COVID-19: NA PÁSCOA PEDE-SE CONTENÇÃO

COVID-19: NA PÁSCOA PEDE-SE CONTENÇÃO

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

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Entre nós, a semana de Páscoa é tradicionalmente tempo de família e de viagens aos locais de origem, o que leva a Diretora-Geral da Saúde a mostrar preocupação, pedindo aos portugueses que façam mais um pequeno esforço para ajudar a conter a pandemia provocada pela COVID-19, uma vez que ainda não atingimos os valores europeus de referência considerados seguros a nível de infeções e mortalidade, para levantamento das medidas implementadas, apesar da incidência de casos a sete dias se manter com tendência decrescente.

O valor de referência estabelecido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), que Portugal segue como padrão, é de 20 mortes por um milhão de habitantes em 14 dias, objetivo que ainda está longe de se conseguir. Segundo a DGS, além do índice transmissibilidade se manter muito elevado nesta data, também a taxa de mortalidade de 28,6 óbitos a 14 dias por milhão de habitantes permanece preocupante.

Daí ser pedido a todos os portugueses que neste período especial de festividades, em que se juntam várias gerações, haja a preocupação de protegermos os mais vulneráveis, designadamente os mais velhos e os mais doentes, mantendo o uso de máscaras, algum distanciamento social e evitar aglomerados.

A nível Global, a pandemia de COVID-19 já contribuiu para a emergência de novas linhas de fratura geopolíticas, sociais e mediáticas de grandes proporções, com impacto indelével nos sistemas de estabilidade sociopolítica em todo o mundo.

Enquanto agente promotor de novas configurações sociais e políticas, transformou aquilo que inicialmente se assumia como uma crise de saúde pública, num dispositivo gerador de novas formas de controle social, desigualdades entre povos e regiões, de que a distribuição das vacinas é um cabal exemplo, e de novas configurações da economia global.

Se a situação já antes era complexa, a eclosão da guerra na Europa a 24 de fevereiro, veio contribuir para que a pandemia passasse para segundo plano nas preocupações de praticamente todo o mundo, ficando como que esquecida pelos meios de comunicação, mas na realidade a pandemia ainda não abrandou e continua a matar, o que aliado ao aparecimento tardio da gripe sazonal, tem vindo a agravar a situação nos serviços de urgência hospitalar, um pouco por toda a europa

Especialistas das mais variadas áreas, têm vindo a alertar os governos para possíveis más surpresas que poderão ocorrer, deixando claro que a pandemia ainda não terminou, apesar da maioria dos países mais desenvolvidos continuarem a levantar as restrições, respaldados no facto de cerca de três quartos da população da União Europeia já estar vacinada contra a COVID-19. Todavia, vão advertindo que os cortes na testagem obrigatória e autoisolamento, podem tornar os governos mais vulneráveis e serem apanhados de surpresa pela doença, mais uma vez.

A generalidade dos investigadores assume que a subvariante BA.2 da Ómicron em circulação, que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), já representa mais de 86% dos casos sequenciados no mundo, não tem qualquer semelhança com outros padrões comuns de vírus respiratórios conhecidos e está a tornar-se numa das doenças mais infeciosas que a humanidade já conheceu.

O epicentro da pandemia mantém-se na Europa, numa altura em que as taxas de infeção e mortalidade têm vindo a cair nas últimas semanas nas restantes Regiões do planeta, de forma acentuada e consistente. O último mapa da progressão das infeções, divulgado pelo ECDC, revela que a totalidade dos países do velho Continente se mantêm na zona vermelho-escura no mapa de taxas de incidência a 14 dias, significando a existência de pelo menos 500 casos positivos de COVID-19 por 100 mil habitantes. De fora deste quadro permanece a faixa mediterrânica do sul de Espanha, o único Estado-Membro da UE que tem vindo a reduzir as taxas de mortalidade e infeções por COVID-19 de forma consistente nas últimas duas semanas.

Entre nós, devido à instabilidade pandémica, a Direção-Geral da Saúde (DGS), anunciou o regresso à divulgação diária da situação epidemiológica e de vacinação, que semanas antes havia passado a semanal, adiantando que os relatórios de atualização diária ir-se-ão manter enquanto o coronavírus continuar a ser considerado  uma emergência de saúde pública de âmbito internacional.

