estados-Membros lideram desde a primeira hora o investimento no Mecanismo Mundial COVAX, tendo definida uma abordagem coordenada para partilha de vacinas através de um mecanismo autónomo, com o fim de ajudar os países parceiros a superar a atual pandemia.

Esse mecanismo é coliderado pela Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI), The Vaccine Alliance (GAVI) e OMS, conjuntamente com a UNICEF, parceiro de distribuição, tendo por objetivo acelerar o desenvolvimento e fabrico de vacinas para a COVID-19 e garantir o acesso justo e equitativo para todos os países do mundo o que, no entanto, ainda está longe de se conseguir.

Portugal, focado na massificação da testagem e vacinação através da task-force criada pela DGS, conseguiu atingir e manter-se no topo do ranking de vacinação a nível mundial.

Segundo o último relatório da DGS, foram recebidas até agora no país 21 400 630 doses e administradas 16 599 465. Destas, pelo menos 9 011 536 pessoas receberam uma primeira dose e 8 862 628 a vacinação completa, o que corresponde a cerca de 87% e 86% da população, respetivamente, números que colocam Portugal atualmente nos primeiros lugares da corrida mundial da vacinação contra a COVID-19.

Segundo a DGS já foram efetuados no País mais de 19 619 716 milhões de testes (PCR+ Antigénio), testes que até ao dia 30 de setembro eram comparticipados a 100% pelo SNS, mas que deixaram de o ser desde aquela data. Com ligeiras oscilações, o País tem mantido a tendência de estabilização das taxas de contágio da pandemia nas últimas semanas, com o índice de transmissibilidade (Rt) a subir ligeiramente para um valor médio atual de 1,08 na globalidade do território nacional e com a incidência de infeção nos últimos 14 dias a subir ligeiramente para 94,9 casos por 100 mil habitantes.

Situação atual na Europa

Contrariando a tendência na evolução da pandemia a nível Global, em que se verifica uma redução ou estabilização generalizada no número de casos de infeção e mortes ao longo das últimas quatro semanas em mais de metade dos países europeus, continua a observar-se um incremento preocupante nas taxas de mortalidade por COVID-19, bem como no número de infeções.

O alerta para a necessidade de maior controle é dado por Mike Ryan, diretor executivo do programa de emergências de saúde da OMS, referindo que nas últimas semanas se tem verificado um aumento progressivo na região europeia, pedindo cautela, à medida que as temperaturas caem e as atividades laborais, viagens e lazer voltam ao normal.

Acresce que a circulação de uma subvariante da mutação Delta recentemente identificada em vários países europeus, considerada uma diversidade genética no SARS-CoV-2, e também já identificada em Portugal, não augura perspetivas de melhoria da situação a curto prazo.

O número acumulado de fatalidades por 100 000 habitantes (14 dias), continua com uma tendência crescente de subida em alguns Países-Membros, durante a última semana. Roménia (246,06); Bulgária (203,84); Letónia (178,75); Croácia (69,49); Lituânia (69,07); Estónia (51,17); Grécia (47,02); Hungria (28,97); Liechtenstein (25,81); Eslováquia (21,25).

Também o número acumulado de infeções por 100 000 habitantes (14 dias), continuou a crescer de forma preocupante na última semana na maior parte dos países da UE. Letónia (1640,58); Estónia (1353,45); Lituânia (1320,25); Roménia (1060,50); Eslovénia (905,16); Bulgária (688,08); Eslováquia (656,41); Croácia (654,21); Irlanda (548,48); Áustria (442,48).

Em Portugal, o número diário de óbitos tem vindo a cair, tendo-se registado nas últimas 24 horas mais 5 fatalidades. Foram ainda confirmados mais 888 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-Cov-2, o que perfaz um total – desde que a pandemia foi detetada no país em Março do último ano, de 1 088 133 infetados, 671 recuperados e 18 149 vítimas mortais. Há ainda a registar 31 455 casos ativos da doença, 312 internamentos hospitalares e 60 casos críticos, que estão a ser acompanhados em UCI pelas autoridades de saúde.

Embora de forma gradual e cautelosa, o processo de desconfinamento na região europeia decorre com normalidade, mas devido à predominância das novas variantes e ao aproximar do inverno, ainda há algum receio e imprevisibilidade na evolução de outras potenciais estirpes da COVID-19. É por isso necessário avançar com cuidado, ter paciência e saber esperar. É imprescindível que além da vacinação, as demais regras de prevenção como o uso de máscara, a higienização pessoal e a prática de distanciamento, entre outras recomendações das autoridades da saúde e que o bom senso aconselha, sejam seguidas, mesmo após a vacinação completa.

