COVID-19: DE NOVO O CONFINAMENTO GERAL

COVID-19: DE NOVO O CONFINAMENTO GERAL

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

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Com o País a atingir máximos de óbitos e de infetados diários associados à COVID-19 na última semana, o que tem vindo a pressionar a área dos internamentos hospitalares para além dos limites, às entidades de saúde pública não restava outra alternativa senão recomendar ao Governo a tomada urgente de medidas mais robustas e eficazes tendentes a travar o avanço da pandemia, a fim de salvar vidas e evitar o colapso de todo o Sistema de Saúde pública muito embora com sérios prejuízos para a economia nacional.

Assim, com efeitos desde o dia 14 e até 30 de janeiro, porém com um horizonte temporal de confinamento provável de um mês, caso não se venham a verificar melhorias na situação pandémica, foi aprovado pela Assembleia da República novo Estado de Emergência, estabelecendo-se por essa via as bases legais necessárias para decretar o 9º confinamento geral.

Seis dias negros que fecham Portugal. As novas restrições anunciadas pelo primeiro-ministro incluem o encerramento do comércio não essencial e o “dever de recolhimento obrigatório” para todos os cidadãos, porém mantendo abertas todas as escolas a fim de evitar prejuízos maiores à educação. Relativamente às empresas, foi anunciado que as medidas económicas vão ser renovadas e alargadas, e as atividades que fecharam terão acesso automático ao layoff simplificado.

Entre as medidas agora anunciadas para vigorar durante a próxima quinzena de janeiro, estão:

– comércio e serviços encerrados, com exceção dos consultórios médicos, farmácias, dentistas, mercearias de bairro e supermercados. Os barbeiros, cabeleiros, academias e ginásios devem manter-se fechados;

– restaurantes e cafés só poderão funcionar para entregas ao domicílio;

– teletrabalho obrigatório, sempre que seja possível;

– espaços culturais, como cinemas e teatros devem manter-se fechados;

– todos os eventos estão proibidos, com exceção dos de campanha eleitoral e celebração religiosa;

Após uma ligeira trégua no verão passado, a europa de um modo geral e Portugal em particular, têm vindo a assistir a um crescimento de contágios que já ultrapassa os 5 por cento da população com os governantes a alertar que “vamos ter pela frente momentos muito difíceis”.

Na europa, apesar da boa reputação da maioria dos países do Norte e do Ocidente, esta variabilidade da pandemia e os efeitos consequentes, têm vindo a degradar a imagem de uma europa organizada, quando se trata da realidade no controle do novo coronavírus.

Também nos principais países do continente americano a situação da pandemia continua a agravar-se dia-a-dia, não se vislumbrando o seu abrandamento, em boa parte devido às políticas erráticas e demasiado permissivas seguidas.

Decorridos mais de 10 meses desde que foi declarado pelo Presidente da Organização Mundial de Saúde (OMS), a 2 de março de 2020, o estado de pandemia originada pelo SARS-Cov-2, não obstante se terem dado passos gigantescos para travar o seu avanço e minimizar os seus efeitos, na realidade a COVID-19 continua entre nós transmutando-se continuamente, andando à frente da ciência, sem dar tréguas a investigadores e aos incansáveis profissionais de saúde e cuidadores, um pouco por todo o mundo.

Na realidade, contrariando as afirmações de alguns especialistas que vieram a público anunciar que o pico da segunda vaga da pandemia seria atingido na terceira semana de novembro de 2020 e que a partir daí os números começariam a baixar, verifica-se que a COVID-19 continua a provocar cada vez mais mortes e infeções, limitando a ação dos governantes da maioria parte dos países e obrigando-os a adaptarem as políticas de saúde à evolução da doença, correndo sempre atrás do prejuízo o que provoca alguma desorientação e natural ansiedade entre as populações.

A nível global o número de pessoas infetadas já ultrapassa os 93 milhões, as mortes atingiram os 2 milhões e o número de casos diários ativos continua a crescer exponencialmente em particular na europa, américas e subcontinente asiático, com novas estirpes a serem identificadas e a circular em vários países.

Uma das novas estirpes do SARS-CoV-2 identificada pela primeira vez no sul de Inglaterra há cerca de um mês, mas já disseminada por muitos países europeus, Oceania e África, embora menos letal, é considerada uma das mais contagiosas representando cerca de 70 por cento das novas infeções. Mais recentemente o Japão reportou também haver detetado uma outra estirpe em passageiros oriundos do Brasil muito embora as autoridades japonesas tenham referido prudentemente que “é difícil determinar a infecciosidade, patogenicidade ou impacto nos testes e vacinas”, em virtude das mutações que estão a sofrer constantemente, o que traz preocupações acrescidas à OMS que monitoriza estes novos casos em permanência.

Entretanto os programas de vacinação continuam a avançar por todo o mundo, com as vacinas que os responsáveis da OMS, Agência Europeia de Medicamentos (EMA), Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) e as Entidades Certificadoras dos vários países garantem serem absolutamente seguras. Todavia ainda ninguém pode garantir quais os prazos de imunização e sequer as eventuais sequelas a médio e longo prazos.

