COVID-19: ENTRÁMOS NO TERCEIRO ANO DE PANDEMIA

COVID-19: ENTRÁMOS NO TERCEIRO ANO DE PANDEMIA

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

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Decorridos mais de dois anos após o alerta dos primeiros dois casos de COVID-19 a 2 de março de 2020 em Portugal e, após uma corrida sem paragens ou hesitações na procura de uma vacina salvadora a nível mundial, eis que parece termos chegado ao início do momento de viragem.

Desde então, o país enfrentou cinco vagas pandémicas, vários estados de emergência e dois confinamentos, devendo agora começar a preparar-se para levantar gradualmente as restrições e criar as condições para acomodar a doença no sistema de proteção vacinal do Serviço Nacional de Saúde (SNS), além de preparar os serviços de apoio à saúde mental das pessoas mais afetadas pela pandemia, desde profissionais de saúde a pacientes.

Segundo o último relatório de acompanhamento do Instituto Superior Técnico (IST), considerando os níveis de vacinação e de infeções, a partir de agora toda a população portuguesa terá alguma imunidade ao vírus SARS-CoV-2 que causa a COVID-19, prevendo-se que a pandemia evolua para uma doença residente, ou endémica, como a gripe.

Entretanto, de acordo com um resumo científico divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência Global de ansiedade e depressão terá aumentado 25% no primeiro ano de pandemia, destacando quem foi mais afetado e resumindo os seus efeitos na disponibilidade de serviços de saúde mental. São também reveladas preocupações que já levaram 90% dos países envolvidos na pesquisa ​​a incluir a saúde mental e apoio psicossocial em seus planos de resposta à COVID-19, embora ainda com grandes lacunas.

Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, “as informações que agora temos sobre o impacto da COVID-19 na saúde mental no mundo são apenas a ponta do iceberg”, sendo que “este é um alerta para que todos os países prestem mais atenção à saúde mental e façam um trabalho melhor no apoio à saúde mental de suas populações”.

No entanto, esse compromisso com a saúde mental precisa de ser acompanhado por um aumento global do investimento, o que, dada a sistemática escassez de recursos, agravada pela má gestão, conflitos regionais, subinvestimento histórico neste setor e outros fatores, se torna difícil de concretizar.

Apesar das perspetivas otimistas anunciadas e de, a nível Global, os números indicarem uma tendência consistente de descida nos casos de infeção e mortes, várias medidas continuam a ser implementadas, designadamente: autorização de doses de reforço de vacinas para a população adulta na maioria dos países; autorização de medicamentos antivirais para o potencial tratamento caseiro de infeções precoces; continuidade dos trabalhos de investigação no sentido de melhorar a eficácia vacinal e eficiência dos fármacos antivirais, em paralelo com as medidas de saúde pública, dada a emergência da subvariante BA.2 da Ómicron, já prevalente na maioria dos países e altamente contagiosa, mas não mais perigosa.

Agora que a maioria dos especialistas começam a acreditar que a pandemia já atingiu o seu pico e caminhamos para a transição para uma endemia, a breve trecho, os cientistas ainda pesquisam as causas da designada Covid longa, ou seja, sintomas que persistem depois de o paciente ter recuperado da doença, sintomas esses que até recentemente pacientes com sinais persistentes de COVID-19 diziam ter a impressão de que os seus médicos não os levavam a sério, mas que após 2 anos de pandemia rapidamente estão a mudar.

Envolta em dúvidas entre médicos e pacientes que foram infetados pelo SARS-CoV-2, a condição Covid longa, revela os mesmos sintomas debilitantes da infeção original, que não param após o vírus ter abandonado o organismo, desde dificuldades respiratórias, fadiga extrema e dores no peito, que podem persistir durante meses, constituindo um enorme desafio no dia-a-dia e para o regresso à normalidade.

Relatórios da OMS, sugerem que entre 10% e 20% dos pacientes que foram infetados por COVID-19, manifestam sintomas de Covid longa no período de 3 meses após a recuperação da doença, o que significa que dos mais de 443 milhões de casos reportados em todo o mundo pela Universidade Johns Hopkins até hoje, entre 44 e 88 milhões já sofreram ou estão em sofrimento com esta nova patologia, havendo até quem aponte para valores mais elevados.

