COMO LIBERTAR-SE DA RUMINAÇÃO MENTAL

COMO LIBERTAR-SE DA RUMINAÇÃO MENTAL

MENTE E RELACIONAMENTOS

  Tupam Editores

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O cérebro humano é uma máquina complexa que processa inúmeras informações diariamente, no entanto, apesar da sua notável capacidade cognitiva, muitas vezes fica-se a “ruminar” em alguns eventos que causaram frustração, deceção ou tristeza.


Desengane-se quem pensa que ruminar é a mesma coisa que refletir.


A reflexão é um processo saudável orientado para a resolução de problemas. Quando se reflete sobre uma situação tenta-se compreender o que aconteceu, como se pode melhorar ou que ações se podem tomar para resolver esse problema. Já a ruminação é repetitiva, não contribui para qualquer solução e mantém a pessoa presa ao problema.

Na verdade, a ruminação mental é um fenómeno psicológico comum, que se caracteriza pela repetição incessante de pensamentos, geralmente negativos, sobre eventos passados ou preocupações futuras.

Esse processo pode levar a sentimentos de ansiedade, depressão e estagnação emocional, afetando significativamente a qualidade de vida do indivíduo.

Habitualmente, a ruminação tende a focar-se em temas emocionalmente significativos, porque está associada a sentimentos de ameaça ou “perigo” psicológico. Os temas mais frequentes estão associados a erros do passado ou arrependimentos, questões relacionadas com a autoestima (como pensamentos de insuficiência, inadequação, fracasso ou dúvida), relacionamentos (como conflitos ou desentendimentos) e preocupações com o futuro (como as preocupações financeiras, o medo de adoecer ou perder o controlo sobre a vida).

A maior ou menor tendência para a ruminação, assim como outros padrões relacionados com a saúde e a doença mental, depende de três fatores principais que se relacionam entre si: os fatores genéticos, as características de personalidade e as experiências de vida.

Quanto aos fatores genéticos e biológicos, os desequilíbrios de alguns neurotransmissores, como a serotonina ou a dopamina, podem aumentar a propensão para a ruminação.

Por outro lado, as pessoas com maior sensibilidade emocional ou tendência para o perfecionismo também são mais suscetíveis à ruminação, uma vez que estas características de personalidade favorecem a autocrítica e preocupação excessiva.

No que diz respeito às experiências de vida, aqueles com histórico de trauma ou um ambiente familiar muito complicado estão em maior risco. Quem cresceu sem ferramentas para lidar com emoções desagradáveis pode estar sujeito à ruminação – pode dizer-se que é uma forma que a mente arranja para tentar lidar com essas emoções.

A ruminação mental é um desafio significativo que pode afetar profundamente a saúde mental e o bem-estar geral do indivíduo. Ruminar sobre eventos negativos pode aumentar os níveis de ansiedade e levar à depressão, uma vez que mantém as pessoas focadas nos aspetos desfavoráveis da sua vida.

Pode levar a problemas de sono e prejudicar a atenção e a concentração, pois como a mente se mantém ocupada com pensamentos negativos, a capacidade de foco nas atividades diárias fica comprometida. Isto pode afetar, inclusivamente, a produtividade no trabalho.

A capacidade de tomar decisões e resolver problemas também pode ficar comprometida, gerando sensações de impotência e frustração, afetando a autoestima e a confiança nas próprias capacidades para lidar com os desafios futuros de forma construtiva.

 

Todos nós temos momentos de ruminação.


No entanto, é crucial avaliar quanto tempo perdemos com esses pensamentos repetitivos e quanta angústia eles nos causam. Se a ruminação afetar significativamente a nossa vida é fundamental procurar ajuda de um psicólogo ou de um psicoterapeuta.

Mas fora do contexto da psicoterapia ou em combinação com o apoio psicológico, existem outras estratégias que podem ajudar a interromper o ciclo de pensamentos repetitivos e a promover um estado mental mais saudável.

Uma das abordagens que oferece ferramentas práticas para compreender e superar esses ciclos de pensamentos repetitivos é a Programação Neurolinguística (PNL). Esta metodologia estuda a conexão entre processos neurológicos, linguagem e padrões comportamentais adquiridos.

A PNL propõe que, ao reprogramar a mente, é possível alterar padrões de pensamento e comportamento, o que promove mudanças positivas na vida pessoal e profissional.

Também é importante estabelecer rotinas saudáveis. Práticas de mindfulness (atenção plena), como a meditação, ajudam a pessoa a focar-se no momento presente, afastando a mente de pensamentos negativos e evitando que ela fique presa no passado ou em preocupações futuras. Técnicas de relaxamento, como exercícios de respiração profunda, ioga e relaxamento muscular progressivo ajudam a reduzir a tensão física e mental associada à ruminação.

 

Devem-se impor limites para o tempo de preocupação. Definir períodos específicos para pensar sobre preocupações e, depois, “fechar” esse tempo, pode ajudar a evitar que a ruminação ocupe o dia inteiro.

Envolver-se em atividades que dêem prazer também desvia a atenção dos pensamentos repetitivos. Desenvolva hobbies.

E pratique exercício. As atividades físicas libertam endorfinas, melhorando o humor e aliviando a tensão e o stress associados à ruminação.

Ao reconhecer a tendência para a ruminação mental a pessoa deve adotar uma abordagem mais construtiva para conseguir libertar a mente das amarras do passado e concentrar esforços nas soluções e na realização de mudanças positivas na sua vida.

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