Quando tudo fazia crer que com a chegada da primavera se aproximava o fim da pandemia de COVID-19 e a passagem da doença para uma endemia, eis que no velho Continente deflagra um conflito militar de grandes dimensões, que tudo indica poderá vir a defraudar as as expectativas dos europeus, que agora se vêm confrontados com um elevado número de refugiados de guerra a atravessar as fronteiras sem qualquer proteção sanitária, o que levou a que a pandemia tenha sido esquecida.

Coincidindo com um certo agravamento dos casos de infeção por COVID-19 que já se vinha a verificar devido à subvariante BA.2 da Ómicron (Deltacron), a deslocação massiva de pessoas que fogem da guerra, na sua grande maioria mulheres e crianças, em condições precárias e ainda sem o esquema vacinal completo, poderá vir a agravar ainda mais a situação por todo o espaço europeu e daí alastrar para outras regiões.

Na história conhecida da humanidade, sempre existiu um vínculo muito forte e complexo entre guerras e epidemias, sendo que estas tanto podem contribuir para modificar o desfecho de conflitos como antecedê-los ou tornar-se sua consequência. Uma guerra que parecia improvável na Europa no século 21, já está a tornar-se num marco de um novo mundo de transformação global, com as pessoas a interrogar-se sobre se a segurança individual e coletiva estará num leito de hospital ou na punição de uma fronteira.

Sabe-se que em cenários de guerra, as pessoas lutam instintivamente pela sua sobrevivência e dos seus, descurando tudo o resto. A impossibilidade de cumprimento das mais elementares regras sanitárias no decurso das deslocações massivas e desordenadas para locais mais seguros, aliados à destruição de infraestruturas de saúde, vacinação inexistente ou incompleta, ausência de rastreio de doenças e falta de profissionais de saúde, torna os deslocados de guerra mais vulneráveis e frágeis, ficando facilmente expostos a todo o tipo de doenças infeciosas.

Mais de dois anos após o alerta dos primeiros dois casos de COVID-19 a 2 de março de 2020 em Portugal e após uma longa maratona, na procura de uma vacina salvadora a nível mundial, eis-nos chegados mais uma vez a um ponto de paragem para reflexão, devido aos avanços da nova e silenciosa variante Deltacron (fusão da variante Delta e Ómicron), que tem vindo a revelar-se tão infeciosa como o sarampo, uma das doenças mais contagiosas que a humanidade já enfrentou, sendo já dominante na maioria dos países e que a guerra na Europa vem por certo agravar.

Desde então, o país enfrentou até agora cinco vagas pandémicas, vários estados de emergência e dois confinamentos, não se sabendo ainda se deveremos levantar as restrições impostas, em segurança, e criar as condições para acomodar a doença no sistema de proteção vacinal do Serviço Nacional de Saúde (SNS), além de preparar os serviços de apoio à saúde mental das pessoas mais afetadas pela pandemia, desde profissionais de saúde e segurança a pacientes.

Apesar das perspetivas de curto prazo se revelarem otimistas e de os números indicarem uma tendência consistente de descida nos casos de infeção e mortes a nível Global, várias medidas continuam a ser implementadas, designadamente: autorização de doses de reforço de vacinas para a população adulta na maioria dos países; autorização de medicamentos antivirais para o potencial tratamento caseiro de infeções precoces; continuidade dos trabalhos de investigação no sentido de melhorar a eficácia vacinal e eficiência dos fármacos antivirais, em paralelo com as medidas de saúde pública, dado o surgimento de novas variantes.

As mazelas da pandemia

Não obstante a maioria dos especialistas acreditar que já se iniciou um trajeto descendente de transição da pandemia para uma endemia, a breve trecho, os cientistas ainda pesquisam as causas da designada Covid longa, uma sintomatologia que persiste depois de o paciente ter recuperado da doença, sintomas esses que até recentemente pacientes com sinais persistentes de COVID-19 diziam ter a impressão de que os seus médicos não os levavam a sério, mas que após 2 anos de observações rapidamente os levou a mudar de opinião.

Envolta em dúvidas entre médicos e pacientes que foram infetados pelo SARS-CoV-2, a condição Covid longa, revela os mesmos sintomas debilitantes da infeção original, que não param após o vírus ter abandonado o organismo, desde dificuldades respiratórias, fadiga extrema e dores no peito, que podem persistir durante meses, constituindo um enorme desafio no dia-a-dia e para um completo regresso à normalidade.

