COVID-19, DESCONFINAR A DIFERENTES RITMOS?

COVID-19, DESCONFINAR A DIFERENTES RITMOS?

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

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Segundo dados revelados pela Direção-Geral da Saúde é na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), que continuam a registar-se mais de dois terços dos novos casos de Sars-Cov-2 no País, em muito devido ao facto das autoridades da saúde terem concentrado a realização de testes na região nos últimos tempos. Ainda recentemente, o Presidente da República tinha vindo a público dizer que “não há sinais de que as primeiras fases de desconfinamento tenham agravado o surto epidémico”.

Na realidade, na terceira fase do desconfinamento, que se esperava fosse a última, verificou-se um certo retrocesso no controle da pandemia, não só devido à situação epidemiológica na região de LVT mas também devido a alguns surtos que se desenvolveram na região do Algarve e algumas freguesias do País com particular destaque em lares de idosos.

Esperava-se que pelo facto de a primeira e segunda fase para controle da doença terem “corrido bem” no nosso país, a curva de infetados “aplanasse” a um nível mais seguro, por forma a retomar a atividade económica e social e consequentemente, que as projeções relativamente à pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), se mostrassem mais animadoras, tendo em conta os números e o ritmo de novos casos que se vinham registando.

De facto, as várias chamadas de atenção de alguns dos responsáveis dos mais variados sectores da saúde, proteção civil e governantes, não bastaram para evitar que uma boa parte dos portugueses, confinados em suas residências durante 4 longos meses, ao espreitarem os primeiros sinais de bom tempo zarpassem para as praias e outros locais de lazer, esquecendo momentaneamente o dever cívico “de se protegerem e de protegerem os outros”, tantas vezes repetido pelas autoridades sanitárias.

Como consequência do desrespeito por alguns, a pandemia da doença covid-19 não abrandou ao ritmo esperado, principalmente no distrito de Lisboa, o que levou o Governo a aprovar novas medidas extraordinárias específicas mais restritivas e adaptadas a cada região atingida, com vista a prevenir mais eficazmente a transmissão da doença.

Consoante o evoluir da situação pandémica nestas regiões, sujeitas a uma avaliação contínua do quadro epidemiológico, sanitário, social e económico, assim se procederá de forma faseada ao levantamento das suspensões e interdições decretadas durante o estado de emergência e de calamidade, por forma a assegurar o regresso gradual e seguro ao funcionamento da atividade económica e social.

Segundo os dados divulgados pela Direção-Geral de Saúde, através do último boletim epidemiológico, a Covid-19 provocou até hoje 1620 mortes em Portugal e infetou 44129 pessoas, tendo sido recuperadas desde o início 29166, o que mostra uma gradual melhoria relativamente às semanas anteriores, mas ainda com um número significativo de pessoas internadas (513) e 74 destas nos cuidados intensivos, números um pouco mais elevados que os de há uma semana atrás.

Constata-se assim, que apesar de ter vindo a diminuir significativamente o número de mortes, o número de contágios não abranda de forma a tranquilizar a população, facto que se fica a dever, para além de outros fatores, ao início do desconfinamento e a um certo clima de falso otimismo que se instalou na sociedade, de forma natural, após meses de estarem fechados em casa.

Esta nova e inesperada situação mostra-nos à evidência que devemos andar com cuidado! Ainda existe alguma incerteza quanto ao evoluir da doença, designadamente quanto à possibilidade de eclosão de uma segunda vaga no outono, daí que ninguém arrisque previsões seguras sobre datas para início das atividades normais da sociedade, que se adivinha jamais voltarão a ser como antes, pelo menos até que se descubra a vacina milagrosa que nos liberte do medo e desconfiança.

De resto, o próprio diretor-geral da OMS veio recentemente alertar para que o pior ainda poderá estar para vir! É relevante lembrar que o estado de pandemia do novo coronavírus (COVID-19), foi declarado pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, no dia 11 de março de 2020. Segundo números oficiais daquele Organismo, até essa data a infeção já tinha atingido mais de 126 mil pessoas e causado mais de 4641 mortos, tendo sido recuperados 68300 doentes, em cerca de 116 países.