Entre algumas dezenas de laboratórios responsáveis pelas pesquisas, que se perfilaram no início da pandemia, destacaram-se na última fase de testes em humanos 13 iniciativas e de entre estas, quatro divulgaram resultados promissores que foram devidamente certificados e que têm acordos firmados com a União Europeia, estando neste momento em distribuição e uso. São elas as que resultaram das parcerias Pfizer/BioNTech (EUA/Alemanha), Moderna (EUA), AstraZeneca (Suécia/Reino Unido), CanSino Biologics (China).

Jamais na história da humanidade se obtiveram resultados tão rapidamente no desenvolvimento de uma vacina para combater um vírus com as caraterísticas do SARS-CoV-2 e se mobilizaram tantos recursos. O novo vírus precisou só de alguns meses para infetar milhões de pessoas por todo o mundo. A necessidade de uma vacina para imunizar a população, a fim de evitar um maior número de infeções e, acima de tudo, um maior número de mortes, direcionou os cientistas para um método que está a dar os primeiros passos, mas que se acredita possa vir a ser uma arma eficaz contra esta e futuras pandemias: as vacinas mRNA e o reforço do sistema imunitário.

Ao contrário das vacinas tradicionais, em que é necessária uma “amostra” do próprio organismo, as novas vacinas mRNA incorporam um mensageiro de ácido ribonucleico (mRNA), com informação genética do vírus que “dribla” o sistema imunitário por forma a que seja ele próprio a produzir a proteína do “visitante” agressor, que uma vez detetada inicia a produção de anticorpos de defesa.

Além disso, as vacinas mRNA são consideradas, em teoria, mais seguras para o paciente, por não introduzirem elementos infeciosos no organismo, sendo também mais rápidas e mais baratas na produção, podendo ser administradas por injeção ou via spray nasal.

Situação na europa

No seguimento da tendência das últimas semanas, o cenário tem vindo a agravar-se de forma preocupante na europa e nas américas. Segundo o European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC), que se baseia em dados fornecidos pelos Estados-Membros da UE à base de dados do Sistema Europeu de Vigilância (TESSy), tendo em vista a uma abordagem coordenada da restrição da liberdade de circulação, adotada pelos Estados-Membros em outubro de 2020, eles refletem bem esse agravamento: mais de 26 772 427 contágios e 610 270 fatalidades desde o início da pandemia.

O número acumulado de fatalidades por 100 000 habitantes (14 dias), tem vindo agravar-se seriamente, em particular no Liechtenstein (573.25), Lituânia (344.64), Eslovénia (270,5), Eslováquia (206.96), República Checa (199.06), Croácia (162.89), Hungria (160.04), Bulgária (137.43), Letónia (151.04), Bulgária (137,43), Alemanha (127.20), Portugal (121.44).

Também o número acumulado de infeções por 100 000 habitantes (14 dias), continua a agravar-se em alguns países europeus como na República Checa (1512.84), Irlanda (1253.69), Eslovénia (1171.89), Lituânia (1004.84), Portugal (901.34), Chipre (7878,30), Suécia (790.09), Eslováquia (751.81), Letónia (689.49), Liechtenstein (661,84), Países Baixos (623.33).

Parece haver boas razões para que algumas das soluções apontadas pela comunidade científica mundial se concretizem até à primavera deste ano, com a distribuição das vacinas salvadoras; porém, estas só deverão ficar disponíveis para a grande maioria da população, na farmácia comunitária, no segundo semestre de 2021, havendo também algumas dúvidas sobre a capacidade de produção para um tão elevado número de doses necessárias.

Com a chegada dos primeiros lotes de vacinas à europa, cuja distribuição em Portugal teve início a 27 de dezembro passado para os grupos considerados prioritários - os profissionais de saúde na linha da frente dos grandes hospitais -, tudo indiciava o fim para breve da pandemia, fazendo renascer a esperança entre as populações, já cansadas de confinamento e restrições cívicas. Todavia, esta perceção errada das populações terá também contribuído para o agravamento da situação em Portugal.

Nas últimas 24 horas registaram-se no País mais 148 mortes, tendo sido confirmados mais 10 698 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-Cov-2, o que perfaz um total – desde que a pandemia foi detetada no país em Março último –, de 517 806 infetados, 387 607 recuperados e 8 384 vítimas mortais. Há, ainda, a registar 121 815 doentes ativos e 611 casos críticos, que estão a ser acompanhados pelas autoridades de saúde em UCI.

Nestes tempos de incerteza, enquanto de mantiverem as restrições cívicas impostas pelo confinamento, as pessoas que necessitarem de deslocar-se pelo País, são aconselhadas a consultar previamente na internet a “Lista de Concelhos – nível de risco”, onde estão listados todos os Concelhos, com a indicação dos respetivos níveis de risco, a fim de evitar surpresas desagradáveis.