Estudos sobre a Covid longa, levados a cabo em mais de 50 países, identificaram mais de duas centenas de sintomas espalhados pelos vários sistemas do organismo, com destaque para a fadiga, dores no peito e nas articulações, perda de olfato, tosse e febre persistentes e problemas de perda de memória e concentração. Essas pesquisas têm vindo também a evidenciar como certos fatores podem aumentar o risco de desenvolver sequelas de longo prazo, mas ainda não são suficientes para poder prever quais os pacientes que correm risco, nem porque alguns não a contraem.

Tendo em conta o ainda elevado número de contágios e fatalidades a nível global, é necessário manter uma permanente vigilância e manutenção dos cuidados preventivos, como distanciamento físico, higienização e ventilação dos espaços em ambientes fechados, até que possamos atingir a ainda distante meta estabelecida pelos peritos de 20 mortes a 14 dias por milhão de habitantes, a partir da qual se possa finalmente experimentar uma nova vida normal.

Vacinação COVID-19

Apesar das recomendações reiteradas da OMS desde o início da pandemia, acerca da necessidade de uma postura ética e de equidade na distribuição das vacinas por todos os países e regiões do mundo, na realidade não foi possível atingir os objetivos delineados por aquela organização, dado que os países de alto e médio rendimento absorveram a maior parte das doses que foram administradas em todo o mundo.

A eficácia vacinal e de testagem, resultou numa redução no número de contaminados e de mortes na generalidade dos países, tendo-se criado a falsa ideia de que tudo estava controlado. Na realidade, face aos resultados, criou-se um certo clima de consenso de que a doença vai permanecer entre nós, sendo por isso necessário retomar as atividades económicas e sociais normais, já que o processo de vacinação se revelou eficaz, a população interiorizou a necessidade de precaução e as entidades reguladoras da saúde, da maioria dos países, têm vindo a reportar uma certa estabilização no número de internamentos hospitalares, com o consequente alívio da pressão nas urgências, o que é positivo.

Segundo o ourworldindata.org da Universidade de Oxford, 64,8% da população mundial já recebeu pelo menos uma dose da vacina para a COVID-19, tendo já sido administradas 11,42 mil milhões de doses a nível Global e 12,44 milhões são administradas por dia atualmente. Todavia, apenas 14,8% das pessoas de países com baixos recursos receberam uma dose, o que é manifestamente injusto, quando comparamos por exemplo com os Emiratos Árabes Unidos, que já vacinaram 96,42% da sua população completamente e 98,99% receberam pelo menos uma primeira dose.

Proporcionar o acesso equitativo Global a uma vacina segura e eficaz, protegendo os profissionais de saúde em especial e todos os que estão em maior risco, é para a OMS a única maneira de mitigar o impacto económico e de saúde pública das pandemias, sendo que as vacinas são comprovadamente a arma mais eficaz para debelar a COVID-19 e caminhar progressivamente com maior segurança para o objetivo de imunizar toda a população. Todavia, parecendo cada vez mais evidente que vamos ter de conviver com a endemia no futuro, tal como acontece com a gripe e outras viroses, a questão que se coloca é se iremos continuar a viver como antes ou se teremos de nos readaptar a novas formas de vida.

A saúde mental

Não existem hoje dúvidas de que a reação à COVID-19 já impôs novas formas de vida, quer no plano individual quer em sociedade, na tentativa de controlar a infeção e que se irão manter no futuro. À pandemia sucedeu rapidamente uma crise económica e agora uma guerra com efeitos devastadores, com todas as suas consequências “invisíveis”, mas percetíveis na saúde mental das populações. A avaliação do impacto psicológico do confinamento e autoisolamento das populações, as consequências ligadas ao desemprego, às dificuldades económicas e à exclusão social que afetam a humanidade, de uma ou outra forma ainda estão longe de poder ser feitas, mas já parecem eternizar-se.

A saúde mental e o bem-estar devem ser entendidos como direitos humanos fundamentais e os países devem repensar novos modelos de acesso aos cuidados no setor. Entre as recomendações da OMS estão o reforço dos serviços de saúde mental, a melhoria do acesso aos cuidados por via digital, o incremento dos serviços de apoio psicológico nas escolas, universidades, locais de trabalho e em particular para os trabalhadores da primeira linha no combate à pandemia.