Embora se comece a ter uma ideia mais clara das sua causas, as pesquisas continuam em desenvolvimento para tentar descobrir porque a doença não se manifesta da mesma forma em todas as pessoas e uns a desenvolvem e outros não, o que provavelmente irá demorar alguns anos até que se conheçam os seus efeitos a longo prazo.

Estudos sobre a Covid longa, levados a cabo em mais de 50 países, identificaram mais de duas centenas de sintomas espalhados pelos vários sistemas do organismo, com destaque para a fadiga, dores no peito e nas articulações, perda de olfato, tosse e febre persistentes e problemas de perda de memória e concentração. Essas investigações têm vindo também a evidenciar como certos fatores podem aumentar o risco de desenvolver sequelas de longo prazo, mas ainda não são suficientes para prever quais os pacientes que correm risco, nem porque alguns não a contraem.

A generalidade dos cientistas, indica que a maioria das vacinas COVID-19 de primeira geração tem como alvo a proteína S (spike), que se prende à superfície externa do vírus SARS-CoV-2, e que é usada para infetar as células humanas. Porém, considerando a mais recente e rápida evolução do vírus, estes vêm destacar a necessidade de novas vacinas de segunda geração que tenham como alvo, constituintes do vírus menos suscetíveis de sofrer mutações.

Vários grupos de pesquisa e empresas farmacêuticas já estão a trabalhar em vacinas de proteção mais ampla, que visem as partes essenciais de que o vírus depende para a sua sobrevivência e capacidade de mutação. Especialistas alertam, no entanto, que provavelmente levará mais de um ano e generosos financiamentos até que se consiga obter algum sucesso.

Em Portugal, após um surpreendente e preocupante período de aumento de casos e fatalidades, desde o início de janeiro de 2022, os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), mais recentes, mostram que já terá sido ultrapassado o pico da quinta vaga da pandemia, pelo que o governo, entre outras medidas, decidiu aliviar as restrições, retirando a exigência de certificado digital salvo no controle de fronteiras, do isolamento dos contactos de risco e a recomendação do teletrabalho.

No entanto, tendo em conta o ainda elevado número de fatalidades, é necessário manter uma permanente vigilância e manutenção dos cuidados preventivos, como distanciamento físico, higienização e ventilação dos espaços em ambientes fechados, como recomendado pela DGS, até que possamos atingir a ainda distante meta estabelecida pelos peritos de 20 mortes a 14 dias por milhão de habitantes, a partir da qual se possa finalmente iniciar uma vida normal.

O papel da OMS

Apesar das recomendações reiteradas da OMS desde o início da pandemia, acerca da necessidade de uma postura ética e de equidade na distribuição das vacinas por todos os países e regiões do mundo, na realidade não foi possível atingir os objetivos delineados por aquela organização, dado que os países de alto e médio rendimento absorveram a maior parte das doses que foram administradas em todo o mundo.

A eficácia vacinal e de testagem, resultou numa redução no número de contaminados e de mortes na generalidade dos países, tendo-se criado a falsa ideia de que tudo estava controlado. Na realidade, face aos resultados, criou-se um certo clima de consenso de que a doença vai permanecer entre nós, sendo por isso necessário retomar as atividades económicas e sociais normais, já que o processo de vacinação se revelou eficaz, a população interiorizou a necessidade de precaução e as entidades reguladoras da saúde, da maioria dos países, têm vindo a reportar uma certa estabilização no número de internamentos hospitalares, com o consequente alívio da pressão nas urgências, o que é positivo.

Segundo o ourworldindata.org da Universidade de Oxford, 63,1% da população mundial já recebeu pelo menos uma dose da vacina para a COVID-19, tendo já sido administradas 10,81 mil milhões de doses a nível Global e 23,47 milhões são administradas por dia atualmente. Todavia, apenas 13% das pessoas de países com baixos recursos receberam uma dose, o que é manifestamente injusto, quando comparamos por exemplo com os Emiratos Árabes Unidos, que já vacinaram 95,13% da sua população completamente e 98,99% receberam pelo menos uma primeira dose.

Proporcionar o acesso equitativo Global a uma vacina segura e eficaz, protegendo os profissionais de saúde em especial e todos os que estão em maior risco, é para a OMS a única maneira de mitigar o impacto económico e de saúde pública das pandemias, sendo que as vacinas são comprovadamente a arma mais eficaz para debelar a COVID-19 e caminhar progressivamente com maior segurança para o objetivo de imunizar toda a população. Parece, contudo, cada vez mais evidente, que vamos ter de conviver com a endemia no futuro, tal como acontece com a gripe e outras viroses. A questão que se coloca é se iremos continuar a viver como antes ou se teremos de nos readaptar a novas formas de vida.