Dada a evolução mais recente da COVID-19, é necessário andar com cuidado, ter paciência e saber esperar, além de manter as demais regras de prevenção como o uso de máscaras, a higienização e a prática de distanciamento, entre outras recomendações da Direção-Geral da Saúde. O momento é tristemente histórico! A humanidade já deveria estar mais bem preparada para, no mínimo, minimizar os efeitos de pandemias com estas caraterísticas, que desde tempos imemoráveis nos visitam, por forma a evitar que se propagasse com tamanha rapidez e magnitude.

Planeamento e logística

O governo português já assegurou as doses de vacinas para a COVID-19 necessárias (cerca de 22 milhões de doses), através de contratos com empresas farmacêuticas, em nome dos países da União Europeia, estando atualmente a trabalhar no seguimento da estratégia pré-definida de vacinação dos portugueses.

A Direção-geral da Saúde criou uma comissão técnica, para definir e ajustar os critérios em que a vacina contra a COVID-19 será aplicada no país, e uma “task force” para operacionalizar esse processo. Os planos de vacinação foram divulgados nos primeiros dias de dezembro e estão disponíveis para consulta no portal do SNS.

Esta “task force” tem como missão a operacionalização de todo o processo, ou seja, a logística do armazenamento, distribuição e administração, bem como a monitorização e acompanhamento dos grupos de pessoas a serem vacinadas.

A COVID-19 a nível Global

De acordo com o site worldometers, que aglutina a informação disponibilizada pela OMS e pelos principais Centros de Controle e Prevenção de Doenças em todo o mundo, desde 31 de Dezembro de 2019 até hoje, dia 15 de janeiro de 2021, foram notificados em todo o mundo 93 620 077 casos de doença, incluindo 2 004 507 mortes e 66 924 078 recuperados, números que não param de crescer, em particular na europa, a nível das fatalidades.

O continente americano continua a ser o mais fustigado pela pandemia, com o número de infetados a ultrapassar 42 203 508, seguido da europa, que de uma situação aparentemente controlada passou para uma explosão de novos focos de contágio e de mortes, em menos de duas semanas, com um total 26 955 954 infetados, seguidos da ásia com 21 842 077 casos reportados e de África também com um pequeno crescimento para 3 192 215 pessoas. A oceania com 49 457 contaminados continua a ser o continente com menos casos registados e sem mortes recentes.

covid 19, mapa mundo

A experiência de outras pandemias que eclodiram no passado e que aqui já foram abordadas sumariamente, recomendam precaução absoluta. A COVID-19 transmuta-se e não dá tréguas! Decorrido quase um ano após a primeira infeção detetada em humanos, a incerteza quanto ao evoluir da doença apesar de tudo mantém-se, designadamente quanto à possibilidade de eclosão de novas vagas no futuro. Não podemos deixar ao acaso a nossa saúde e a das nossas famílias. Todos os cuidados são poucos!

Caracterização do novo vírus COVID-19

Os coronavírus são uma família de vírus de RNA que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como doença mais grave, como o síndrome respiratório do Médio Oriente (MERS) e o síndrome respiratório agudo severo (SARS-CoV-2).

Um novo coronavírus (COVID-19) foi identificado em Wuhan, China, em final de Dezembro de 2019 e alastrou por outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo originado a atual pandemia, sabendo-se agora que tem a capacidade de mutação em animais, como foi confirmado entre as populações de martas nos Países Baixos e na Dinamarca.

Diferença entre epidemia e pandemia

A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia de doença infeciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.

Metodologia de atualização de dados

A atual situação epidémica é acompanhada diariamente pela OMS, FDA, ECDC, EMA, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença bem como o número de mortes diretamente atribuíveis ao COVID-19. Não obstante estes números estarem a mudar a cada minuto, o quadro a seguir reflete os últimos dados conhecidos, sendo nossa intenção mostrar uma panorâmica a nível global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, tão realista quanto nos é possível.

Situação Mundial da pandemia a 15 de JANEIRO, segundo a OMS:

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

RECOMENDAÇÕES DA ECDC

Como se espalha o COVID-19?

As pessoas podem ser infetadas pelo COVID-19 através de outras pessoas portadoras do vírus inalando pequenas gotículas infetadas ao tossirem ou espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.

Quais são os sintomas da doença?

A maioria das pessoas infetadas experimenta uma doença leve e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave. Os sintomas principais incluem uma combinação de:
– Febre
– Tosse
– Dificuldade para respirar
– Dor muscular
– Cansaço anormal
– Dor muscular
– Perda de olfato e paladar

Surto de doença, O que precisa saber?

Se já esteve em áreas afetadas pelo COVID-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infetada com o COVID-19 e se, no espaço de 14 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar:
– Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.
– Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contactos tidos.
– Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contactos.

Como pode proteger-se e aos outros da infeção

– Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.
– Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.
– Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.
– Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos.
– Pratique o distanciamento social: mantenha-se pelo menos a 1 metro de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.

Linha de apoio em Portugal (SAÚDE 24): (+351) 808 24 24 24

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
10 de Abril de 2024

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