Cientistas internacionais criaram microrrobôs do tipo cápsula que podem carregar não apenas medicamentos, mas também células, para serem usados nas emergentes terapias com células-tronco. O dispositivo transporta e leva medicamentos e células para zonas específicas do corpo onde são necessários.

Até agora, a maioria dos microrrobôs para entrega de medicamentos transportava a sua “carga” de medicamentos na superfície externa. O inconveniente é que a carga útil pode ser perdida - por abrasão ou por reação química - nos locais errados dentro do corpo humano.

Para superar essas limitações, uma equipa de cientistas sul coreana desenvolveu uma cápsula robotizada, dotando a estrutura tipicamente usada em medicamentos de um “motor” e de uma tampa que pode ser aberta e fechada sob comando.

Os microrrobôs podem utilizar um sistema de propulsão inspirado nos flagelos das bactérias ou podem ser guiados externamente por um campo magnético.

A estrutura de polímero do robô foi fabricada usando um sistema de litografia a laser. Partículas de níquel (Ni), que é um material magnético, e titânio (Ti), que é um material biocompatível, foram depositadas na superfície externa da cápsula, o que permite guiar o microrrobô externamente usando um campo magnético.

Os testes demonstraram que os robôs conseguem não apenas carregar partículas de dezenas de micrómetros, mas também manipular essas partículas entre dois pontos quaisquer, mediante um mecanismo de agarrar e soltar. Além disso, testes realizados com células vivas - neurónios recetores olfativos reais - deram sinais positivos sobre a biocompatibilidade do sistema.

“Com o uso de microrrobôs do tipo cápsula, células e medicamentos podem ser encapsulados e libertados nos locais desejados, permitindo prevenir a perda e a desnaturação das células e fármacos pela ação do ambiente externo. Vamos continuar com a pesquisa para oferecer várias aplicações médicas no futuro”, afirmou Hongsoo Choi, do Instituto de Ciência e Tecnologia Daegu Gyeongbuk (DGIST), na Coreia do Sul.