Os efeitos na saúde mental

Não existem hoje dúvidas de que a reação à COVID-19 já impôs novas formas de vida, quer no plano individual quer em sociedade, na tentativa de controlar a infeção e que se irão manter no futuro. À pandemia sucedeu rapidamente uma crise económica e ambas têm tido consequências “invisíveis” na saúde mental das populações. A avaliação do impacto psicológico do confinamento e autoisolamento das populações, as consequências ligadas ao desemprego, às dificuldades económicas e à exclusão social que afetam a humanidade, de uma ou outra forma, ainda estão longe de poder ser feitas.

A saúde mental e o bem-estar devem ser entendidos como direitos humanos fundamentais e os países devem repensar novos modelos de acesso aos cuidados no setor. Entre as recomendações da OMS estão o reforço dos serviços de saúde mental, a melhoria do acesso aos cuidados por via digital, o incremento dos serviços de apoio psicológico nas escolas, universidades, locais de trabalho e em particular para os trabalhadores da primeira linha no combate à pandemia.

A saúde mental é uma componente-chave da saúde humana que requer ação imediata dos governos. Transtornos mentais e comportamentais, que já antes da pandemia eram considerados os grandes males do século 21, face à ocorrência da pandemia por SARS-CoV-2 o cenário agravou-se consideravelmente, em particular nas relações do trabalho, havendo necessidade de alertar e educar empregadores e empregados a respeito dos riscos que doenças como depressão e ansiedade podem provocar, a fim de atenuar os seus efeitos.

Os cuidados com o bem-estar psíquico devem ser levados a sério, senão quando debelarmos esta pandemia teremos forçosamente de enfrentar outra – uma pandemia de saúde mental.

Novas variantes e a imunidade vacinal

Atualmente no segundo lugar do ranking mundial de vacinação, segundo o site ourworldindata.org, há já alguns meses que Portugal ultrapassou o objetivo inicialmente indicado pela DGS para se atingir a imunidade de grupo, o que não veio trazer aos portugueses a “libertação total” da sociedade, como prematuramente foi anunciado.

Não podemos esquecer que a variante Delta do SARS-CoV-2, que em Portugal e na maioria dos países da UE atingiu uma prevalência de 99%, nos fez retroceder no longo percurso para debelar a doença. A sua evolução para a nova variante Ómicron e suas subvariantes BA.1 e principalmente a BA.2, vieram de novo baralhar os dados, muito embora os peritos indiquem que esta última, apesar de ser mais contagiosa é menos letal, o que, contudo, não deixa de ser uma nova preocupação para especialistas e governantes.

Embora contido, o receio de aparecimento de novas mutações do vírus ainda está presente, mas a vacinação continua a ser, sem dúvida, a arma comprovadamente mais eficaz para vencer esta batalha. Numa luta contra o tempo, entre a vacinação e a progressão da doença, é necessário pedir a todos sem exceção, à população em geral, aos profissionais de saúde, cuidadores informais e forças de segurança, um derradeiro esforço suplementar a fim de tentar travar definitivamente estas novas variantes do SARS-CoV-2, e outras que eventualmente possam surgir.

Certificado Digital COVID-19 da UE

Os vírus não conhecem fronteiras! O certificado digital continua a ser uma ferramenta importante para travar a disseminação do vírus, em particular através de viagens. Com um crescente número de países a desconfinar e a renunciarem à obrigatoriedade de quarentena para os seus cidadãos que possuam um certificado digital de vacinação, torna-se indispensável proteger as fronteiras e impedir a sua propagação de forma eficaz.

Na Europa, o certificado Digital COVID-19 da UE, em vigor desde o dia 1 de julho de 2021, foi criado com o objetivo de iniciar o desconfinamento no espaço da UE e facilitar a livre circulação entre os Estados-Membros para tentar salvar a economia. Para uma abordagem comum das medidas a adotar sobre viagens, os países acordaram então, estabelecer critérios uniformes de mapeamento das zonas de risco, através do uso de quatro cores identificativas num quadro-matriz de fácil e intuitiva interpretação.

Zona vermelho-escura: risco muito alto (mais de 500 casos por 100 mil pessoas); zona vermelha (entre 50 e 500 pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); laranja (menos de 50 casos por 100 mil pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); zona verde (menos de 25 casos por 100 mil pessoas e teste positivo inferior a 4%).