A saúde mental é uma componente-chave da saúde humana que requer ação imediata dos governos. Transtornos mentais e comportamentais, que já antes da pandemia eram considerados os grandes males do século 21, face à ocorrência da pandemia por SARS-CoV-2 o cenário agravou-se consideravelmente, em particular nas relações do trabalho, havendo necessidade de alertar e educar empregadores e empregados no que respeita aos riscos que doenças como depressão e ansiedade podem provocar, a fim de atenuar os seus efeitos.

Os cuidados com o bem-estar psíquico devem ser levados a sério, senão quando debelarmos esta pandemia teremos forçosamente de enfrentar outra – uma pandemia de saúde mental.

Novas variantes e a imunidade vacinal

Nos lugares cimeiros do ranking mundial de vacinação COVID-19, segundo o site ourworldindata.org, Portugal desde cedo ultrapassou o objetivo inicialmente traçado pela DGS para se atingir a imunidade de grupo, o que não veio trazer aos portugueses a “libertação total” da sociedade, como prematuramente foi anunciado, em boa parte devido às transmutações do vírus.

Não podemos esquecer que a variante Delta do SARS-CoV-2, que em Portugal e na maioria dos países da UE atingiu uma prevalência de 99%, nos fez retroceder no longo percurso para debelar a doença. A sua evolução para a nova variante Ómicron e posteriormente para as suas subvariantes BA.1 e principalmente a BA.2 (agora designada por Deltacron), vieram de novo baralhar os dados.

Embora inicialmente os peritos tenham indicado que esta última, apesar de ser mais contagiosa era menos letal, ao tornar-se agora prevalente em todo o mundo, mostrou ser tão perigosa quanto as anteriores, o que veio trazer uma nova preocupação para especialistas, governantes e para todos nós.

O receio de surgimento de novas mutações do vírus continua presente, mas a vacinação continua a ser, sem dúvida, a arma comprovadamente mais eficaz para vencer esta e outras batalhas que eventualmente seja necessário vir a travar. Numa luta contra o tempo, entre a vacinação e a progressão da doença, é necessário pedir a todos sem exceção, à população em geral, aos profissionais de saúde, cuidadores informais e forças de segurança, um derradeiro esforço suplementar a fim de tentar travar definitivamente estas novas variantes do SARS-CoV-2, e outras que possam vir a surgir.

Certificado Digital COVID-19 da UE

Os vírus não conhecem fronteiras! O certificado digital continua a ser uma ferramenta importante para travar a disseminação do vírus, em particular através de viagens. Com um crescente número de países a desconfinar e a renunciarem à obrigatoriedade de quarentena para os seus cidadãos que possuam um certificado digital de vacinação, torna-se indispensável proteger as fronteiras e impedir a sua propagação de forma eficaz.

O certificado Digital COVID-19 da UE, em vigor desde o dia 1 de julho de 2021, foi criado com o objetivo de iniciar o desconfinamento no espaço da UE e facilitar a livre circulação entre os Estados-Membros para tentar salvar a economia. Para uma abordagem comum das medidas a adotar sobre viagens, os países acordaram então, estabelecer critérios uniformes de mapeamento das zonas de risco, através do uso de quatro cores identificativas num quadro-matriz de fácil e intuitiva interpretação.

Zona vermelho-escura: risco muito alto (mais de 500 casos por 100 mil pessoas); zona vermelha (entre 50 e 500 pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); laranja (menos de 50 casos por 100 mil pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); zona verde (menos de 25 casos por 100 mil pessoas e teste positivo inferior a 4%).

O Certificado Digital COVID-19 da UE, continua disponível em formato digital e em papel, tem de ser renovado a cada seis meses e serve para comprovar que o seu portador foi vacinado contra a COVID-19, recebeu um resultado negativo do teste ou recuperou de uma infeção COVID-19. Foi agora proposta pela Comissão Europeia (CE) a sua extensão até 30 de junho de 2023.

Perspetivas

Uma saída sustentável da pandemia na UE depende dos progressos realizados a nível mundial, pois nenhum país ou região do mundo estarão seguros em relação à COVID-19 se a sua propagação não for contida a nível Global. Nesse sentido, a UE e o conjunto dos Estados-Membros lideram desde a primeira hora o investimento no Mecanismo Mundial COVAX, que já entregou mais de 1,8 mil milhões de vacinas em 92 países de baixo e médio rendimento, tendo definida uma abordagem coordenada para partilha de vacinas através de um mecanismo autónomo, com o fim de ajudar os países parceiros e de economias mais débeis, a superar a atual pandemia.