Decorridos cerca de 4 meses após aquela declaração, a pandemia continua a alastrar por todo o mundo, atingindo 215 países ou territórios e já ultrapassa os 11 milhões e seiscentos mil infetadas pelo vírus Sars-Cov-2 com o número de mortos a ultrapassar os 538 mil. Porém, nem tudo são más notícias, o número dos pacientes recuperados da doença continua a crescer, atingindo valores que se aproximam dos 6 milhões e seiscentos mil, número animador e que confere cada vez mais esperança no futuro e sobretudo nos permite aumentar os níveis de confiança nos profissionais de saúde de todo o mundo que abnegadamente se entregam à difícil e arriscada tarefa de cuidar dos infetados e que tantas vezes são esquecidos, tornando-se eles próprios vítimas deste inimigo invisível que todos tememos.

Apesar dos progressos obtidos na europa, onde se vislumbra algum otimismo moderado, a OMS, através do seu presidente, vem alertar para que a nível global a situação continua a agravar-se. Por isso, como medida de precaução, as autoridades sanitárias continuam a apelar à população para seguir rigorosamente as medidas de mitigação recomendadas, prevendo-se que os casos com infeção continuem a crescer de forma mais atenuada nos próximas semanas e meses, não obstante o número de casos de doentes recuperados em Portugal e na maioria dos países por todo o mundo, possa constituir um sinal de esperança no combate que travamos para debelar esta pandemia silenciosa, já comparável a uma guerra mundial que afeta toda a humanidade.

covid 19, mapa mundo

Caraterização do novo vírus covid-19

Os coronavírus são uma família de vírus de RNA que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como doença mais grave, como o síndrome respiratório do Médio Oriente (MERS) e o síndrome respiratório agudo severo (SARS-CoV-2).

Um novo coronavírus (COVID-19) foi identificado em Wuhan, China, em final de dezembro de 2019 e alastrou por outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo originado a atual pandemia.

Diferença entre epidemia e pandemia
A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia de doença infeciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.

Metodologia de atualização de dados

A atual situação epidémica é acompanhada diariamente pela OMS, ECDC, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença bem como o número de mortes diretamente atribuídos ao COVID-19. Não obstante estes números estarem a mudar a cada minuto que passa, o quadro abaixo reflete os últimos dados conhecidos, sendo nossa intenção mostrar uma panorâmica a nível global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, tão realista quanto nos é possível.

Situação Mundial da pandemia a 07 de Julho, segundo a OMS:

covid 19, tabela

 

RECOMENDAÇÕES DA ECDC

Como se espalha o COVID-19?
As pessoas podem ser infetados pelo COVID-19 através de outras pessoas portadoras do vírus inalando pequenas gotículas infectadas ao tossirem ou espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.

Quais são os sintomas da doença?
A maioria das pessoas infetadas experimenta uma doença leve e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave. Os sintomas principais incluem uma combinação de:.
–  Febre
–  Tosse
–  Dificuldade para respirar
–  Dor muscular
–  Cansaço anormal

Surto de doença, O que precisa saber?
Se já esteve em áreas afectadas pelo COVID-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infectada com o COVID-19 e se no espaço de 14 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar:
– Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.
– Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contatos tidos.
–  Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contatos.

Como pode proteger-se e aos outros da infeção
-  Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.
- Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NnÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.
- Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.
- Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos
- Pratique o distanciamento social: mantenha-se pelo menos a 1 metro de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.

Linha de apoio em Portugal (SAÚDE 24) : (+351) 808 24 24 24

Fontes:
https://www.who.int/eportuguese/countries/prt/pt/
https://www.ecdc.europa.eu/en/novel-coronavirus-china
https://covid19.min-saude.pt/

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
10 de Abril de 2024

Mais Sobre:
PANDEMIA VÍRUS INFECÇÃO

Referências Externas:

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