O Certificado Digital COVID-19 da UE, continua disponível em formato digital e em papel, tem de ser renovado a cada seis meses e serve para comprovar que o seu portador foi vacinado contra a COVID-19, recebeu um resultado negativo do teste ou recuperou de uma infeção COVID-19. Foi agora proposta pela Comissão Europeia (CE) a sua extensão até 30 de junho de 2023.

Perspetivas

Uma saída sustentável da pandemia na UE depende dos progressos realizados a nível mundial, pois nenhum país ou região do mundo estarão seguros em relação à COVID-19 se a sua propagação não for contida a nível Global. Nesse sentido, a UE e o conjunto dos Estados-Membros lideram desde a primeira hora o investimento no Mecanismo Mundial COVAX, que já entregou mais de 1,2 mil milhões de vacinas a países mais desfavorecidos, tendo definida uma abordagem coordenada para partilha de vacinas através de um mecanismo autónomo, com o fim de ajudar os países parceiros e de economias mais débeis, a superar a atual pandemia.

Esse mecanismo é coliderado pela Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI), The Vaccine Alliance (GAVI) e OMS, conjuntamente com a UNICEF, parceiro de distribuição, tendo por objetivo acelerar o desenvolvimento e fabrico de vacinas para a COVID-19 e garantir o acesso justo e equitativo para todos os países do mundo o que, no entanto, ainda está longe de se conseguir.

Entre nós, segundo relatório da DGS, foram recebidas até agora no país 26,7 milhões de doses e administradas 21,7 milhões. Destas, pelo menos 9,6 milhões de pessoas receberam uma primeira dose, 9,7 milhões receberam a vacinação completa e cerca de 5,2 milhões receberam uma terceira dose de reforço, o que corresponde respetivamente a 85,1%; 93,8% e 59,9% da população, números que colocam Portugal atualmente no segundo lugar do ranking mundial da vacinação contra a COVID-19.

Ainda segundo a DGS já foram efetuados no País mais de 40 milhões de testes (PCR+ Antigénio). Apesar dos indicadores favoráveis de vacinação, as taxas de contágio da pandemia no nosso País dispararam para valores nunca antes atingidos, em janeiro de 2022, tendo começado a cair desde a segunda semana de fevereiro, prevendo-se que assim continue, com o índice de transmissibilidade (Rt) a manter-se em 0,76 na globalidade do território nacional e com a incidência de infeção nos últimos 14 dias a manter-se ainda muito elevada, situando-se em 1638,1 casos de infeção por 100 mil habitantes, mas continuando em queda significativa.

Situação atual na Europa

Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), a situação epidemiológica geral no espaço da EU / EEE na última quinzena, é caraterizada por uma taxa geral de notificação de casos de infeção elevada, mas acentuadamente decrescente em todos os países, em comparação com a quinzena anterior, o mesmo sucedendo com a mortalidade igualmente elevada, mas a decrescer de forma acentuada.

É importante notar que as mudanças em curso nas estratégias de testagem em alguns países, incluindo testes populacionais muito reduzidos e com foco em casos graves, afetam a confiabilidade e a comparabilidade das taxas de casos relatados em todas as idades como um indicador, adianta a ECDC. O Centro Europeu de Previsões COVID-19 e de Internamentos Hospitalares e UCI indica que a tendência dominante é ainda de aumento de casos, embora com estabilização no número de internamentos hospitalares e de normalização nas admissões em UCI.

Em Portugal, o número diário de óbitos ainda se mantém elevado, mas em curva descendente, tendo-se registado nas últimas 24 horas mais 30 fatalidades. Foram ainda confirmados mais 12 234 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-Cov-2, o que perfaz um total – desde que a pandemia foi detetada no país em Março do último ano, de 3 294 691 infetados, 2 799 531 recuperados e 21 141 vítimas mortais. Há ainda a registar 474 019 casos ativos da doença, 1 300 internamentos hospitalares e 90 casos críticos, que estão a ser acompanhados em UCI pelas autoridades de saúde.

Prevendo-se para breve o início de desconfinamento e abertura à atividade económica, é necessário avançar com cuidado, ter paciência e saber esperar. Para além da vacinação completa, as demais regras de prevenção como o uso de máscara, a higienização pessoal e a prática de distanciamento, entre outras recomendações das autoridades da saúde e que o bom senso aconselha, devem continuar a ser seguidas.