Esse mecanismo é coliderado pela Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI), The Vaccine Alliance (GAVI) e OMS, conjuntamente com a UNICEF, parceiro de distribuição, tendo por objetivo acelerar o desenvolvimento e fabrico de vacinas para a COVID-19 e garantir o acesso justo e equitativo para todos os países do mundo o que, no entanto, ainda está longe de se conseguir.

Segundo os últimos dados do ourworldindata.org, foram recebidas até agora no país 27,6 milhões de doses e administradas 23,7 milhões. Destas, pelo menos 9,6 milhões de pessoas receberam uma primeira dose, 9,4 milhões receberam a vacinação completa e cerca de 6,3 milhões receberam uma terceira dose de reforço, o que corresponde respetivamente a 94,1%; 92,6% e 61,6% da população, números que colocam Portugal num confortável lugar do ranking mundial da vacinação contra a COVID-19. Ainda segundo a mesma fonte, foram efetuados no País mais de 40 milhões de testes (PCR+ Antigénio).

Não obstante o País ter um dos mais favoráveis indicadores de vacinação a nível mundial e ter sido parabenizado por isso, as taxas de contágio da pandemia têm vindo a crescer de forma sustentada desde a segunda semana de março, independentemente do índice de transmissibilidade (Rt) se ter mantido abaixo de um (0,95-0,97) na generalidade do território nacional.

A incidência de infeção nos últimos 14 dias, segundo o ECDC, mantém-se elevada, situando-se em mais de 960 casos de infeção por 100 mil habitantes, um crescimento acentuado em relação a período similar anterior.

Situação atual na Europa

Segundo o ECDC, a situação epidemiológica geral no espaço da EU / EEE na última quinzena, permanece bastante variada, com alguns países a relatarem tendências de agravamento nos índices de transmissibilidade particularmente elevados e em níveis recordes, nas populações com mais de 65 anos, tendência que já se observava anteriormente. Porém, só quatro países relataram aumentos nas taxas de internamento em UCI.

A taxa global de notificação de casos de COVID-19 para a UE / EEE foi de 1 778 por 100 mil habitantes, verificando-se assim uma ligeira redução relativamente a período análogo anterior, enquanto a taxa de mortalidade tem vindo igualmente a diminuir gradualmente. Por outro lado, dos 28 países com dados disponíveis sobre internamentos hospitalares ou em UCI, seis relataram uma tendência de aumento em pelo menos um desses indicadores, quando comparados com período anterior equivalente.

As previsões de novos casos, internamentos e mortes do European COVID-19 Forecast Hub para as próximas duas semanas, indicam que em comparação com o período anterior, estão previstas tendências decrescentes de casos, tendências estáveis nos internamentos hospitalares e tendências crescentes nas mortes em geral no espaço UE / EEE em geral, até à última semana de abril.

É de notar que as previsões de casos são cada vez mais fiáveis devido a ajustamentos nos critérios de teste e procedimentos de notificação.

Em Portugal, o número diário de óbitos continua em ligeiro abrandamento, tendo-se registado 12 fatalidades nas últimas 24 horas. Foram ainda confirmados mais 11 373 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-Cov-2, o que perfaz um total – desde que a pandemia foi detetada no país em Março do último ano, de 3 709 026 infetados e 21970 vítimas mortais. Há ainda a registar 4 988 890 casos ativos da doença, 1 110 internamentos hospitalares e 60 casos críticos, que estão a ser acompanhados em UCI pelas autoridades de saúde.

Embora esteja previsto para breve o fim das restrições e se preveja a abertura plena à sociedade, duras experiências do passado, aconselham prudência, que se avance com cuidado e se saiba esperar. Para além da vacinação completa, as demais regras de prevenção como o uso de máscara, a higienização pessoal e a prática de distanciamento, entre outras recomendações das autoridades da saúde e que o bom senso aconselha, devem continuar a ser seguidas preventivamente.

A COVID-19 a nível Global

Segundo dados do site worldometers, que aglutina a informação disponibilizada pela OMS e pelos principais Centros de Controle e Prevenção de Doenças em todo o mundo, desde 31 de Dezembro de 2019 até hoje, dia 14 de abril de 2022, foram notificados em todo o mundo 502 167 263 casos de doença, incluindo 6 214 160 mortes e mais de 452 434 923 recuperados. De referir que alguns países deixaram de notificar o número de recuperados.