A COVID-19 a nível Global

Segundo dados do site worldometers, que aglutina a informação disponibilizada pela OMS e pelos principais Centros de Controle e Prevenção de Doenças em todo o mundo, desde 31 de Dezembro de 2019 até hoje, dia 29 de outubro de 2021, foram notificados em todo o mundo 246 441 852 casos de doença, incluindo 4 999 550 mortes e mais de 223 280 567 recuperados.

Embora a nível Global o número de casos e fatalidades tenham vindo a diminuir significativamente nas últimas quatro semanas, em valores absolutos o continente americano, continua a ser o mais fustigado pela pandemia, com o número de infetados a ultrapassar 94 451 533, seguido da Ásia, com um total de 79 128 998 infetados, da Europa com 63 990 353 reportados e de África também com um aumento para 8 563 477 pessoas. A Oceânia com 306 770 contaminados continua a ser o continente com menos casos registados, embora com um ligeiro crescimento nas duas últimas semanas.

 

covid 19, mapa mundo

 

Independentemente da evolução futura da pandemia e de ainda poder vir a ser necessário prolongar as medidas de prevenção, a experiência de outras pandemias que surgiram no passado recomenda precaução absoluta pois, tal como outrora, a possibilidade de eclosão de novas vagas, particularmente com a aproximação do inverno permanece em aberto. A nova COVID-19 permanece latente, transmuta-se e não dá tréguas!

Apesar da vaga de otimismo que se instalou um pouco por todo o mundo, proporcionando o início de desconfinamento na maioria dos países, decorridos quase dois anos após a primeira infeção detetada em humanos, ainda persiste alguma incerteza quanto ao evoluir da doença. Não podemos deixar ao acaso a nossa saúde, de nossos familiares e semelhantes. Todos os cuidados são poucos!

Caracterização do Novo Vírus COVID-19

Os coronavírus são uma família de vírus de RNA que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como doença mais grave, como a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e a atual síndrome respiratória aguda severa (SARS-CoV-2).

O novo coronavírus (COVID-19) foi identificado pela primeira vez em humanos, na cidade de Wuhan, China, no final de Dezembro de 2019 e alastrou para outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo dado origem à atual pandemia. Muito embora ainda não se conheça totalmente a sua origem, sabe-se que também possui capacidade de mutação em animais, como sucedeu no início entre as populações de martas nos Países Baixos, Dinamarca e Espanha, em julho de 2020.

Diferença entre epidemia e pandemia

A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia de doença infeciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.

Metodologia da atualização de dados

A atual situação epidémica é acompanhada em permanência pela OMS, FDA, ECDC, EMA, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença, bem como o número de mortes diretamente atribuíveis à COVID-19. Não obstante os números sejam alterados a cada instante, o quadro seguinte reflete os últimos dados conhecidos, sendo nossa intenção mostrar uma panorâmica a nível Global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, tão realista quanto possível.

Situação Mundial da Pandemia a 29 de outubro, segundo a OMS:

 

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

 

RECOMENDAÇÕES DA ECDC

Como se dissemina a COVID-19?

As pessoas podem ser infetadas pelo COVID-19 através de outras pessoas portadoras do vírus, inalando pequenas gotículas infetadas, ao tossirem e espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.

Quais são os sintomas da doença?

A COVID-19 afeta cada pessoa de forma diferente. A maioria das pessoas infetadas experimenta sintomas ligeiros a moderados da doença e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave.

Os sintomas principais incluem uma combinação de febre, tosse seca, dores de garganta, dificuldade para respirar, dor muscular e tensão, diarreia, cansaço anormal, perda de olfato ou paladar, dores de cabeça (nova variante Delta), Nariz entupido (nova variante Delta).

Surto de doença, O que precisa saber?

Se já esteve em áreas afetadas pela COVID-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infetada com a doença e se, no espaço de 14 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar, dores de cabeça e nariz entupido, sem motivo aparente:

– Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.

– Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contactos tidos.

– Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contactos.

Como pode proteger-se e aos outros da infeção

– Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.

– Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.

– Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.

– Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos.

– Pratique o distanciamento social, mantendo-se pelo menos a 2 metros de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.

 

Linha de Apoio em Portugal (SAÚDE 24): (+351) 808 24 24 24

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
10 de Abril de 2024

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