A COVID-19 a nível Global

Segundo dados do site worldometers, que aglutina a informação disponibilizada pela OMS e pelos principais Centros de Controle e Prevenção de Doenças em todo o mundo, desde 31 de Dezembro de 2019 até hoje, dia 4 de março de 2022, foram notificados em todo o mundo 442 549 857 casos de doença, incluindo 6 003 262 mortes e mais de 375 497 175 recuperados.

A nível Global o número de casos por infeção e o número de mortes tem vindo a baixar acentuadamente, com exceção da Europa onde o número de mortes cresceu ligeiramente na última quinzena. Em números absolutos o continente europeu continua a liderar, pelas piores razões, com o número de infetados a ultrapassar 158 485 650 reportados, seguido das Américas com 149 681 952, da Ásia com um total de 118 895 278 infetados e de África também com um aumento para 11 555 592 pessoas. A Oceânia com 3 756 450 contaminados continua a ser o continente com menos casos registados, embora se tenha verificado um incremento no número de infeções, mas não de mortes em particular na Nova Zelândia.

 

covid 19, mapa mundo

 

Independentemente da evolução, apesar de tudo ainda incerta da pandemia e de ainda poder vir a ser necessário prolongar as medidas de prevenção, a experiência de outras pandemias que surgiram no passado recomenda precaução absoluta pois, tal como outrora, a possibilidade de eclosão de novas vagas, particularmente nestes tempos atípicos permanece em aberto. A nova COVID-19 mantém-se latente, transmuta-se e já mostrou que não dá tréguas!

Caracterização do Vírus COVID-19

Os coronavírus são uma família de vírus de RNA que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como uma doença mais grave, como a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e a atual síndrome respiratória aguda severa (SARS-CoV-2).

O novo coronavírus (COVID-19) foi identificado pela primeira vez em humanos, na cidade de Wuhan, China, no final de Dezembro de 2019 e alastrou rapidamente para outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo dado origem à atual pandemia. Muito embora ainda se desconheça sua origem, sabe-se que também possui capacidade de mutação em animais.

Epidemia vs pandemia

A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia de doença infeciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.

Metodologia de atualização de dados

A atual situação epidémica é acompanhada em permanência pela OMS, FDA, ECDC, EMA, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais e Nacionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença, bem como o número de mortes diretamente atribuíveis à COVID-19. Não obstante os números sejam alterados a cada instante, o quadro seguinte reflete os últimos dados conhecidos, tendo por objetivo mostrar uma panorâmica a nível Global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, tão realista quanto possível.

Situação Mundial da Pandemia a 04 de março de 2022, segundo a OMS:

 

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

 

RECOMENDAÇÕES DA ECDC

Como se dissemina a COVID-19?

As pessoas podem ser infetadas pelo SARS-CoV-2 através de outras pessoas portadoras do vírus, inalando pequenas gotículas infetadas, ao tossirem e espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.

Quais são os principais sintomas da doença?

A COVID-19 afeta cada pessoa de forma diferente. A maioria das pessoas infetadas experimenta sintomas ligeiros a moderados da doença e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave.

Os sintomas principais incluem uma combinação de febre, tosse seca, dores de garganta, dificuldade para respirar, dor muscular e tensão, diarreia, cansaço anormal, perda de olfato ou paladar, dores de cabeça, nariz entupido.

A mais recente variante Ómicron e suas subvariantes BA.1 e BA.2 em circulação, provocam sintomas ligeiramente diferentes das anteriores, mais leves, que podem ser confundidos com uma vulgar constipação. Contudo trata-se de COVID-19 e não deixa de ser preocupante pois além de ser mais contagiosa, pode igualmente causar doença grave.

Surto de doença, O que precisa saber?

Se já esteve em áreas afetadas pela COVID-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infetada com a doença e se, no espaço de 14 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar, dores de cabeça e nariz entupido, sem motivo aparente:

– Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.

– Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contactos tidos.

– Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contactos.

Como pode proteger-se e aos outros da infeção

– Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.

– Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.

– Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.

– Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos.

– Pratique o distanciamento social, mantendo-se pelo menos a 2 metros de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.

– Mantenha os espaços arejados.

 

Linha de Apoio em Portugal (SAÚDE 24): (+351) 808 24 24 24

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
10 de Abril de 2024

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