A nível Global, o número de casos de infeção e o número de mortes por covid-19 tem vindo a baixar de forma significativa e consistentemente, com exceção da Região das Américas onde apesar dos casos de morte continuarem a cair, as taxas de infeção continuaram em crescimento na última quinzena, e também da China (Xangai), onde se verifica um surto que levou ao confinamento total da população daquela cidade.

Em números absolutos o continente europeu continua a liderar, pelas piores razões, com o número de infetados a ultrapassar 185 463 748 casos reportados, seguido das Américas com 153 708 422, da Ásia com um total de 144 829 378 infetados e de África também com um aumento para 11 816 300 pessoas. A Oceânia com 6 348 694 contaminados continua a ser o continente com menos casos registados, embora se tenha verificado um incremento no número de infeções particularmente na Austrália e Nova Zelândia, mas não de mortes, que continuam a baixar.

covid 19, mapa mundo

Independentemente da evolução da pandemia, apesar de tudo ainda com um elevado nível de incerta, e de ainda poder vir a ser necessário ponderar novas ações, a experiência de outras pandemias que surgiram no passado recomenda precaução absoluta pois, tal como outrora, a possibilidade de eclosão de novas vagas, particularmente nestes tempos atípicos e instáveis permanece em aberto. A nova COVID-19 mantém-se latente, transmuta-se e já mostrou que não dá tréguas, ainda que venha a transmutar-se na próxima endemia!

Caracterização do Vírus COVID-19

Os coronavírus são uma família de vírus de RNA que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como uma doença mais grave, como a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e a atual síndrome respiratória aguda severa (SARS-CoV-2).

O novo coronavírus (COVID-19) foi identificado pela primeira vez em humanos, na cidade de Wuhan, China, no final de Dezembro de 2019 e alastrou rapidamente para outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo dado origem à atual pandemia. Muito embora ainda se desconheça sua origem, sabe-se que também possui capacidade de mutação em animais.

Epidemia vs pandemia

A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia de doença infeciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.

Metodologia de atualização de dados

A atual situação epidémica é acompanhada em permanência pela OMS, FDA, ECDC, EMA, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais e Nacionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença, bem como o número de mortes diretamente atribuíveis à COVID-19. Não obstante os números serem alterados a cada instante, o quadro seguinte reflete os últimos dados conhecidos, e tem por objetivo mostrar uma panorâmica a nível Global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, tão realista quanto possível.

Situação Mundial da Pandemia a 14 de ABRIL de 2022, segundo a OMS:

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

 

RECOMENDAÇÕES GERAIS DA ECDC

Como se dissemina a COVID-19?

As pessoas podem ser infetadas pelo SARS-CoV-2 através de outras pessoas portadoras do vírus, inalando pequenas gotículas infetadas, ao tossirem e espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.

Quais são os principais sintomas da doença?

A COVID-19 afeta cada pessoa de forma diferente. A maioria das pessoas infetadas experimenta sintomas ligeiros a moderados da doença e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave. Os sintomas principais incluem uma combinação de febre, tosse seca, dores de garganta, dificuldade para respirar, dor muscular e tensão, diarreia, cansaço anormal, perda de olfato ou paladar, dores de cabeça, nariz entupido.

A mais recente subvariante da Ómicron em circulação, a BA.2 (Deltacron), que se tornou dominante na maioria dos países, provoca sintomas ligeiramente diferentes das linhagens anteriores, mais leves e silenciosos, que podem ser confundidos com uma vulgar constipação. Contudo trata-se de COVID-19 e não deixa de ser preocupante pois além de ser mais contagiosa, causa igualmente doença grave.

Surto de doença, O que precisa saber?

Se já esteve em áreas afetadas pela COVID-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infetada com a doença e se, no espaço de 14 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar, dores de cabeça e nariz entupido, sem motivo aparente:

- Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.

- Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contactos tidos.

- Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contactos.

Como pode proteger-se e aos outros da infeção

– Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.

– Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.

– Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.

– Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos.

– Pratique o distanciamento social, mantendo-se pelo menos a 2 metros de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.

– Mantenha os espaços arejados.

 

Linha de Apoio em Portugal (SAÚDE 24): (+351) 808 24 24 24

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
10 de Abril de 2024

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