O Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico revela que perto de um quinto dos portugueses adiciona sal no prato da sua comida e 13,7 por cento das pessoas com hipertensão arterial têm este hábito.

Investigadores do Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) analisaram o consumo adicional de sal dos portugueses e descobriam que 1,19 milhões de indivíduos (17,7 por cento) costuma juntar este tempero ao alimento já confecionado.

Foram avaliados dados de 4 911 pessoas, na sua maioria em idade ativa (84,3 por cento com idade entre os 25 e os 64 anos), cerca de três quintos (63,4 por cento) dos quais “sem escolaridade ou com escolaridade inferior ao ensino secundário” e 11,2 por cento desempregados.

No que se refere ao consumo adicional de sal, os homens (um em cada cinco) consomem mais do que as mulheres (uma em cada sete).

Observou-se ainda que o grupo etário dos 25 aos 34 anos é aquele que mais adiciona o sal aos alimentos quando estes já estão no prato e o Algarve é a região onde é mais frequente este hábito: 35,8 por cento.

O consumo adicional de sal foi mais frequente nas pessoas empregadas (19,6 por cento), seguindo-se os desempregados (16,9 por cento) e os reformados, domésticos ou estudantes (13,6 por cento).

O estudo mostrou também que 13,7 por cento das pessoas diagnosticadas com hipertensão arterial adiciona sal no prato da sua comida.

Se cada pessoa consumisse menos dois gramas de sal por dia a taxa de Acidente Vascular Cerebral (AVC) cairia entre 30 e 40 por cento nos cinco anos seguintes e ocorreriam menos 11 mil casos de AVC por ano em Portugal, de acordo com a Sociedade Portuguesa de Hipertensão.

O consumo excessivo de sal é responsável por 2,3 milhões de mortes por ano, devido a doenças cardiovasculares, em todo o mundo.